Gold

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Deidara

Só no começo ele teve o que queria
Mas agora você não pode separar o falso do verdadeiro
Em quem você pode confiar

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Acordei no domingo com uma enxaqueca forte, uma dor seca e irritante atrás dos olhos por não ter dormido muito bem. Sasori chegou por volta das seis e meia e foi direto ao chuveiro, um hábito comum dele que sempre me garante alguns minutos a mais pela manhã. Meu coração sempre acelera quando ele chega, nunca é pela alegria do seu retorno, mas sim por não saber o que esperar do seu humor.

Permaneci deitado com os olhos fechados nos cinco minutos cronometrados que ele gasta para se limpar e trocar de roupas. A porta do banheiro abriu e o cheiro de menta do seu sabonete veio carregado pelo vapor da água quente. Eu não abri os olhos quando senti o colchão se afundar com o seu peso.

-Bom dia - Ele beijou minha bochecha, o hálito quente com cheirinho de menta agradável na minha pele.

-Bom dia. Como foi o plantão?

-Bem tranquilo.

Quando ele diz que o plantão foi tranquilo eu sempre me acalmo, pois significa que ele teve um ou dois pacientes graves no máximo e não esgotou todo o seu bom humor. Me virei dentro dos seus braços e ganhei um beijo na testa dele, ficamos um bom tempo em silêncio até que ele pareceu se lembrar de algo e falou mais desperto.

-Como foi o trabalho?

-Normal - Eu sempre respondia desse mesmo jeito, mas lembrar do que aconteceu com Obito fez minha cabeça doer um pouco mais forte e franzi a sobrancelha.

-O que foi? - Ele me perguntou preocupado.

-Só estou com dor de cabeça. A música da noite passada foi bem mais agitada do que eu gostaria.

Ele sorriu e me confortou mais em seus braços - Você bebeu água? Água ajuda a aliviar a dor de cabeça - Eu neguei e ele beijou minha testa novamente - Eu vou buscar um pouco para você.

Sasori pulou da cama, seus passos animados ecoando até onde eu estava e depois de um tempo ele apareceu não só com água, mas com algumas frutas descascadas e perfeitamente cortadas.

-Vem, você precisa comer e se hidratar.

Depois de sentar na cama, ele de fato me alimentou e me perturbou até que eu bebesse toda a garrafa de água para só então me liberar para voltar a dormir. Ele fez que eu deitasse sobre seu peito para ele poder pentear o meu cabelo com os dedos até dormir primeiro do que eu.

Esses momentos são como uma benção para mim, como os mais belos sonhos de ouro. Amo cada um deles e os guardo o mais seguro na minha memória, pois eu sei que a qualquer momento as maldições cobrarão o seu preço.

Sasori é como um tesouro amaldiçoado, um valor sem igual e um preço alto demais.

Eu acordei deitado obedientemente em cima dele, o toque alto do meu celular interrompendo o sonho confuso que eu estava preso. Me estiquei para ver quem era e o nome do gerente da Akatsuki estava piscando na tela. Atendi e coloquei no viva voz.

-Alô?

-Deidara, bom dia. Desculpe te incomodar na sua folga - Sua voz parecia mesmo arrependida.

-Não tem problema. Aconteceu alguma coisa?

-Na verdade sim. Teria como você vir trabalhar hoje? O Kensuke e o Natsuo estão doentes e além de você não tem mais ninguém capaz de assar bolos decentes. Eu te pago 100%! Por favor, Deidara.

O Vazio das ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora