Birds

214 25 54
                                        


Deidara

Tudo é temporário

Tudo vai passar

O amor nunca morrerá, morrerá, morrerá

✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ

Depois que voltamos para Konoha os amigos de Obito nos cercaram por vários dias, Naruto negou quando eu perguntei, mas eu tenho certeza que eles estavam com medo que eu surtasse e desaparecesse novamente. Eu não os culpo, tinha momentos que eu me distraía e ficava sufocado, meus braços tão pesados como se eu estivesse novamente tentando salvar a mim e Obito daquele incêndio. A pressão era tanta nesses momentos que eu queria correr para longe ou me esconder em um canto escuro.

Felizmente, nessas horas eu tinha Obito comigo, seu sorriso leve e verdadeiro vinha me salvar. Ou então Naruto aparecia com um assunto qualquer para me distrair do meu desespero, Itachi me oferecia algo para comer... Eu não estava mais sozinho e em poucos dias aceitei isso em meu coração e me senti em paz.

Serei eternamente grato pelo carinho que recebi deles, pela compreensão, mas sendo bem sincero, eu não pude deixar de ficar feliz quando eles viajaram para cuidar de um caso e nos deram uma folga. Faz quinze dias que eu não acordava sem o tagarelar de Yahiko e Shizune, as letras new metal de Itachi e Naruto lutando com as panelas, foi tão estranho acordar com o silêncio que demorou para a névoa do sono dissipar, eu fiquei sentado na cama do nosso apartamento confuso sobre que dia era e o horário.

A colcha verde farfalhou e o colchão afundou do meu lado. Eu pisquei algumas vezes para clarear a minha visão, finalmente tendo algum pensamento lógico. Obito estava deitado no meu lado, os lábios poucos abertos porque estavam sendo pressionados pelo jeito que ele se agarrou ao travesseiro.

O inverno já estava no fim, estávamos tendo mais dias quentes do que frios e Obito escolheu dormir sem camiseta quando sentiu o ar fresco entrando pela janela. De um jeito delicado eu virei na cama para o outro lado e me senti estranho quando vi o curativo branco como algodão puro em seu ombro. Obito simplesmente não conseguia ficar parado e isso estava tomado mais tempo do que o necessário para seu ombro cicatrizar.

Mesmo que eu tenha sido delicado, Obito despertou um pouco, me olhando por entre as pálpebras mal fechadas.

-Oi.

-Oi - Ele respondeu com a voz rouca - Está na hora de ir trabalhar?

O jeitinho manhoso que ele me perguntou preencheu minha mente de uma doçura inigualável. Me apoiei com os braços no travesseiro para beijar sua bochecha e lhe dar um selinho.

-Não, você pode dormir mais um pouco.

Eu toquei seu rosto gentilmente, e com uma força que não combinava com seu estado sonolento, Obito me puxou para seu abraço e nos ajeitou até que eu estivesse sentindo a batida regular do seu coração, seu queixo estivesse apoiado na minha cabeça.

-Vamos dormir então... ah... eu gosto tanto do cheirinho do seu cabelo...

Obito divagou e logo voltou a dormir no meio de uma frase.

A manhã estava um pouco quente, mas ainda suportável apesar da proximidade de Obito, então me deixei relaxar com ele. Konoha e Iwa podem ser estados vizinhos, mas o clima é bem diferente. Diferente daqui, as estações em Iwa são bem marcadas, elas mudam de uma para outra de forma quase brusca. Uma memória valiosa que eu tenho é da minha infância onde meus pais e eu ficamos um certo dia assistindo filmes debaixo de cobertas, ao ponto de tremer de frio. Lembro que no dia seguinte fez um calor quase insuportável e fomos para a sorveteria mais próxima.

O Vazio das ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora