Monday

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Deidara

Você é minha segunda-feira

Você é o melhor dia da semana

Tão subestimado e com um novo começo

Eu não me importo com o que a galera diga

Você tem a chave pro meu coração, ooh

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Nunca pensei que pudesse ver beleza em uma coisa tão imperfeita quanto o meu relacionamento com Obito.

Brigamos por coisas pequenas, como a bagunça que ele deixa pelo apartamento ou quando ele larga a louça suja na pia para limpar no dia seguinte. Obito fala muito, principalmente quando retorna de uma viagem de trabalho, teve uma ocasião que eu estava tomando banho quando ele chegou de Suna e ele não foi capaz de esperar, ele invadiu o banheiro e ficou encostado na pia me contando como foi a semana dele enquanto eu lavava meu cabelo. Eu caí no erro de aceitar sua ajuda nos estudos para uma prova, foi uma vez para nunca mais pois ele fez tantos comentários idiotas que eu me estressei em menos de dez minutos. Obito acorda falando alto, é estabanado e irritante.

Mas também, Obito confia em mim seus problemas e sonhos, mesmo quando brigamos e discutimos por minha causa, ele sorri no final, me abraça e fica fazendo gracinha até que eu não resisto e caio na risada. Ele faz questão que eu conheça e conviva com seus amigos e suporta pacientemente minha personalidade irritadiça. Obito sempre me traz donuts no fim de semana, não reclama quando acordo assustado por um pesadelo e me apoia em todos os meus projetos.

Nosso relacionamento está longe de ser perfeito, e acho que é por isso que eu me sinto mais feliz a cada dia que passo com ele. Uma felicidade ascendente assim... eu cheguei a ler livros com finais felizes e aconchegantes, eu sou um grande fã desses livros na verdade. Só que eu nunca pensei que aquela sensação boa que alegrava meu coração pudesse ir além da leitura e se tornar real.

-Toda vez que eu tento pintar eu penso nessas coisas... - Suspirei e abaixei a mão com o lápis sem conseguir fazer um traço qualquer, deixando o quadro branco outra vez.

-Quais coisas?

Naruto perguntou ao meu lado, fiquei tanto tempo pensando que esqueci da sua presença no meu ateliê - o canto esquerdo da sala do apartamento do Obito. Ele se livrou da estante e substituiu por um painel para a TV fixado na parede em frente da cozinha aberta dele. Por isso, as poltronas dele mudaram de lugar e ele me cedeu esse espaço para fazer minhas coisas.

Apesar de ser apenas um suporte com um quadro em branco sob um forro de plástico preto no chão, algumas caixas organizadoras de plástico no canto, sinto que aqui é um espaço tão bom quanto meu antigo ateliê. Minha única reclamação seria a falta de portas.

Naruto trocou o peso do corpo para a perna esquerda e esperou em pé ao meu lado. Ele é um dos amigos do Obito que acho mais irritante, por outro lado é com ele que me entendo melhor, por isso lhe respondi.

-Toda vez que eu tento começar esse quadro eu fico pensando em um monte de coisas idiotas.

Ele olhou para a tela e depois para mim e me ofereceu um chocolate. Pelo menos compartilhamos o mesmo gosto por doces.

-Se me permite dizer, creio que são essas coisas idiotas que desejas colorir neste quadro.

-Acho difícil.

Discordei sem pensar muito no que ele disse, mas Naruto não desistiu. Ele segurou os papéis da cadeira ao meu lado para sentar nela.

-Quando escrevo, é assim que me acontece. Fico com uma palavra dias na cabeça até lhe dar uma forma. Cerca de um mês atrás, me perdi várias vezes pensando nas discrepâncias entre as roupas que Itachi usa em casa com as do trabalho. Eu só consegui me acalmar depois que escrevi sobre.

O Vazio das ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora