CXIV

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O clima do jogo não podia estar mais eufórico. O estádio dos príncipes tinha conseguido, novamente, vender todos os ingressos, o que resultou na arquibancada completamente cheia e barulhenta. As cores azuis e vermelhas estampavam o empenho dos parisienses em querer continuar na competição.

Dybala tinha tentado não deixar esse sentimento de nervosismo interferir na amizade dele com os dois, mas foi difícil. A medida em que as horas se aproximavam, teve que ficar com a atenção voltada para os campos. Por sorte, contava com o apoio de Sérgio para que não se entristecesse com o momento.

- Você está atrasado -- o espanhol olhou-o, enquanto o pequeno corria pelo quarto.

- Eu estava cansado! Não vi a hora passar... -- mordeu o lábio, puxando a mochila para verificar se faltava algo dentro dela, e podia ouvi-lo rir. -- Devo te lembrar que você quem causou isso?

A pergunta provocou um sorriso malicioso na face do zagueiro que o relembrou bem como o tinha atrasado. O mesmo terminou de fechar os botões da camisa, dando uma breve olhada para a cama antes de voltar a fitá-lo.

- Hum, e eu poderia muito bem repetir a dose.

Voltou a rir com a expressão de descrença do outro, terminando de se arrumar.

- Enquanto você está me fazendo perder tempo, os outros estão lá -- Paulo sai em disparada, sendo seguido.

O caminho até o estádio não ficava muito longe. Também, o pequeno argentino não estava de todo atrasado. Só não sabia disso. Ramos tinha adiantado uma hora para que andasse logo, e Paulo não percebeu isso na correria. Só foi notar quando pararam em frente a um hotel com um leve aglomerado de fãs na entrada.

- Que triste, a Juve nem para ter apoio não tem -- Ramos riu baixo e o ajudou a sair da moto. -- Se quiser ter um time de verdade, é só me avisar que te arranjo um lugar nos blancos.

Ele piscou, provocando um enrubecer na face do outro.

- An... Não espero ser preciso, mesmo que seja legal. Mas... Espera. Você... Não estamos atrasados? -- arregalou os olhos.

- Não. Mas eu sabia que iria, se não o apressasse. Os dois foram muito mais cedo, embora não tivesse essa necessidade -- Sérgio apoiou o capacete no colo, o olhando. -- Pequeño, não seja inocente. Cristiano é competitivo, ele não iria lembrar o adversário de algo que já deveria estar em mente. Não vai pensar duas vezes antes de acabar contigo e rir do seu time. Quanto ao Léo... É uma cobra incubada que disfarça para todos com aquela cara sofrida, e no fundo pensa o mesmo, se não pior. Quem mais esconde, pior costuma ser. Não sei porque espera boa coisa dele, só que não creia que tenha amizade hoje. Não vai ter, e não quero que entre lá para poupá-los, entendeu?

Disse de forma séria. Paulo sabia disso, apenas era difícil se convencer a desligar suas emoções. Depois de sua despedida dele e ida ao encontro dos demais, no momento em que pôs seus pés fora do ônibus, repetiu a si mesmo que tinha que fazer o necessário. O que não era tarefa fácil. Então tentou não pensar muito sobre, enquanto iam se aprontar. Eles tinham vantagem, só teriam que mantê-la.

Os minutos de aquecimento também não foram mais leves. Dessa vez, Messi estava sentado esperando serem chamados, depois que se aqueceram, enquanto via algumas publicações nas redes sociais. Ele evitou ver qualquer coisa além do que mandavam diretamente, contudo conseguiu saber que a notícia em que o mesmo tinha chamado o português de marido, vazou pelo mesmo jornalista que tentava ganhar aos seus custos. O argentino fez sua parte em mandar a postagem sair do ar, embora não foi rápido o suficiente, porque já tinha se disseminado para todos. Revirando os olhos, ele praguejou mentalmente em ter falado aquilo tão alto. Também, não sabia se não tinha sido nem o próprio Neymar que contou. E, para ser sincero, ele nem queria saber. Tinha que marcar hoje, e era isso que tinha que focar.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora