Capítulo 136

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Dois dias depois.

O dia do meu julgamento era hoje, estava aflita, tensa e com vontade de desistir antes de tudo. Lua brigou comigo na noite passada, quando acidentalmente parei o júri para confessar todo o meu crime, mesmo sabendo que não tinha nenhuma prova contra Rayana, em sua vingança infernal.

Ela sumiu em vinte e quatro horas, junto de Eve, que também estava brava com a minha linha de pensamento, em questão de deixar tudo e se entregar.

— Senhorita Borges? — A oficial feminina parou em frente a grade, abriu delicadamente. Era negra e um pouco alta. — Vim buscá-la! Vamos arrumar a senhora, tudo bem? — Sorriu em conforto.

Eu precisava daquele conforto! Aquele conforto estava faltando no meu dia a dia, na minha cela, nos meus pensamentos. Eu quase supliquei à ela para que eu pudesse ver os meus filhos, mas sabia que teria uma resposta negativa, no dia do meu julgamento.

— Claro. — Assenti, suspirando. Acompanhei ela, saindo de lá.

Estava algemada quando subi algumas escadas, com sua companhia. Parei em uma sala branca, normalizada, alguns bancos de madeira e uma mesa com objetos, maquiagens e ao lado um cabide com minha roupa separada. Estavam me tratando como uma super estrela, porém, queriam me condenar a qualquer custo.

Estavam me arrumando para o dia da minha morte.

— A senhora prefere brincos de argola ou pontos de ouro? — Perguntou, educadamente. Tinha dois pares de brincos em mãos, observando antes de me entregar.

— Pontos de ouro cairiam bem, sim? — Sorri sem vida, vendo o seu assentimento sob mim.

— O suéter ficará lindo na senhora. Combina com o seu tom de pele! — Me ajudou com os brincos, enquanto nos observávamos diante do espelho que havia.

Eu queria tanto chorar! Tanto! Aquilo era... Cruel.  Eu sabia que ela estava com remorso, pelo o que aconteceria depois.

Trinta minutos depois e eu estava devidamente arrumada, de cabelos penteados, boa roupa e um bom par de sapatos. Meu rosto? Não era um dos bons, apesar da maquiagem leve e superficial eu estava sofrendo por dentro. Meu coração doía, era como se eu fosse ao abate.

E certamente eu iria.

— Está pronta? — A oficial perguntou, um pouco preocupada. Eu deveria estar pálida no momento.

— Vamos? — Rebati em uma pergunta, fingindo que estava tudo bem. Ela assentiu, voltando com as algemas em meu pulso, nos tirando dali.

O tribunal estava lotado, parecia um jogo de futebol americano com centenas de paparazzi's, imprensa e tabloides de fofocas. Demorei para subir os degraus de início, com o tanto de flash's em meu rosto, tentando tirar a foto perfeita para a capa de alguma revista qualquer. Quando consegui chegar lá em cima, com a ajuda de cinco oficiais e dois policiais, eu estava livre.

Porém, a TV havia me pegado desprevenida. Colocando um microfone preto e alguns gravadores perto do meu rosto, esperando o ganha pão do dia.

Uma entrevista: satisfação total do chefe.

— Sophia, como você se sente sabendo que hoje irá ao corredor da morte? Já sabe quais crimes vai confessar? — A repórter loira e de cachos me questionou. Eu queria tanto matá-la! Por Deus, eu sei que não podia cometer mais nenhum crime, mas eu queria.

Balbuciei antes de respondê-la, lhe fuzilando com o meu olhar não muito bom naquela manhã.

— Saiam daqui, saiam! Bando de pombos sujos e esfomeados. — A voz conhecida me tranquilizou. Eve apareceu ao meu lado, perfeita como sempre. Seu perfume estava... Excepcional! Eu estava me apaixonando por ela? Até Micael estava se apaixonando! Eve era intimidante aos olhos de todos. — Como você está? — Tocou meu ombro, me tirando do mundaréu de pombos sujos e esfomeados, como ela mesma disse.

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora