My Faut

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Deidara

Andando até a beira da água

Perguntando por que eu estou aqui, em vez de estar em casa

Agora eu estou sozinho

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Não sei quanto tempo fiquei desacordado, horas ou dias, não tenho certeza. Sei apenas que acordei deitado numa cama macia com a qual eu não estava acostumado, tinha algo gelado no meu tornozelo, o quarto todo cheirava a limpeza e estava muito quente. Quando me forcei a olhar o ambiente, vi que eu estava em um quarto com paredes brancas, exceto a parede onde a cama estava encostada. Essa era tingida com um amarelo fraco como palha, e como ficava em frente a janela, quando o Sol batesse ali o quarto ficaria mais iluminado. No lado direito tinha uma porta aberta que revelava um pequeno banheiro. Além da cama, tinha uma arara com todas as roupas que eu deixei na minha antiga casa em Iwa na parede esquerda, nada mais.

Sasori não estava aqui.

Desde que me lembro eu odeio tomar anestesia, até mesmo remédios para gripe e relaxantes musculares me fazem mal. Minha boca estava seca, minha garganta doía, mas os piores eram a minha cabeça e estômago disputando para ver quem me faria vomitar primeiro. Foi quando eu fui tentar mudar de posição que eu senti que tinha alguma coisa estranha na minha perna, gelada e que estava me machucando. Se eu erguesse a cabeça, tenho certeza que acabaria vomitando, então só abri um poucos os olhos e vi uma corrente presa nela.

Aquele fodido... Sentir raiva só me fez querer vomitar com mais forças, então eu forcei a calma e esperei uma boa quantidade de tempo com os olhos fechados, mas o mal estar não deu sinal de passar. Na verdade, o asco e o azedume na minha boca pioraram quando Sasori entrou no quarto com uma bandeja em suas mãos. Ele sorriu e falou cheio de animação, por um breve segundo eu vi o mesmo garoto tímido que eu conheci na Akatsuki escondidos naquele olhar castanho.

-Bem vindo a sua nova casa. Você vai ver, Dei. Vamos ser muito felizes aqui.

Eu não o respondi, não quis falar com ele. No tempo que levou para ele entrar e sentar ao meu lado da cama, foi o bastante para eu perceber que sim, houve uma época que eu realmente amei esse cara. Durou pouco mas foi verdadeiro. O problema é que aquele cara nunca existiu, era só um disfarce usado por esse louco doente ao meu lado. Então, se a pessoa que eu amei nunca existiu, não há porque eu manter qualquer sentimento sobre ela, nem pena nem esperar qualquer compaixão vinda dele.

-Que merda você injetou em mim?

-Uma anestesia geral, por que? Você ainda está se sentindo mal?

Eu afastei a mão dele que ia tocar o meu cabelo, mesmo que isso resultasse em várias pontadas na minha cabeça - Eu já disse para você não encostar em mim!

-Como eu posso cuidar de você sem te tocar?

-Não preciso da sua ajuda.

Sasori suspirou e balançou a cabeça várias vezes - O que ele fez com você...

Não me importei em explicar que eu nunca fui livre ao lado dele, era perca de tempo - Você cumpriu sua parte do acordo? Obito está seguro?

Sasori mordeu o lábio inferior e me olhou com raiva queimando em sua expressão - Por que seu primeiro pensamento é ele?

-Preciso mesmo explicar?

A expressão dele ficou mais escura, eu vi que ele ficou confuso e com raiva quando pegou o celular no bolso da sua calça e digitou a senha numérica rápido demais para eu conseguir distinguir.

O Vazio das ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora