Obito
O tempo passa e ainda estou preso em você✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ
O prédio da faculdade de Iwagakure é bem antigo, apesar dos registros imprecisos é fácil chutar que ele tem em média 300 anos. Sua fundação passou por uma reforma há alguns anos, mas ao que parece os problemas foram apenas ocultos com uma camada de tinta nova. O orçamento exorbitante usado na reforma foi desviado e ninguém sabe para onde, por isso de tempos em tempos o prédio injustiçado apresenta problemas que causam a suspensão das aulas. Dessa vez foram os antigos canos de cobre que estouraram e alagaram o primeiro piso completamente. A reforma já foi iniciada, porém além de cancelarem as aulas a minha palestra precisou ser reagendada e eu terei que passar mais uma semana aqui. Quando liguei para Itachi e contei a situação, cogitei voltar para Konoha e os ajudar no caso de Kirigakure até que o orçamento me obrigou a ficar aqui e ser paciente.
Embora eu viva reclamando pela falta de tempo para descansar, odeio ficar ocioso por mais de algumas horas. Me diverti por algum tempo organizando as manchas de bolor do teto por coloração e depois por tamanho, tentei assistir alguma coisa mas não encontrei nada que prendesse minha atenção. Voltei a dormir e até gastei algumas horas numa ligação com Naruto onde conversamos sobre qual livro iríamos ler e discutir em seguida até ele precisar dar atenção ao meu primo carente e minhas distrações acabarem. Bem, não todas.
Conversando com Naruto, eu me lembrei de outro loiro de olhos azuis que poderia me divertir. Deidara é o mais perto de um amigo que eu fiz nesses poucos dias e o mais interessante também. Pessoas tão mau humorada como ele normalmente não tem uma visão tão delicada sobre os ambientes e as pessoas, mas as histórias da sua infância eram cheias de detalhes assim: a cor do gato que passava a noite no seu muro, a frequência dos jogos de basquete na sua escola e até mesmo os pássaros que ele via no parque natural pouco atrás da sua casa. Aspectos que normalmente pessoas como ele evitam, ele observava com atenção.
Decidi ir novamente na Akatsuki, e para não parecer uma pessoa completamente carente ou solitária, levei o diário do pai da Rin para ler e analisar melhor. Caminhei um tanto apressado, o céu escuro indicava que logo choveria e eu não queria ficar ensopado no meio da rua. Foi quase engraçado entrar na cafeteria segundos antes de uma chuva intensa começar a cair.
-Foi por pouco!
Deidara, que estava passando perto da entrada me olhou um breve segundo e fez um som de concordância - Hm.
Achei um ponto positivo, pelo menos eu não fui totalmente ignorado. Sorri um breve segundo para ele e fui me sentar numa mesa perto das janelas e logo em seguida o gerente do lugar veio sorridente me cumprimentar.
-O senhor voltou! Ainda bem que conseguiu chegar antes da chuva.
-Eu dei sorte, realmente.
-O que o senhor deseja? - Ele tirou do bolso do avental um bloquinho de anotações de capa preta e uma caneta simples.
Olhei mais a vitrine do que o quadro negro com os doces do dia e escolhi uma fatia de bolo novamente e um café simples.
-O senhor gostou mesmo dos nossos bolos, não é? - O gerente perguntou assim que trouxe a bandeja com o pratinho branco e uma fatia generosa de bolo de cenoura.
-Sim, estão entre os melhores que eu já provei, principalmente aquele de chocolate com leite ninho.
-É uma honra ouvir isso de uma pessoa que conhece o país inteiro. Vou repetir seu elogio para o Deidara.
-Foi ele quem preparou? - Perguntei um pouco surpreso.
-Sim! Meu confeiteiro não está muito bem e ele tem me ajudado. O rapaz tem talento, não acha?

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O Vazio das Chamas
FanfictionUm incendiário. Um perfilador. Um sobrevivente. Um agressor. Deidara, um universitário tentando lidar com o vazio que as chamas deixaram. Obito, um perfilador em busca de um sentido a amais para a sua vida. Sasori, um residente em cardiologia sem co...