— A senhora ficou maluca? — Eve parou minha tia, que estava no corredor contemporâneo do tribunal. Estavam sozinhas, em um canto, vendo todos sairem do julgamento. — Disse pra mim que ajudaria Sophia! — Estava brava e irritada.— E eu ajudei! Preservei a vida da minha sobrinha.
— Preservou? Onde? — Debochou. — A senhora deu um show de horrores lá dentro, saiba que isso não vai ajudar em nada.
— Sophia não pode ser presa!
— Mas vai acabar sendo por culpa sua e de Branca. — Eve alterou-se. — Não se meta mais nesse caso, estou clara? Eu posso lhe denunciar por calúnia e roubo de bens.
— Micael está ciente do dinheiro.
— Não está! Ele ficou sabendo hoje que metade da fazenda também é dele. Você e Branca são duas... Manipuladoras repugnantes. — Gesticulou, bem irritada. — Faça-me o favor. Pegue um táxi e corra o mais rápido possível daqui! — Deixou minha tia para trás, saindo.
Estava sentada em um banco de madeira, encarando o piso extremamente liso do local. Micael sentou-se ao meu lado, com a ajuda do oficial. Não tínhamos mais privacidade, era terrível estar daquele jeito.
— Como você está?
— Péssima e querendo matar a minha tia, não literalmente. — Micael soltou um riso sem vida.
— Devemos excluir essa palavra do vocabulário, por enquanto.
— Pensei que ela nos ajudaria.
— É claro que não, meu amor. Sua mãe é irmã dela, Brenna está aqui por ela! Eu já sabia que isso ia acontecer. — Lamentou-se.
— Tem razão. — Pensei. — E você? Está se adaptando na cela?
— Minha cela é bem sofisticada, não me sinto um preso por completo. — Sorriu leve. — Consigo assistir TV, tenho acesso à internet, livros... Tem até ar condicionado!
— E por que eu não tenho isso? — Questionei, séria e um pouco brava.
Eu também era uma Borges, estava declarado no papel.
— Eu realmente não sei, meu amor. — Levantou os ombros. — Conversarei com Eve sobre isso.
— Não precisa! Eu não ligo pra mais nada mesmo. — Dei de ombros, deixando de me questionar.
Eve apareceu, furiosa e elegante.
— Eu gostaria de estrangular a sua tia, Sophia. Se me permite! — Arrumou os cabelos. — Que mulherzinha medíocre, sua mãe também é assim?
— Acredite, é pior... — Micael soltou alto, rolando os olhos.
— Ela arruinou a audiência de hoje. Temos mais um ponto do lado negativo! — Bufou. — Eu preciso muito, muito, muito viajar até Chicago, hoje mesmo. — Colocou as mãos na cintura. — Lua virá comigo, vamos trazer o casal que adotou Kate.
— Você vai? — Os olhos de Micael brilharam. — Eve, isso é... Perfeito! Eles vão dizer tudo, tem provas e...
— Micael, esse trabalho é meu! — Curta e grossa. — Não vamos comemorar antes da hora, mas ainda sim é uma proposta convincente.
— Tem algo em que eu possa ajudar? — Soltei, um pouco triste.
— No momento não. Eu só quero que você se prepare para a sua audiência. A última da lista! — Avisou. — E se prepare, vai ser transmitida pela televisão e aberta para a imprensa. Todos estão esperando o desfecho dessa história, Sophia. Você não sabe como. — Uau! Eu ficaria bem mais tranquila agora.
— Meu Deus! — Suspirei, aflita. Aquilo já estava indo longe demais. — Prometo que ficarei tranquila.
— Perfeito. — Eve sorriu.
— Eve! — Micael lhe chamou. — Você tem a voz de tudo por aqui, certo?
— Quase tudo.
— Por que Sophia não tem uma cela sofisticada também?
— Nessa altura do campeonato e vocês querendo celas sofisticadas? Por favor! — Irritou-se. — Deveriam agradecer por estarem sozinhos.
— Sophia também é uma Borges e está em uma cela... Tradicional?
— Para a sua informação, Sophia está em uma cela privilegiada. Não igual a sua mas ainda sim bastante privilegiada! — Me encarou. — E não seja ingrata, tem sorte de não estar vestindo um uniforme laranja com várias amigas lésbicas dividindo cela com você. — Como ela era dura! — Mais alguma coisa ou eu posso ir atrás do caso mais famoso de Seattle?
— Você nos trata como o O.J Simpson. — Micael soltou, revirando os olhos.
— O caso de vocês é igual ao do O.J Simpson! E não me chame de Robert Kardashian, eu atirarei em você se isso acontecer. — Eve pisou duro, saindo pelo corredor à fora.
Em minutos estava dentro de seu carro importado, passou no apartamento de Lua e seguiram caminho até Chicago. Por um momento, o filme do que havia acontecido passou pela cabeça de Lua, que não quis muito ir à fundo. Foram até o endereço guardado pela mesma, voltando até à casa do casal, que os atendeu, se lembrando de Lua.
— Olá! — Eve sorriu. — Meu nome é Eve...
— Nós já sabemos quem é você. Estamos acompanhando o caso de Sophia. — A mulher soltou, mexendo em suas unhas, nervosa. — Sophia a matou mesmo?
— Sim, porém, precisamos de vocês para que ela não vá para o corredor da morte. — Eve lamentou-se. — Preciso de vocês, de verdade.
— Não podemos. — Evitou.
— Por que não? Rayana trapaceou vocês, isso é um crime! — Mostrou os dentes. — Sabe que seu documento assinado dará um baita problema na justiça, sim? — Ameaçou a mulher, que ainda evitava.
— Não podemos ajudá-la! Eu sei que...
— Você não sabe de nada! Quer dizer, você até sabe mas está sendo egoísta de não ir ajudá-la. Coloque-se no lugar dela, a filha foi tirada, ela foi manipulada por anos... — Eve continuou. — Você também foi errada, acreditando na palavra de uma trapaceira sem fim.
— Eve... — Lua interviu.
— Vai ficar na berlinda ou irá ajudar Sophia a sair dessa?
O casal ficou em silêncio.
— Nós... Nós vamos! — O homem soltou, assentindo.
— Perfeito! — Eve mostrou os dentes, vitoriosa. — Preciso de todos os documentos assinados por vocês. E arrumem as malas, estarei esperando no carro!
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Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada
RomansaDepois de anos, Rayana descobre a verdade sobre Sophia e Micael. O pior está por vir: sua doce e terrível vingança!