Capítulo 92

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Seattle.
07:48 AM.

— Sophia, suba e tome um banho. — Lua decretou, após chegarmos em casa.

Que agora seria somente minha. Meu coração se apertou ao entrar ali. Não haveria mais o Micael pra nada!

— Eu irei. Mas não garanto que conseguirei dormir. — Me referi aos bens materiais de Micael que ainda seguia em nosso quarto.

Lua caminhou até à cozinha, buscando um copo de vidro e um pouco d'água. Encheu o recipiente, vasculhou o bolso da calça, retirando um frasco pequeno e escuro, com o rótulo verde e branco, em letras suaves. Despejou quatro gotas de uma vez, o líquido se desfez na água.

— Tome isto! — Me entregou, vindo de encontro. — Irei fazer algo pra você comer.

— Eu não quero. — Encarei o copo. — Você batizou com algo? Seja sincera!

— Claro que não! Você já tomou remédio demais. — Colocou as mãos na cintura.

Bebi a água, esvaziando o copo. Entreguei à Lua novamente, que sorriu.

— Preferência na comida? Estava pensando em fazer uma sopa leve com legumes e algumas carnes. Que tal? — Não obteve a minha resposta, já que subi as escadas, largando ela falando sozinha. — Irei fazer a sopa! — Debochou, me fazendo soltar um riso sem vida.

Caminhei pelo corredor antes de colocar a mão na maçaneta, abrindo a porta e sentindo o cheiro másculo de Micael, que sempre deixava antes de sair. Aquilo me matou, oitocentas vezes por dentro, acredite!

Senti meu coração acelerar após entrar no closet, suas camisetas perfeitamente dobradas na gaveta, os cabides com alguns ternos e trajes sociais. Os cintos, cuecas e demais acessórios me fizeram surtar. Ele nunca mais iria os usar, nunca mais!

Tirei um de seus jalecos do cabide, o vestindo. Funguei seu cheiro, me sentindo confortável de novo, antes de deslizar pela parede, me sentando no carpete do closet. Em meu lado, em cima do rodapé havia uma tomada, seguido por um interruptor, que desligava a luz do ambiente. Toquei meus dedos no botão, fazendo com que o closet ficasse escuro.

E voltei meus dedos novamente, acendendo a luz e visualizando Micael.

— Amor! Você viu as minhas meias? — Micael abriu a gaveta, bagunçando tudo novamente. Me irritei, afinal, eu havia arrumado três dias atrás.

Entrei no closet, parando no batente da porta de correr.

— Estão na outra gaveta, Micael. — Disse sem paciência, cruzando meus braços. — Você vai arrumar tudo depois!

— Eu? Você arruma tudo e depois não me diz onde as coisas estão. — Abriu a outra gaveta, pegando um par de meias. — Viu só? Essas meias são novas? — Visualizou bem o par, antes de vestir.

Saiu do closet e sentou-se na cama, cruzando a perna e colocando sua meia.

— Você nem deve saber as coisas que tem. Está vendo? — Achei graça.

Cheguei mais perto, sentando em seu colo.

— Você vai arrumar a gaveta?

— Vou. Mas depois, gostaria de ganhar um agrado. — Mordiscou minha orelha, bati em seu ombro.

— Um agrado? — Segurei meu riso. — Que tipo de agrado?

— Aquele agrado onde você se ajoelha e se entala em seguida. — Fiquei boquiaberta enquanto escutava Micael gargalhar, bati em seu ombro novamente.

— Seu... Tarado manipulador! — Foi minha vez de rir.

— Manipulador? Ah não! Você pegou pesado dessa vez!

— Pesado? Você desarrumou a gaveta e depois quer um agrado, me poupe! — Rolei meus olhos.

Micael me beijou.

— Gosto quando você fica brava sem motivo. Me deixa louco, sabia?

— Não. — Fiz o charme de Kate, rindo em seguida. — Você é um manipulador tarado que só quer me ver sexualmente.

— Meu amor mas é claro que não! Não diga isso! — Entristeceu, de mentira. Ri mais ainda. — É que eu adoro o seu agrado, só você sabe fazer do seu jeitinho. — Sussurrou em meu ouvido.

Me estremeci, arrepiando em seguida e beijando Micael ferozmente. Tive que parar! Kate estava em casa e a porta do quarto estava aberta, não podíamos.

— Acho que você está totalmente errado. — Brinquei com o mesmo.

— Por que? — Franziu o cenho sem entender.

Me encarou, sério. Não podia rir!

— Acho que as meninas do colegial sabiam fazer bem mais. Era o que eu escutava! — Rendi minhas mãos, fazendo uma careta e saindo do colo de Micael.

Segui ao closet novamente, tive ele atrás de mim, sondando minha fala e querendo saber mais.

— Você e essa sua mania de colocar tudo no mundo do colegial. — Rolou os olhos.

— Colocar tudo no colegial? — Ri rápida. — Eu só estou dizendo que escutava muita coisa. Você era popular, Micael. Não venha me dizer que não gostava.

Abri sua gaveta novamente, dobrando as roupas.

— Tá blefando?

— Parece que eu estou?

— Parece. — Cruzou os braços. — Você gosta de voltar nesse assunto.

— E você gosta de se irritar sem um pingo de necessidade. — Voltei a gaveta no lugar, passando por Micael. — Você quer brigar? Então... Vamos brigar!

— Parece que eu quero?

— Parece.

— Impressão sua então. — Fez uma careta. — Você não sabe o que quer.

— Sabe, essa discussão não está chegando em lugar nenhum. — Encarei Micael, sem paciência. Bati minhas mãos em minhas pernas, um pouco irritada. — Estávamos bem e do nada...

— Tô um pouco estressado, só isso.

— Então deixe o seu estresse no hospital, já te disse isso. — Fui de encontro com Micael, enlaçando meus braços em seu pescoço. O enchi de beijos, fazendo o mesmo sorrir. — Eu posso te relaxar um pouquinho.

— Pode? — Assentimos como dois safados em ansiedade. — Eu vou aceitar a sua proposta.

— Vai? — Umedeci meus lábios. Micael me beijou novamente.

— Vou, mas é claro que eu vou. — Disse calmo, enquanto tinha meus lábios grudados no seu, me beijando.

Ri leve após deitar na cama, tendo Micael em cima de mim. Ele era meu tudo, não podia negar.

Eu nunca vou te perdoar por isso, Micael. — Soltei, após apagar a luz novamente, me queixando de sono.

Não vi quando me deitei no carpete, encolhida, enquanto tinha o jaleco de Micael em meu corpo. Lembro-me de ter sonhado com ele, duas vezes, sem pausas. Era assim que eu iria me lembrar, em sonhos, o único lugar que tudo parecia estar real.

E em meus sonhos, tudo era real!

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora