Deidara
Acalme-se, meu bem, tem sido um ano difícil
E terrores não atacam vítimas inocentes✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ✦̐֗ꦿ
Obito terminou sua frase e continuou comendo o sorvete como se ele tivesse feito apenas um comentário sobre o clima ou perguntando as horas. Minha mente ficou em branco mas minhas mãos começaram a tremer contra minha vontade, os olhares dele começaram a me sufocar. Deixei a colher dentro do pote de sorvete pela metade e coloquei algum espaço entre nós para acalmar minha ansiedade.
-Você está bem?
A voz um tanto preocupada dele chegou aos meus ouvidos como sirenes altas demais. Eu ouvi ele se mexer na cama e me virei de costas para ele antes que ele viesse perto de mim.
-Me desculpe, eu falei demais.
-Eu pedi para você não me analisar.
Obito suspirou e se levantou mesmo assim para ficar mais perto de mim - Me desculpe, eu fiquei pensando o dia todo em você e falei sem pensar. Eu não quis te magoar.
Sua fala baixa teve o efeito contrário do que ele esperava, ao invés de me acalmar, sua simpatia inflamou minha raiva. Ele segurou meu ombro para me fazer olhar em sua direção e eu afastei sua mão com um tapa. Obito me olhou assustado quando reagi.
-Te desculpar pelo o que? Me ver como uma vítima? Se meter onde não é chamado?
-Deidara…
-Quem você pensa que é para tentar entender o que eu sinto? Só porque você leu sobre isso na porra de um livro não te faz perito! Você só quer amaciar o seu maldito ego, pare de fingir que se preocupa comigo.
Ele franziu as sobrancelhas e me deixou gritar minha frustração sobre ele sem reclamar ou reagir, o que me fez pensar que ele estava falando tais coisas por obrigação. No fim, eu estava respirando pesado, tentando me acalmar quando ele segurou meu braço com firmeza.
-Eu quero te ajudar.
-Me ajudar? Você nem me conhece, você não me entende.
-Eu não te entendo, Deidara! Você tem razão. Você é lindo, talentoso, impetuoso. Por que você aceita que alguém te machuque assim?
Eu nunca estive numa situação onde eu fui questionado tão abertamente assim, sempre consegui disfarçar e esconder os hematomas, sempre menti sobre isso com facilidade, porém agora eu estava preso no seu olhar e não consegui completar a mentira que eu usava para me enganar sempre.
-Eu gosto.
-Não adianta mentir para mim.
-Não é mentira... - Obito apertou meu pulso e me fez calar.
-Você gosta de bdsm? Sério? - Me perguntou com escárnio.
-E o que tem se eu gostar?
Eu sorri de lado igual a ele, irritado com sua teimosia e ao mesmo tempo com medo da sua perspicácia.
-Diga isso olhando meus olhos e eu nunca mais falo nada sobre isso.
Quando eu não respondi nem olhei seus olhos, ele me puxou e fui obrigado a dar um passo mais perto dele. Tentei me soltar dele, mas Obito me segurou forte. Não doeu, mas me assustou um pouco. Obito ergueu a manga do meu moletom, seus dedos frios tocaram os hematomas ao redor do meu pulso preguiçosamente.
-Eu odeio ver esses machucados.
Olhando meus olhos, Obito tocou os machucados nos meus pulsos novamente e seu carinho subiu pelo meu braço.
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O Vazio das Chamas
FanfictionUm incendiário. Um perfilador. Um sobrevivente. Um agressor. Deidara, um universitário tentando lidar com o vazio que as chamas deixaram. Obito, um perfilador em busca de um sentido a amais para a sua vida. Sasori, um residente em cardiologia sem co...