Obito
Quando você conseguir fazer isso
Você vai me dizer o que fazer?
Porque estou fazendo tudo errado✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ
Os documentos que Rin me entregou estavam repousando no móvel ao lado da minha cama. Assim que terminei meu banho, reli os documentos e arquivos com mais atenção. Jiton é o que muitos consideram um cidadão modelo. A esposa morreu depois de uma operação até mesmo simples para tratar um mioma. Infelizmente, a mulher foi exposta a uma infecção hospitalar e não resistiu. Professor de biologia, treinador do time de basquete da escola, ativo na sociedade, nem sequer uma multa de trânsito, um excelente pai.
Eu anotei algumas perguntas pertinentes no meu caderno enquanto pensava: Por que sua casa foi incendiada? Onde ele esteve nos três dias depois do incêndio? Houve um caso que eu estudei antes de entrar na UAC onde uma vítima de um incêndio residencial sofreu um choque tão grande ao ver o fogo consumir tudo que tinha que ele teve um lapso de memória e saiu vagando sem rumo nenhum. Será que isso aconteceu com Jiton? Se sim, como o seu sangue foi parar na cena do crime?
Minha intenção não era aceitar fazer consultoria em nenhum caso nessa semana, só que quanto mais eu lia, mais curioso eu ficava sobre o que aconteceu com Jiton e sua relação com esses incêndios, por isso que, após checar o horário e ver que ainda não tinha passado das dez, resolvi ligar para o celular da Rin.
Quase três toques depois, ela me atendeu.
-Senhor Obito? Tudo bem?
-Sim, eu queria fazer mais algumas perguntas, você está com tempo?
-Claro, fique à vontade!
Senti vontade de rir da sua animação, ela deve ter percebido que minha curiosidade significa que eu tentarei ajudar no caso do seu pai. Quando ajudamos em casos que já aconteceram um bom tempo atrás só podemos contar com a vitimologia para nos guiar e as fotos dos arquivos. Normalmente, não podemos confiar na memória das testemunhas alguns dias depois, quem dirá depois de seis anos. Pelo menos, posso contar com os relatos da própria filha.
-Como seu pai te tratava?
-Ele era um cara legal, atencioso. Ele sempre me ajudava com as tarefas de casa e sempre brincava comigo quando eu era criança.
-Eu sei que você tinha só três anos na época, e me desculpe tocar nesse assunto, mas como seu pai era em relação à memória da sua mãe?
-Meu pai me ajudou a amar minha mãe, mesmo que eu não lembre dela. Ele manteve os quadros deles pelos cômodos da casa, me levava para visitar seu túmulo e sempre respondia as perguntas que eu fazia sobre ela.
Rin respondeu tudo com convicção, embora no fim sua voz tenha ficado um pouco embargada com as lembranças.
-Apesar de tudo isso, eu sei que meu pai sofreu muito com a perda dela. Sempre que o aniversário da sua morte se aproximava, ele ficava mais triste, mais quieto. Quando eu fiquei mais velha, eu via ele chorando sozinho no seu quarto.
Um homem escondendo o luto pelo bem da sua filha é louvável, sem dúvida alguma, porém esconder tais sentimentos por tantos anos pode ser desgastante.
-Em que mês sua mãe morreu?
-Setembro.
-Qual mês eles se casaram?
-Acho que foi em dezembro.
-Seu aniversário é em qual mês?
-Novembro, por que?
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O Vazio das Chamas
FanfictionUm incendiário. Um perfilador. Um sobrevivente. Um agressor. Deidara, um universitário tentando lidar com o vazio que as chamas deixaram. Obito, um perfilador em busca de um sentido a amais para a sua vida. Sasori, um residente em cardiologia sem co...