Capítulo 150

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Sai da suíte vendo Micael mexer em Thomas, que estava no berço, encostado no pé da nossa cama. O mesmo já havia dormido, algumas horas atrás, porém, babávamos em seu rostinho angelical enquanto dormia. Eu fazia isso sempre.

Apaguei as luzes e engatinhei até meu lado da cama, Micael fez quase o mesmo, acomodando-se. Suspirou quando deitou, ele não era de fazer isso! Estava... Pensativo.

— Você não quer mesmo conversar sobre o que aconteceu? — Toquei seu ombro, rolando meus olhos. Estava começando a ficar preocupada com Micael.

— Não aconteceu nada, meu amor.

— Aconteceu sim. — Ele se virou à mim. — Na alegria e na tristeza, lembra?

— E alguém aqui está triste? — Me observou pela pequena luz que invadia o quarto, vindo de fora.

— Você não está bem, Micael. — Pausei. — Aconteceu alguma coisa que você não quer me contar!

— É porquê não tem nada pra te contar, caramba. — Riu, ficando um pouco estressado. — Eu só cansado, só isso.

bom. — Toquei em seus cabelos. — Mas fique sabendo que eu me preocupo muito com você.

Micael deu um sorriso sem vida. Eu não iria mais investigar, ele estava mal, com alguma coisa.

Recebi um beijo prolongado antes de Micael se virar, posicionando-se pra dormir. Mas ele voltou ao seu lugar, virando à mim novamente.

— Você se lembra quando seu pai morreu? — O que?

— Como? — Franzi meu cenho.

— Você se lembra da morte do seu pai?

— Aah... Não? — Achei estranho. — Eu era bebê quando o meu pai morreu. — Nos entreolhamos. — Mas, por que a pergunta?

— Só uma curiosidade. A gente nunca conversou sobre isso. — Colocou uma mão debaixo do travesseiro. — E seus parentes? Você já presenciou a morte deles? — Meu Deus, o que deu no Micael?

Ele estava puxando todo o histórico de gente falecida da minha família?

— Micael, você me deixando com medo. — Cerrei meus dentes, aflita. Nunca tivemos uma conversa daquela. — Você usou droga? Pode me dizer, se quiser. — Fui acolhedora.

— Você não queria conversar comigo? Então, estamos conversando! — Sondou, normalmente. — E não, eu não uso drogas desde o segundo ano.

— Você já usou droga, Micael? Que tipo de droga? — Me choquei.

Havíamos mudado total o rumo da conversa.

— Maconha. — Lembrou-se, ficando em silêncio. — Medicinal, é claro. — Remexeu os ombros.

— Eu nunca fumei maconha. — Estava perplexa. Usar droga pra mim era como dançar sensualmente nua no altar de alguma igreja.

O passado de Micael era podre! E eu não sabia metade do que havia acontecido.

— Você quer fumar? — Animou-se, dando um sorriso leve de empolgação.

— Micael, você usou alguma coisa naquele hospital. — Neguei mentalmente, indignada. — Você cheirou cocaína no centro cirúrgico? Eu não vou te julgar, meu amor. — Fui mais acolhedora o possível.

— Claro que não, Sophia. Eu jamais faria isso! — Me encarou. — Mas então? Você quer experimentar?

Ok, você deve estar pensando: "Que adolescente fútil Sophia foi. Nunca havia transado, nunca havia passado mal em festinhas escondidas, nunca havia usado drogas..." Sim, eu era fútil! Lua, Micael e Arthur aproveitaram a adolescência bem mais do que eu. E, aceitar um convite do meu próprio marido à fumar maconha pela primeira vez foi... Divertido. E também, qual era o problema? Eu havia parido dois bebês, matei três pessoas e ainda por cima fui presa. Fumar maconha era o de menos!

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora