LXXXIX

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Messi acordou no outro dia com a cabeça latejando. Primeiro, ele não sabia onde estava. O lugar era escuro, se tentava se mover, sentia dores nas pernas e na coluna. Segundo que não se lembrava de nada, o que aumentava sua confusão. Tateando o colo em busca do celular, o viu com a porcentagem mínima, não permitindo clarear com a lanterna, sendo necessário usar dessa luz fraca da tela para que se levantasse com a ajuda do corrimão.

- Aí... -- resmungou, vendo a pele um pouco ralada.

Sem saber para onde ir, optou por subir os degraus até encontrar a saída mais próxima e fechar os olhos com força, devido a claridade do dia que invadia pelas janelas do corredor que dava acesso aos quartos e aos elevadores. Ele procurou, depois de um tempo, uma placa que sinalizasse o andar que se encontrava e foi até o elevador, apertando o botão. Demorou um pouco para que chegasse, então se apressou em adentrá-lo quando chegou. Por sorte, estava vazio.

Embora não se lembrasse de muita coisa, recordou sobre ter aceitado descer para beber com os amigos, comemorando a boa partida. Mas se era só isso, por que se sentia culpado?

Ao ouvir o barulho do elevador se abrindo, saiu e foi para o quarto, vendo Paulo, se companheiro de dormitório, a dormir como um bebê enrolado em uma coberta. Ele o encarou por alguns segundos até se lembrar de tê-lo visto, da última vez, dormindo também, porém na área de lazer, abraçado a uma garrafa. Não sabia como teria parado ali, mas tinha suas próprias preocupações também. Sendo assim, foi até o banheiro, fazendo sua higiene, e tentando passar alguma coisa na parte ralada da pele, que imaginou ser uma queda ou algo parecido. No final, retornou ao quarto enrolado em uma toalha, pegando uma troca de roupas, e se vestindo. Sentou-se na outra cama, pegando o carregador e conectando no celular, agora sim podendo ver uma parte do que tinha acontecido. Em primeira vista, viu várias ligações e mensagens. Um contato em especial chamou-lhe a atenção, ele tinha ligado para Cristiano e ficou uma hora com o mesmo. Mas como, sendo que não se lembrava? Vasculhando mais, viu outras chamadas do gajo, não atendidas, algumas dos outros jogadores e uma mensagem de Dí Maria:

- !!!! Ms desculpa

- Me*

- Léo

- Onde você está????

Assim que leu aquilo, mais imagens lhe vieram pela cabeça. O amigo o tinha chamado para dançar, talvez elogiado, e tinha algo mais.

- Não! -- fez uma cara de pânico. -- Não, não, não! Eca, Dios, não!

Se levantou andando pelo quarto, sentindo aquele sentimento ruim lhe percorrer. Tinha sido beijado pelo amigo. Era verdade o que Neymar dizia. Léo não sabia se tinha o correspondido, pediu aos céus para que não, ele jamais faria isso, nem queria ter a audácia de fazer inconsciente. Selecionando o contato de Cris, tentou ligar para o mesmo até perceber a ligação ser cortada. Mesmo tentando mais vezes, não conseguiu alguma.

- Não... -- ele respirou fundo tentando acalmar. -- Cris deve saber. Claro que sabe. Sempre sabe. Que droga, viu.

Ele jogou o celular contra a cama. Quais eram as chances de dar errado? Altíssimas. Precisava de ajuda. Olhando para Dybala, se perguntou se fosse possível incomodar o sono do amigo para isso, mas não queria, já tinha dado problema o suficiente, que nem deveria. Julgando também pelo semblante tranquilo dele, estava tendo bons sonhos, então optou por não. Tinha que tomar alguma atitude por conta própria, só sabia disso. Novamente, tentou ligar para o homem, não conseguindo sequer completar a chamada. Não tinha o número de mais ninguém da família dele, os filhos tão pouco teriam acesso a esse tipo de tecnologia, apesar de Júnior ter um celular, e o pai ter deixado claro que somente poderia utilizá-lo em casos de emergência. Não queria deixar o garoto viciado, nem atingido pelo mundo, então Léo apoiava a decisão, mas ele tinha. Deslizando o dedo pela lista, demorou a encontrar o telefone do Cristianinho.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora