Capítulo 134

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— A senhora ficou maluca? — Eve parou minha tia, que estava no corredor contemporâneo do tribunal. Estavam sozinhas, em um canto, vendo todos sairem do julgamento. — Disse pra mim que ajudaria Sophia! — Estava brava e irritada.

— E eu ajudei! Preservei a vida da minha sobrinha.

— Preservou? Onde? — Debochou. — A senhora deu um show de horrores lá dentro, saiba que isso não vai ajudar em nada.

— Sophia não pode ser presa!

— Mas vai acabar sendo por culpa sua e de Branca. — Eve alterou-se. — Não se meta mais nesse caso, estou clara? Eu posso lhe denunciar por calúnia e roubo de bens.

— Micael está ciente do dinheiro.

— Não está! Ele ficou sabendo hoje que metade da fazenda também é dele. Você e Branca são duas... Manipuladoras repugnantes. — Gesticulou, bem irritada. — Faça-me o favor. Pegue um táxi e corra o mais rápido possível daqui! — Deixou minha tia para trás, saindo.

Estava sentada em um banco de madeira, encarando o piso extremamente liso do local. Micael sentou-se ao meu lado, com a ajuda do oficial. Não tínhamos mais privacidade, era terrível estar daquele jeito.

— Como você está?

— Péssima e querendo matar a minha tia, não literalmente. — Micael soltou um riso sem vida.

— Devemos excluir essa palavra do vocabulário, por enquanto.

— Pensei que ela nos ajudaria.

— É claro que não, meu amor. Sua mãe é irmã dela, Brenna está aqui por ela! Eu já sabia que isso ia acontecer. — Lamentou-se.

— Tem razão. — Pensei. — E você? Está se adaptando na cela?

— Minha cela é bem sofisticada, não me sinto um preso por completo. — Sorriu leve. — Consigo assistir TV, tenho acesso à internet, livros... Tem até ar condicionado!

— E por que eu não tenho isso? — Questionei, séria e um pouco brava.

Eu também era uma Borges, estava declarado no papel.

— Eu realmente não sei, meu amor. — Levantou os ombros. — Conversarei com Eve sobre isso.

— Não precisa! Eu não ligo pra mais nada mesmo. — Dei de ombros, deixando de me questionar.

Eve apareceu, furiosa e elegante.

— Eu gostaria de estrangular a sua tia, Sophia. Se me permite! — Arrumou os cabelos. — Que mulherzinha medíocre, sua mãe também é assim?

— Acredite, é pior... — Micael soltou alto, rolando os olhos.

— Ela arruinou a audiência de hoje. Temos mais um ponto do lado negativo! — Bufou. — Eu preciso muito, muito, muito viajar até Chicago, hoje mesmo. — Colocou as mãos na cintura. — Lua virá comigo, vamos trazer o casal que adotou Kate.

— Você vai? — Os olhos de Micael brilharam. — Eve, isso é... Perfeito! Eles vão dizer tudo, tem provas e...

— Micael, esse trabalho é meu! — Curta e grossa. — Não vamos comemorar antes da hora, mas ainda sim é uma proposta convincente.

— Tem algo em que eu possa ajudar? — Soltei, um pouco triste.

— No momento não. Eu só quero que você se prepare para a sua audiência. A última da lista! — Avisou. — E se prepare, vai ser transmitida pela televisão e aberta para a imprensa. Todos estão esperando o desfecho dessa história, Sophia. Você não sabe como. — Uau! Eu ficaria bem mais tranquila agora.

— Meu Deus! — Suspirei, aflita. Aquilo já estava indo longe demais. — Prometo que ficarei tranquila.

— Perfeito. — Eve sorriu.

— Eve! — Micael lhe chamou. — Você tem a voz de tudo por aqui, certo?

— Quase tudo.

— Por que Sophia não tem uma cela sofisticada também?

— Nessa altura do campeonato e vocês querendo celas sofisticadas? Por favor! — Irritou-se. — Deveriam agradecer por estarem sozinhos.

— Sophia também é uma Borges e está em uma cela... Tradicional?

— Para a sua informação, Sophia está em uma cela privilegiada. Não igual a sua mas ainda sim bastante privilegiada! — Me encarou. — E não seja ingrata, tem sorte de não estar vestindo um uniforme laranja com várias amigas lésbicas dividindo cela com você. — Como ela era dura! — Mais alguma coisa ou eu posso ir atrás do caso mais famoso de Seattle?

— Você nos trata como o O.J Simpson. — Micael soltou, revirando os olhos.

— O caso de vocês é igual ao do O.J Simpson! E não me chame de Robert Kardashian, eu atirarei em você se isso acontecer. — Eve pisou duro, saindo pelo corredor à fora.

Em minutos estava dentro de seu carro importado, passou no apartamento de Lua e seguiram caminho até Chicago. Por um momento, o filme do que havia acontecido passou pela cabeça de Lua, que não quis muito ir à fundo. Foram até o endereço guardado pela mesma, voltando até à casa do casal, que os atendeu, se lembrando de Lua.

— Olá! — Eve sorriu. — Meu nome é Eve...

— Nós já sabemos quem é você. Estamos acompanhando o caso de Sophia. — A mulher soltou, mexendo em suas unhas, nervosa. — Sophia a matou mesmo?

— Sim, porém, precisamos de vocês para que ela não vá para o corredor da morte. — Eve lamentou-se. — Preciso de vocês, de verdade.

— Não podemos. — Evitou.

— Por que não? Rayana trapaceou vocês, isso é um crime! — Mostrou os dentes. — Sabe que seu documento assinado dará um baita problema na justiça, sim? — Ameaçou a mulher, que ainda evitava.

— Não podemos ajudá-la! Eu sei que...

— Você não sabe de nada! Quer dizer, você até sabe mas está sendo egoísta de não ir ajudá-la. Coloque-se no lugar dela, a filha foi tirada, ela foi manipulada por anos... — Eve continuou. — Você também foi errada, acreditando na palavra de uma trapaceira sem fim.

— Eve... — Lua interviu.

— Vai ficar na berlinda ou irá ajudar Sophia a sair dessa?

O casal ficou em silêncio.

— Nós... Nós vamos! — O homem soltou, assentindo.

— Perfeito! — Eve mostrou os dentes, vitoriosa. — Preciso de todos os documentos assinados por vocês. E arrumem as malas, estarei esperando no carro!

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora