Capítulo 112

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O táxi parou em frente ao hospital de Micael, paguei o homem que arrancou com o veículo, saindo dali. Passei pela porta automática, entrando de uma vez.

Parei na sala de Micael, abrindo com tudo. Encontrei ele e Lua, pensativos.

— O que aconteceu? — Os encarei.

— Feche a porta. — Micael pediu. Fechei, rápida.

— E então? — Fui de encontro com Lua.

— A polícia estava aqui! Eles querem uma cópia da câmera de segurança. — Micael soltou, impaciente. — Querem a cópia do dia que Mel sumiu.

— Foi o Aubrey, não foi? — Me irritei.

— Foi. Aquele veado enrustido! — Lua rosnou. — Estamos encrencados por ele. Grande porcaria! — Fez uma careta.

— Não estamos tão encrencados assim. — Mexi meus ombros, ganhando os olhares de Lua e Micael.

— Ora, então diga como resolver! — Lua debochou, batendo as mãos na perna.

— Todos aqui lembram do Asher. Não lembram? — Os observei.

Micael abriu a boca, relembrando. Asher era um amigo do colegial, tinha se formado em robótica e era fera em computadores. Um hacker completo!

— Meu amor... — Micael animou-se. — Tem razão! O Asher! — Ficou pensativo. — Como vamos falar com ele?

— Eu tenho os meus Contatos. — Dei uma piscada rápida. — Ligamos ao Asher e pedimos para ele editar as gravações do dia que Melanie sumiu. Vamos dar um fim nas gravações originais e mandados o resto pra polícia. — Disse, como se fosse a coisa mais simples do mundo.

— Desde quando você fez curso de C.S.I? — Lua cruzou os braços. Ganhou risos de Micael, que estava de cabeça baixa.

— Eu sou inteligente, Lua. — Fiz meu charme. — E nesse momento estou extremamente feliz! — Me joguei no sofá que havia na sala de Micael, rindo sozinha.

Ninguém entendeu.

— Você está feliz porquê deu uma ótima ideia ou está feliz porquê foi inteligente uma vez na vida? — Lua debochou, ganhou uma careta minha.

— Estou feliz porquê sou a nova contratada da Hiattus Editora! — Vibrei em comemoração.

Lua ficou boquiaberta e Micael fechou o rosto. Lá vem...

— A HIATTUS? MEU DEUS, SOPHIA! COMPRÁVAMOS TODOS OS LIVROS. VOCÊ SE LEMBRA? — Lua comemorou, correndo até mim. Me dando um abraço de urso. — MEUS DEUS! Eu estou tão feliz por você. — Sorrimos. — Como você conseguiu um emprego lá? E a minha proposta?

— Digamos que a sua proposta não encaixou nos meus eixos. — Torci o nariz. — Porém, consegui um emprego na Hiattus. — Sorrimos novamente. — Você não vai dizer nada, Micael? — O cutuquei com minhas provocações.

— Eu? — Remexeu os lábios, pensativo. — Eu só acho que você não precisava, meu amor. — Me encarou, ainda pensativo. — Não tem necessidade de você trabalhar... Você sabe disso! — Riu leve, por fim. — Ainda mais agora com o Thomas pequeno. — Me lembrou.

— Irei trabalhar de home-office. — Menti.

— Na Hiattus? Não mesmo, meu amor. — Desencostou da mesa. — Conheço Samantha, ela é uma praga quando quer!

— Você conhece a minha chefe? — Achei estranho.

— Eu operei a perna do marido dela, no ano passado. — Me explicou. — Ficou a mesma merda, ela disse isso pra você?

Lua riu à beça, quase se engasgou. Achei graça também, seguindo o embalo.

— Borges, você é um péssimo cirurgião! — Lua continuava a rir. — Você já prestou a atenção que todo mundo que opera com você, ou morre, ou fica deficiente pra sempre. — Gargalhou.

Segurei meu riso. Foi uma brincadeira de mau gosto, confesso. Mas escutar Lua rir foi demais para nós. Sua risada era contagiante!

— Está vendo aquilo? — Apontou à imensa prateleira, cheia de troféus. — São troféus! Você quer que eu leia pra você?

— Não precisa, eu só estava... Brincando. — Sumiu com suas risadas. — Mas então. — Mudou de assunto. — Vamos comemorar dessa vez! — Ajuntou as mãos.

— Claro que vamos! E depois, vamos ligar ao Asher. — Os lembrei. Todos assentiram.

Micael ficou em silêncio, sumindo da nossa conversa.

— Eu vou embora, então. — Lua me abraçou, se despedindo. — Te vejo mais tarde? — Assenti. — Tchau Borges! Não fique com raiva de mim, ok? Sei dos seus troféus. — Abraçou Micael que cedeu.

Vimos Lua passar pela porta.

— Ei. — Caminhei até Micael, alisando seu jaleco. — Você ficou com raiva de Lua? — Achei graça.

— Não. — Rolou os olhos. — Mas me diga você. — Enlaçou minha cintura. — Por que foi procurar um emprego na Hiattus?

— Eu acordei e simplesmente fui até lá, achando que seria a coisa mais fácil do mundo. E foi! — Sorri. — Samantha é louca daquele jeito ou é só um personagem? — Franzi meu cenho, o encarando.

— Ela é louca mesmo, não adianta se estressar com ela. — Sorriu leve. — Estava com saudade de você! — Beijou meus lábios.

Senti saudade, confesso.

— Eu também estava. — Sorrimos entre os beijos. — Mas você foi um merda nesses últimos dias. Sabe disso, não sabe?

— Eu sei, eu sei. — Bufou. — Mas agora eu vou mudar, vou esquecer isso do Marcel e seguir em frente. Não é legal deixá-lo por aí, ele é meu filho, sangue do meu sangue.

Alguém me belisca?

— Sabia que você ia mudar de ideia. — Toquei seu rosto. — Fico feliz por você estar amadurecendo!

— Eu sou bem maduro. Ok? — Ri leve.

— Eu sei. — Voltei a beija-lo. — Estamos em um momento... De celebração, Micael. Éramos pra estar comemorando, e não brigando desse jeito. Ela não existe mais, não existe! — Sorri. — Nos livramos dela, meu amor. Nos livramos! — Juntei minha testa na sua, soltando.

— Sim, nos livramos. — Me deu um selinho demorado. — Agora temos outras preocupações... — Me lembrou. Revirei meus olhos.

— Então deixe as preocupações de lado, senhor Borges. — Enlacei minhas mãos em seu pescoço, o trazendo somente à mim.

Micael me beijou, com gana. Enlaçou sua mão no meio dos meus cabelos, me trazendo pra mais perto. Fui deitada na mesa de madeira maciça, sorrindo sapeca ao conseguir retirar o seu jaleco. Ri cúmplice sobre o que estava fazendo, abrindo minhas pernas e recebendo Micael no meio, me prensando.

— Borges? Sou eu, Aubrey! Dirija-se até a sala de reuniões, por favor. Obrigado. — Sua secretária eletrônica ecoou, lhe fazendo revirar os olhos.

Parei os beijos.

— Você precisa ir! — O observei.

— Não preciso não. — Voltou a me beijar.

— Precisa sim. — O segurei, nos entreolhamos por segundos. — Continuamos isso, depois. Eu prometo! — Dei um selinho demorado, fazendo Micael sorrir com malícia.

Tinha que ir, minha hora havia chegado.

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora