Boomerang

191 31 36
                                        


Deidara

Quantas mentiras temos que contar

Para evitar dizer que te desejo bem?

✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ

Saí da sala antes que Obito me notasse ali e resolvesse acenar ou algo assim, conversar com ele desde a 'briga' tem me deixado ansioso de uma forma diferente do que estou acostumado a me sentir sobre Sasori. Toda vez que eu comparo Obito com Sasori, mesmo que inconscientemente, fico chateado comigo por isso, mas é meio difícil não me perder nessas comparações. Obito me irrita todos os dias que o vejo, mas por um motivo que eu não quero descobrir eu não consigo odiá-lo.

Os corredores da faculdade estão mais frios que o normal, tentei me encolher mais dentro da minha roupa para que o ar gelado pare de entrar pela manga um tanto larga. Um arrepio correu pelos meus braços e meu pescoço começou a coçar um pouco, eu realmente odeio essas mudanças bruscas de temperaturas.

Conheço bem o meu corpo para saber que posso ter uma crise de asma num dia assim, ainda mais pelo ar condicionado ligado e as mulheres irritantes da minha turma que insistem em usar perfumes fortes em um ambiente fechado, então antes de abrir a porta da minha sala, busquei o meu inalador na mochila e o coloquei no bolso do meu casaco, por garantia.

Me lembrei do formigamento que senti no meu ombro quando Obito ajeitou a alça da minha mochila e a coceira no meu pescoço subiu para o meu queixo, maldito perfilador que não sai da minha cabeça.

-Que se foda aquele idiota.

Decidi parar de pensar nele e me concentrar na aula, era o mais fácil a fazer nesse momento. Antes que eu abrisse a porta, alguém fez isso pelo lado de dentro e quase me derrubou na pressa para sair.

-Deidara-senpai? Me desculpe, eu não te vi.

O intercambista loiro e irritante segurou meu cotovelo para me ajudar a firmar os pés, ou de fato eu teria caído no chão. Assim que recuperei meu equilíbrio, puxei meu braço de volta para me livrar do seu aperto.

-Maldito, você não olha por onde anda?

-Desculpe senpai, eu deveria ter aberto a porta com mais cuidado.

Revirei os olhos quando vi ele inclinar o corpo ao se desculpar, mais um motivo para que eu odiasse essa pessoa educada demais. Nesse meio tempo, os outros alunos da minha turma se desviaram de nós para saírem da sala.

-Onde está indo todo mundo?

-Para a lanchonete, eu acho, ou embora. Fomos dispensados mais cedo hoje.

-A aula já terminou?

-Sim - Ele me respondeu confuso - São quase dez horas.

Chequei o horário no celular para ter certeza que não estavam todos confusos, mas de fato faltavam vinte minutos para as dez horas, o que signfica que eu fiquei quase três horas ouvindo a palestra do idiota do Obito sem perceber?

-Mas que porra!

Resmunguei comigo mesmo e me repreendi por estar agindo dessa forma confusa. O intercambista riu da minha pequena explosão e deu de ombros.

-Você está com pressa, senpai? Posso passar o conteúdo que estudamos hoje, o sensei disse que iria cair nos testes finais.

-Você não tem que ir embora?

-Meu irmão só vai chegar umas dez e meia para me dar uma carona de qualquer jeito.

Ele deu de ombros novamente e andamos juntos até a lanchonete da faculdade. Nessas horas, só as máquinas automáticas estavam funcionando, mas mesmo assim ela estava lotada de alunos conversando e trocando anotações.

O Vazio das ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora