Capítulo 192

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— O bichinho, a galinha e o senhor gavião fizeram uma grande festa das... Meu amor, assim não! — Ri leve de Thomas que queria comer a capa do livrinho com ilustrações de animaizinhos.

Estava crescendo! E muito esperto por sinal. O enchi de beijos enquanto Thomas não desistia de comer o livro, onde achei mais graça ainda.

Kate entrou no quarto dos meninos, tinha uma meia de bolinha nos pés e um pijama com estampa de vaquinhas no corpo. Seattle estava chuvoso e fazia frio, o clima era perfeito.

— Oi Cômas. — Sentou-se no tatame colorido, pegando as mãozinhas de Thomas, que riu. — Tia Lili foi pra casa hoje, ela estava cansada. — Referiu-se à babá. Mesmo Thomas não entendendo, ela sempre gostava de conversar com o irmão.

— Você está sentindo falta da tia Lili, Kate? — Perguntei, sorrindo.

— Hum... Eu tô. — Mexeu a cabeça. — O papai queimou a minha panqueca da Aurora. — Fez uma careta, ri leve.

— Seu pai e suas panquecas imprevisíveis. — Neguei com a cabeça, atoa. — Vamos descer, pequeno Thomas? — Tive ele em meus braços ainda, pegando Kate pelas mãos e descendo as escadas.

Micael estava lá em baixo, tentando fazer as panquecas de Kate que não estavam dando certo. Marcel estava no outro tatame na sala, assistia desenho enquanto comia alguns pedaços de fruta. Fiquei atenta.

— Você deixou o Marcel com as bananas? — Perguntei à Micael que jogava a frigideira antiaderente na pia.

— Estão cortadinhas em tamanho ideal. — Me certificou, dando um beijo em meus lábios. — E você, bebê do papai? — Pegou Thomas do meu colo, beijando sua cabeça. — Que cheiroso do pai! É! — Ele ria, acordou animado naquela manhã.

— Kate, acho que seu pai não conseguiu fazer as suas panquecas. — Tentei zoar Micael que revirou os olhos, fazendo eu e Kate rir mais ainda.

— Em minha defesa tudo isso está errado! — Gesticulou. — O molde deveria ser maior.

— Ou você que deveria saber fazer. — O cutuquei. — Marcel? Meu bebê? — Caminhei até a sala, chamando a atenção de Marcel, que sondou algumas palavrinhas, nada demais.

Ma-ma. — Soltou, me observando.

Arregalei meus olhos.

— Ma-ma. — Tocou meu rosto, silabando as palavrinhas pela primeira vez.

Corri com ele em meus braços até Micael, que ficou preocupado ao ver minha face.

— Ele se engasgou? O que aconteceu?

— Ele disse... Ma-ma. — O imitei.

Micael engoliu seco.

— Ele disse? — Sorriu leve.

— Disse, ele disse. — Encarei Marcel que tentava pegar o meu cabelo. — Fala de novo, amor! Fale assim... Ma-ma. — Tentei fazê-lo falar mas foi impossível, Marcel se cansou, ficando quietinho com as mãos sujas de banana. — Tudo bem. — Me entristeci um pouco, o ninando.

— Ele vai falar de novo, amor. Não se preocupe! — Micael disse calmo, alisando minhas costas.

Encarou Kate que tinha os braços cruzados enquanto batia os pés, cobertos com meia.

— Minha panqueca! — Cobrou o pai que segurava o riso.

— Minha princesa, ajude o papai, por favor! — Juntou as mãos, suplicando para que Kate entendesse. — Sua panqueca não deu certo porque o molde era pequeno demais. Parecia que a Aurora tinha levado uma pedrada no rosto ou feito uma rinoplastia errada.

— Micael, que horror. — Ri de seu comentário.

— É sério! Você sabe que o papai faz panquecas como ninguém mas dessa vez tive que parar. — Observou Kate que entendeu, ainda sim, morrendo de fome.

— Cereal de tigrinho? — Optou, sorrindo em seguida.

— Cereal de tigrinho saindo! — Micael foi rápido até o armário, buscando sua tigela e arrumando o café de Kate.

Escutamos a campainha, franzi meu cenho tentando decifrar quem seria aquela hora.

— Bom dia amores lindos menos o Micael. — Lua entrou como um furacão. Deixou o seu Ipad em cima do sofá, indo até à cozinha.

— Ah, é você. — Rolou os olhos. — Esqueci que agora você vive na minha casa. — Micael passou a manteiga no pão.

— Eu vivo na sua casa porque sua mulher me contratou. — Sentou-se em uma cadeira. — Onde está o café?

— Não tem. Se quiser, pode fazer na máquina. — Optei, dando pedacinhos de frutas à Thomas, que rejeitava fazendo careta.

— Cruzes! Eu vou dizer pra LIFE que não tem café na sua casa. — Lua desistiu de pegar o café.

— E você, Lua? Como andam as coisas? — Micael lhe perguntou, óbvio que seria no intuito de tirar uma onda com Lua.

— Eu estou ganhando 20% do que a sua mulher ganha, então, estou ótima! — Sorriu.

— E você colou o Ipad na mão? Francamente! É ridículo te ver passar pela porta como uma anã de jardim, segurando aquele troço gigante. — Micael riu, nos fazendo rir também.

Pra sua informação, Borges. — Deu ênfase. — Aquele Ipad é a minha ferramenta de trabalho.

— Então você ganha 20% da minha mulher pra ficar lendo e-mails? — Micael arqueou a sobrancelha.

— Não só lendo e-mails, eu arrumo tudo pra ela. Inclusive... — Lua lembrou-se. — Você disse pra ele sobre a Ellen DeGeneres?

— Sim, eu disse. E Micael se prontificou de me acompanhar. — Contei feliz à Lua, que não ficou do mesmo jeito.

Seu sorriso morreu.

— Por que fez essa cara? — Não havia entendido.

— Ele quer... Te acompanhar? — Lua engoliu seco.

— Sim. Algum problema? — Ainda não estava entendendo.

— É que o programa só avaliou uma entrada. — Contou, triste. — A sua entrada é principal, não precisa de pulseira.

— Então quer dizer que...

— O Micael não vai poder ir! — Disse confiante.

Mordi a ponta dos meus dedos.

— Mas e você? Acredito que você seja principal igual à mim, Lua.

— Não sou! Eu entro como convidada e perder você na Ellen DeGeneres é a mesma coisa que recusar um ingresso para a Disney. — Arrumou os seus cabelos.

Micael me observou em silêncio.

— Micael gostaria de ir, Lua.

— E você quer levar ele então? — Não gostou muito.

— Eu gostaria de levar os dois...

— Então é assim? Eu faço todos os meus telefonemas, contatos, e-mails combinados e você quer levar o Micael pra te acompanhar? — Achou o cúmulo.

Fiquei com o coração apertado, não iria negar. Decidir Lua e Micael era como ir ao alvo certeiro.

— Lua... Eu não sei o que fazer!

— Ou você me escolhe, ou acabou Ellen DeGeneres pra você.

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora