Deidara
Se você ama alguém
Melhor dizer enquanto eles estão aqui porque
Eles podem simplesmente fugir de você
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Foi num piscar de olhos que as coisas mudaram. Obito chegou tarde no apartamento, parecia estar aéreo. Ele não falou nada quando me viu, se jogou na cama e abraçou minha cintura, se encolheu como um filhotinho com a cabeça no meu colo. Eu fechei o notebook imediatamente, desde a primeira vez que ele me ligou durante essa viagem eu soube que tinha algo errado com ele.
-Você está bem?
Obito permaneceu com os olhos bem fechados por um bom tempo. Eu nunca estive numa situação como essa onde preciso confortar alguém, fiquei meio perdido no começo e me lembrei de como me sinto tranquilo quando ele mexe no meu cabelo e resolvi fazer o mesmo com os fios curtos e escuros dele. Me senti contente quando ele relaxou a expressão e sorriu, ainda com olhos fechados.
-Agora estou.
Meu rosto esquentou e não pude deixar de sorrir para ele, mesmo que ele não pudesse ver. Não sou muito bom para conversar, mas é tão estranho ver ele quieto e deprimido assim que resolvi pelo menos tentar conversar com ele um pouco.
-Vocês pegaram o cara?
-Sim e não. Era uma mulher.
-Sério?
-Sim, ela matava mulheres que lembravam a amante do pai.
-Hm.
Acho que nunca odiei não ser bom em conversar como agora. Eu não reparei que ele já estava com os olhos negros cravados em mim, sorrindo discretamente.
-Não precisa ficar tão nervoso assim, eu estou bem.
-Você não parece bem.
Sua boca formou um biquinho, ele soltou o ar dos pulmões, seus braços firmaram ao meu redor.
-Eu não quero te preocupar, me desculpe.
-Se você não me contar que porra está acontecendo, aí sim eu vou ficar preocupado.
Foi num pequeno momento de distração que perdi o controle e falei essas palavras duras, não deveria ter perdido a paciência com ele justo agora que ele parece estar tão minguado e deprimido. Obito soltou minha cintura, virou na cama, deitou com as pernas erguidas e apoiadas na parede atrás de mim.
-Esse caso me deu uma sensação ruim, não sei te explicar direito.
Joguei o travesseiro que estava do meu lado para ele, mas ao invés de colocar sob a cabeça, Obito o abraçou como uma criança indefesa abraçaria o ursinho numa noite escura para não se sentir sozinha diante do medo.
-Tente, eu sou bem inteligente - Incentivei, mas Obito desviou os olhos e encarou o teto.
-Não sei... se posso compartilhar com você isso.
-É segredo?
-Não, eu só não quero te fazer lembrar de Iwagakure.
Obito nunca falava sobre Sasori ou sobre os incêndios, as agressões. Nas raras vezes que ele tocava nesse assunto, era assim que ele falava, "Iwagakure". Gosto de pensar que ele usa isso para mostrar que tudo que passei ficou naquela cidade e não pode me seguir até aqui.
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O Vazio das Chamas
Fiksi PenggemarUm incendiário. Um perfilador. Um sobrevivente. Um agressor. Deidara, um universitário tentando lidar com o vazio que as chamas deixaram. Obito, um perfilador em busca de um sentido a amais para a sua vida. Sasori, um residente em cardiologia sem co...