LXXXII

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Após as comemorações em campo, os jogadores se dirigiam aos corredores rumo ao vestiário para continuar. Os de Madrid já tinham ido mais cedo, depois de aplaudirem a torcida que os apoiou, e receberem o gesto de volta deles, reconhecendo seu esforço. Ramos estava acabando de tomar a ducha para ir embora quando bateram na cabine em que estava, e o mesmo resmungou, mal humorado.

- Um homem não pode mais ficar em paz nem para um banho? -- reclamou, saindo após desligar o chuveiro.

- Estão te chamando lá fora, desculpe incomodar. -- Modrić disse sem graça.

O espanhol engoliu em seco, após se enrolar na toalha. Tinha muito respeito pelo croata, então se arrependeu de ser um pouco indelicado.

- Está certo. Quem é? -- abriu a mochila, pegando algumas roupas.

- Um argentino. -- Marcelo respondeu com um sorriso, passando por trás, dando uns tapas em suas costas. -- Vai lá.

Sérgio parou por alguns instantes quando ouviu a resposta. Sua mente, lógico, foi em Messi. Apenas ele teria tal audácia em se aventurar de vestiário em vestiário, porque raramente levaria à mal nessa. Apesar de tudo, não odiavam ele, só em campo. Respirando fundo, o homem se arrumou rapidamente, indo até a porta.

- Pois bem, queria me ver? -- disse quando saiu, assustando-se ao ver o outro argentino ali. -- Paulo?

Dybala tinha deixado as filhas de Cristiano com ele e Messi quando os dois retornavam para os bastidores, e decidiu ir vê-lo. Estava nervoso, não sabia o que, ao certo, fazia naquele estádio, e naquele local. Ao vê-lo, só soube torcer os lábios pensando no que falaria.

- É, oi. -- esfregou a nuca, olhando sem graça ao redor. -- Eu vim ver vocês.

Sérgio o observou um pouco antes de fechar por completo a porta atrás de si. Observando aos arredores, ele olhou para Dybala e pegou em seu braço, o conduzindo para um pouco mais longe. Ao chegarem em um local isolado, o espanhol cruzou os braços, mostrando um pouco estar chateado.

- Não queria que viesse. É uma hora ruim, não vencemos por pouco, e merecíamos mais. PSG não estava, nenhum pouco, entrosado, até discutiram antes do pênalti.

- Hum... -- o pequeno se pôs ao lado, olhando para frente. -- É, mas, se quer saber, vocês foram os melhores até agora. Eles não podem com isso. -- tentou reunir algumas palavras para se explicar melhor. -- Olha para eles... têm os dois melhores do mundo, Neymar que é muito bom, apesar de ser, bom, o que ele é. Também tem um goleiro excelente, que conhecia vocês, que é o Navas e não o colocaram... É uma equipe que vive explodindo. Vocês são algo maior, apesar desses fatores.

Sérgio prestava atenção no que ele dizia. Sabia que era apenas para o reconfortar, ou pensava à princípio, já que não via mentiras por parte daquele argentino.

- Agradeço pelo que falou. -- disse simples e desencostou da parede.

- Eu sei que não me quer aqui. Mas é muito estranho você simplesmente não querer mais nada. -- o outro faz o mesmo, parando em sua frente. -- Da última vez, você disse que não queria ficar que nem o Léo e o Cris. Não ia ficar bobo por minha causa... Eu não quero que vire, isso seria impossível. Não quero ficar longe de você.

- Também não quero -- Ramos murmurou. -- Mas isso... -- apontou para os dois, fazendo uma leve careta. -- Eu não sou gay.

- E você acha que eu sou? -- perguntou afetado.

O espanhol sorriu, erguendo a sobrancelha em desafio, o indagando.

- Não foi o que pareceu?

- Você que me beijou! -- disse baixo.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora