Capítulo 55

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Seis meses depois.

Estávamos indo bem, em partes. Ficar no hospital era um tédio sem fim e eu nunca pensei que passaria por isso algum dia. Não descobrimos o sexo do bebê, já que meu caso era um pouco sério, os médicos não conseguiam ver.

Lua me via duas vezes por semana, logo após, fez uma viagem rápida ao Rio de Janeiro, resolvendo assuntos importantes da família. E tínhamos mais uma novidade: Kate estava fazendo balé! Havia começado as aulas em algumas semanas atrás.

Tudo em perfeita ordem.

— Estamos evoluindo. — Micael sorriu enquanto segurava minhas mãos. Estávamos andando pelos corredores do hospital, felizes. Minha barriga estava enorme!

— Falta pouco! — Suspirei em felicidade, saber que o bebê estava próximo de nascer me deixava bastante feliz.

— Qualquer dor que você sentir...

— Eu já sei. — Brinquei com o mesmo. — Você vai ficar bravo se eu perguntar... — Fiz uma careta. — Sobre o parto?

— Preciso te responder? — Micael me entreolhou, sem paciência.

Vimos Aubrey se aproximar. Ele era o braço direito de Micael em quase todas as cirurgias, um excelente cirurgião!

— Sophia! — Ficou feliz em me ver. — Que maravilha! Como está se saindo?

— Estou bem sim, muito bem. — Assenti animada. — Na verdade, eu estou ótima! Flexível! Consigo até colocar o meu filho no mundo sem problemas. — Congelei meu sorriso.

Micael riu leve e negou com a cabeça, seguido de Aubrey.

— Infelizmente isso eu não posso te garantir. — Aubrey colocou as mãos no bolso do jaleco. — Mas temos uma notícia boa! Sua cesária foi marcada. — Sorriu.

— Marcada? — Franzi o cenho. — As cesárias não funcionam como nos filmes? — Micael voltou a rir leve, me abraçando.

— Na verdade a cesária funciona quando sua bolsa estoura e quando o bebê está realmente pronto, quase igual ao parto normal. — Micael explicou. — Mas no seu caso nós vamos agendar a sua cesária, o nosso tempo é curto!

— Se demorarmos demais, pode acontecer coisas... Surpreendentes. — Aubrey ficou sério, assim como Micael. — Eu não quero arriscar nada no momento, todo cuidado é pouco.

Assenti, com medo. Micael beijou a minha mão, em tom de segurança.

— Vou voltar com ela ao quarto, já andamos demais. — Micael soltou.

— Pode passar na minha sala depois? — Aubrey lhe perguntou, bastante sério. Micael assentiu, me levando ao quarto novamente.

Caminhamos lentamente até chegarmos, minha mente não conseguia pensar em outra coisa. Era ruim demais escutar aquele tipo de notícia!

— Você está com medo, não está? — Micael me perguntou.

— É, eu estou sim. — O encarei. — É que... Eu já vi tanta gente morrer em cesária, Micael. — Me apavorei.

— Mas você não pode pensar nessas coisas. E outra. — Pausou. — Somos profissionais! Eu não seria louco de deixar você morrer. — Segurou em meu rosto. — Eu quero que você pense positivo, tudo bem? — Assenti. — Só relaxe e espere, o nosso bebê está chegando! — Sorrimos antes de nos abraçarmos.

02:17 AM.

Estava dormindo, tranquilamente. Meu sonho? Um pouco diferente dos outros, esse me incomodava, constantemente. Virei meu corpo duas vezes, franzindo meu cenho e sentindo a cólica que me matava, lembrei até do tempo do colégio.

Mas quando acordei, lembrei-me que não estava menstruada. E sim, grávida!

Meu coração estava acelerado e minha dor só aumentava.

— MICAEL! — Gritei. O mesmo pulou da maca, ainda bêbado de sono.

— O QUE ACONTECEU? — Chegou perto de mim, verificando.

— Eu estou sentindo dor, como se fosse... Uma cólica chata e cruel. — Cerrei meus dentes.

Micael abriu a porta, correndo. Escutei sua voz nervosa, em pânico. O mesmo voltou, agora, com dois residentes atrás, ficaram ao lado da minha maca, me passando para uma maca móvel.

— O que está acontecendo? — Perguntei, em pânico.

— O bebê vai nascer. — Micael me avisou, as luzes em meu rosto me incomodaram. Estava sendo levada pelos três.

Entrei em um centro cirúrgico, estava com medo. Nunca havia feito cirurgias e também nunca acompanhei alguém.

— Vai ficar tudo bem, ok? — Micael estava em minha frente, segurando minhas mãos enquanto a enfermeira preparava a raquidiana.

Forcei meus olhos ao sentir a grossura da agulha penetrar em minha espinha, respirei fundo e tentei não ficar nervosa, apesar de eu já estar.

Micael mexeu os meus ombros, brincando comigo. Me deitou novamente na maca, onde tive acesso à um pano em minha frente, e logo após, não senti mais nada. Ainda estava consciente, escutando os barulhos do outro lado e prestando a atenção nos instrumentos metálicos fazendo impacto com outros objetos.

Aubrey entrou na sala, já vestido.

— Vamos colocar um bebê no mundo? Já está na hora dele conhecer! — Esfregou as mãos com a luva, sorrindo animado.

— Vai dar tudo certo, querida! — Micael beijou minha mão, antes de soltar. Foi de encontro com Aubrey, que o parou.

— Onde você pensa que vai?

— Fazer o parto da minha mulher? — Tinha graça em sua voz, como um deboche delicado.

— Não. Você não vai! Hoje quem é responsável pelo parto sou eu, e não adianta você hesitar. — Disse sério. — Você vai se posicionar ao lado dela e assistir tudo.

— Não foi isso que a gente combinou. — Rosnou, irritado.

— Nós não combinamos nada, Micael! Eu não vou deixar você fazer o parto da sua mulher. — Cerrou os dentes, ganhando a guerra e deixando Micael mais irritado ainda.

O mesmo voltou ao meu lado, bravo, mas mudou de figura após me encarar.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei calma.

— Nada com que você se preocupe. — Sorriu falso, voltando a segurar a minha mão.

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora