Capítulo 140

49 5 6
                                    


— Como? — Abri e fechei meus olhos, umas quatro vezes no máximo, rapidamente.

Ainda estava processando o que tinha acabado de ouvir.

— Isso mesmo que você ouviu. — Samantha se remexeu na poltrona. — Está despedida! Não posso ficar com uma presa na minha empresa.

— Você pelo menos assistiu o meu caso? Aposto que não! — Me levantei, nervosa, enquanto gesticulava. — Eu sou a prova viva Samantha, eu posso dar certo! Você precisa me escutar!

— Escutar uma ex-presidiária? Francamente. — Riu sarcástica. — Você vai escrever um livro de autoajuda? Vai querer me matar por eu ter te despedido? — Ela ria, como se estivesse assistindo um game show interessante, de ótimo humor.

— Você não sabe de nada, Samantha. — Segurei meu choro. — Esse lugar nunca será o mesmo, depois que eu escrever...

— Sophia, chega! Eu não quero mais saber de nada. — Levantou as mãos, me parando. — Peço por favor que saia, se não, chamarei os seguranças! Você quer sair escoltada por seguranças? — Aquela pergunta foi tecnicamente uma ameaça, mas segui tranquila.

Assenti, engolindo meu choro e ficando por cima daquela situação. Sair da sala de Samantha com aquela notícia foi uma situação caótica pra mim.

Eu tinha que me reerguer!

E enquanto eu estava tentando me reerguer, Micael havia chegado no hospital com trezentos olhares estranhos para cima de si. Era como se o demônio estivesse solto, por que estavam nos tratando daquele jeito?

— Bem vindo de volta, doutor Borges. — A auxiliar conhecida de Micael sorriu, a única que chegou até ele, sem delongas.

— Obrigado. — Sorriu leve. — Como estão as coisas por aqui?

— Nada boas. — Torceu o nariz. — Doutor Aubrey está lhe esperando na sua sala. Ele não queria recepções! — Lhe avisou. Micael assentiu, indo até o elevador com caminho para sua sala.

Abriu a enorme porta quando chegou, Aubrey estava folheando alguns cadernos que estavam dentro da gaveta de Micael, os vendo, sem permissão.

— Aubrey! — O mesmo fechou a porta atrás de si, o encarando.

— Borges! — Fechou o caderno. — Que bom que voltou!

— Pare de ser falso.

— Não estou sendo. — Pausou. — Antes que faça o que quer fazer comigo, me responda uma única coisa. — Pediu, franzindo o cenho.

— Você vai me perguntar o por quê de Mel ter morrido?

— Exatamente.

— Eu a matei porque ela estava ajudando Rayana. Ela sequestrou a minha filha!

— MENTIRA. — Apontou à Micael, nervoso. — MENTIRA! Melanie nunca faria isso, ela adorava crianças.

— Adorava? — O encarou, incrédulo. — Ela armou uma cama de gato pra Sophia. Ela ajudou em todos os detalhes, Rayana soube de tudo por conta de Melanie. Não seja tolo, Aubrey! — Fez uma careta.

— Você e Sophia a mataram. Acabaram com a vida dela!

— A vida de uma vadia. Era isso que ela sempre foi, Aubrey. — Micael pausou, colocou as mãos na cintura. — Eu confiei na Mel, você não sabe o quanto eu confiei nela. — Disse. — Eu fui... Tapeado!

— Não tão tapeado. — Sondou Micael. — Antes que você me despeça, estou fazendo isso por conta própria. — Avisou. — Vou arrumar um lugar no Arizona, bem longe de você. Bem longe desse povo medíocre.

— Tanto faz, eu não me importo com a sua tristeza por luto em Melanie. Ela mereceu!

— E vou lhe avisar algo que você não sabia. — Preparou-se. — O hospital está falindo, Micael! Sua história repercutiu tanto que as pessoas estão com medo de terem uma ficha no hospital do assassino Borges, digo, doutor Borges. — Debochou. — Só ontem tivemos cento e três desistências. Você não tem mais nada aqui! Você fodeu com a sua vida, eu preferiria o corredor da morte do que isso. — Cuspiu as palavras, sem dó. Era notável que estava com raiva e cutucaria Micael por isso.

— Pare de blefar, Aubrey. — Pediu.

— Não estou blefando, é a realidade! Pegue os boletos, as listas... Coma suas funcionárias para elas te disserem o quanto o hospital está devendo para outros hospitais de transferência. — Cerrou os dentes, esbravecido. — Você não vale de mais nada, Borges!

— Vá embora, Aubrey. Sua hora aqui no hospital já deu.

— Você vai queimar no inferno, Micael. Como vai!

— Obrigado. — Micael esperou que Aubrey saísse. Viu o homem passar por si, batendo a porta em seguida.

Correu até a mesa de madeira, buscou o telefone na base e digitou o número da recepção. Estava aflito!

— Por favor, eu gostaria que alguém me trouxesse a lista dos boletos. Sim? — Pausou. — Me entregue tudo de contabilidade do hospital, por favor. Obrigado! — Desligou a ligação.

Ficaria por ali, resolvendo problemas. Realmente!

— Obrigada. — Soltei após pagar o taxista. Era noite quando cheguei em casa, com as crianças. Thomas estava no bebê conforto, Marcel no carrinho e Kate me ajudando. Ela empurrava o carrinho, até chegarmos na porta de casa.

A Range Rover já estava na garagem, o que me irritou um pouco.

PAPAAAAAAI. — Kate correu até Micael, que estava sentado na mesa, cheio de papéis espalhados pelo vidro.

— Oi, minha princesa. — A encheu de beijos. — Como foi na casa da vovó? — Mexeu em seus cabelos.

— Foi legal! A mamãe parou no Starbucks e comprou um monte de café pra gente. — Vibrou, animada. Não deveria ter dado café à Kate.

— Café? Desde quando a senhora gosta de café? — Fez cócegas na mesma.

— Desde sempre. — Fez seu charme.

— Dona Kate, pode ir subindo! Banho e depois cama. — Avisei.

— Aaaaaaah, mamãe. — Emburrou-se. — Mas eu nem tô com sono. — Cruzou os braços.

— Não adianta chorar! Amanhã você tem escola, cedinho. — Relembrei. — Vamos, vamos! Despeça do seu pai e suba, jaja vou ver você. — Me escorei na cadeira, vendo Kate fazer sua manha noturna antes de subir.

A mesma beijou a bochecha de Micael, se despedindo. Subiu as escadas como uma adolescente birrenta, o que era engraçado. Fiquei na supervisão de Marcel, que dormia no carrinho e Thomas que estava acordado, ainda quieto.

Retirei o mesmo do bebê conforto, Micael veio de encontro, o pegando.

— E aí, garotão! — Deu um cheiro em Thomas, que emitiu um som fofo. — Você estava passeando com a mamãe? Estava? — Sorriu ao observá-lo. Thomas era tão lindo!

— O que são esses papéis? — Me apoiei novamente na cadeira, observando todos os papéis expostos.

– São contas e mais contas. — Balançou Thomas.

— Do hospital? — Franzi o cenho.

— Sim. — Pausou. — A mídia fez a gente se ferrar um pouco. As pessoas estão com medo de frequentar o hospital!

— Mas somos inocentes, Micael! Todo mundo que...

— Mesmo assim, Sophia. Nós matamos muita gente!

Aquilo me pegou desprevenida.

— E agora? — O encarei, preocupada.

— E agora que só resta uma solução.

— Qual? — Mordi a ponta dos meus dedos.

— Eu vou fechar o hospital!

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora