CVII

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Era quase o horário do almoço quando eles tinham acordado. Cris foi o primeiro, porque recebeu uma ligação do empresário para uma reunião. Respirando fundo, ele se levantou a contragosto, ainda sentindo-se abatido, mas sabia que não podia ficar deitado o dia todo, tinha que trabalhar. Dando um beijo na testa de Léo, o deixou bem coberto para se esquentar melhor e desceu as escadas para ir comer algo antes de ir. O que ele não esperava era encontrar um ser parado, bebendo aquela hora.

- Algum dia morrerás de cirrose.

O advertiu, vendo-o rir, embora seu semblante era como se estivesse de ressaca.

- Cabrón sempre sendo um amor de pessoa. Como não senti falta disso? -- questionou irônico.

- Não sei, talvez tenha sentido. Só não saiba admitir.

Se sentou na frente dele, puxando a garrafa de suco que retirou da geladeira. Colocando no copo, deu alguns goles, logo enchendo mais. O espanhol acompanhou seus movimentos com os olhos, dando um suspiro. Ele bateu com o copo na mesa de leve e se debruçou um pouco, o fitando.

- Cris, por que você teve de ir embora mesmo? -- sua voz era baixa e o tom usado era bem sério.

O homem parou o que fazia para olhá-lo, procurando qualquer significado de implicância em suas intenções, mas não encontrou alguma. Lambendo o lábio, ele ficou sua atenção no ex-companheiro.

- Não foi porque eu quis. O Real Madrid era o meu time... Vencíamos completamente as coisas -- engoliu em seco. -- Mas chegou uma época que começaram algumas demissões, sabe disso. -- o viu assentir. -- Lesões também, isso tudo foi como se a má gestão do Florentino tivesse subido a cabeça e ele não se importou com nenhum de nós. Eu não quis diminuir meu salário, óbvio, mas teve uma hora que aceitei para ajuda a equipa. Contudo, já fiquei saturado de ter que brigar com os próprios dirigentes, como se tivesse que ensiná-los a lidar com os negócios e tratar bem os jogadores -- desceu o olhar para o suco, deixando seus pensamentos fluírem. -- Bom, não foi o suficiente para eu sair, também queria ser lembrado como um jogador que domina independente de qual time estiver. Diferente do...

Parou no final da frase com sua boca se fechando, inibindo o nome que o completaria. Não devia mais pensar nessas coisas, deveria ignorar e tomar cuidado com o que falaria, pois a pessoa que iria citar, era quem agora residia em sua mente.

-... Do Messi -- o espanhol sorriu ao completar.

Afirmando com a cabeça, o português se escorou no banco olhando para a porta, vendo se estavam realmente à sós. Não queria que o pequeno interpretasse não aquilo.

- Eu não entendo. Juro, vocês aqui... bancando os amiguinhos... -- Sérgio tinha a expressão confusa no rosto. -- Do nada! Se sabe que o cara é assim, como isso aconteceu? -- franziu o cenho. -- Eu sei que você não seria tão fissurado no cara a ponto de vir ao mesmo time dele só para mostrar quem é o melhor.

- Claro que não! -- se incomodou. -- Já não sei quantas vezes me insinuaram isso. Posso muito bem, aliás, já venci e mostrei várias e várias vezes quem é Cristiano Ronaldo, não é?! -- disse ríspido e logo deu um suspiro. -- Léo é diferente. Nunca seríamos amigos. É... Complicado. -- o olhou com receio. -- Nós dois a jogar juntos era um desejo das pessoas há tempos. Ninguém achou que o Léo seria capaz de largar o Barcelona algum dia. E, quando ele fez isso, pensei: por que não? Além do mais, tem benefícios essa parceria que consegui para a Juve. Eles têm mais recursos para as contratações agora -- deu outro gole no suco. -- Apenas fiz o que achei adequado, e acredite, foi a melhor coisa que poderia ter feito.

Acabando sua fala, ele pegou alguns biscoitos e comeu, sabendo que estava sendo observado pelo espanhol. Sérgio conhecia-o bem. Se odiavam, mas se conheciam terrivelmente. Sorrindo sorrateiro, ele voltou a beber com alguns pensamentos inquietantes.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora