Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada

Capítulo 84

Corremos como duas adolescentes até despistar Micael, que estava feito um louco com o motor da Range Rover atrás de nós. Seguimos até um ponte de ônibus, pedindo informações até pararmos na estação de trem.

Iríamos ir até Michigan, de trem. Poucas horas de viagem, sem interrupções, seria divertido no meio de tanto caos. Além do mais, eu estava com Lua.

Compramos os bilhetes e esperamos pelo o trem, que parou no local indicado. Embarcamos, buscando as nossas poltronas.

Fazia anos que eu não andava de trem, me lembrou os velhos tempos de ida até as cidades mais próximas de Nova Iorque. Isso me lembrou Tia Brenna, quando vinha nos visitar.

— Você tá legal? — Lua me perguntou, aflita. Me conhecia muito bem.

— Eu quero matar aquele idiota. — Rosnei.

— Chega de matar, você já matou demais. — Deu um sorriso leve.

— Eu não me importo. — Encarei a janela, cruzando meus braços. — Você viu o que ele disse? Foi cruel, Lua! Foi cruel!

— Eu sei, eu estava lá. — Pausou. — Vai ver é o nervoso, Sophia.

— Você diria isso do seu filho se estivesse nervosa? Por favor! Me poupe disso. — Esbraveci. — Ele passou de todos os limites, eu sabia que não era tão confiável assim.

— Ele te ama, Sophia. Eu sei disso!

— Me ama tanto que esquece dos próprios filhos. Essa família Borges é uma burrice mesmo, onde eu fui me enfiar? — Revirei os olhos. — Eu estou com tanto nojo dele que... Meu Deus! — Cobri meu rosto com as mãos. — É com aquilo que eu me deito todas as noites? Que eu divido banhos? Que eu me entrego de corpo e alma? — Indignei.

— Soaria maçante se eu soltar um: Eu. Te. Avisei? — Fez uma careta, recebendo outra revirada de olho minha.

— Eu deveria ter te escutado desde o primeiro tempo.

— Está vendo? Glória a Deus! — Rendeu as mãos, me fazendo rir um pouco. — Vamos ser sinceras? Ele surtou.

— Ele vai surtar quando assinar o famoso papel feito pra casais que se odeiam, não se suportam e estão no fim de tudo. — Suspirei.

— Drama queen. — Lua revirou os olhos.

— Não é drama, é realidade. Se ele não aceita os nossos filhos, ele não é ninguém!

— Sophia, ele não disse que tecnicamente não aceita os filhos dele. — Fez uma careta, gesticulando. — Ele só disse que você deveria ter abortado a Kate, quando descobriu de tudo.

— Você está a favor dele?

— Olha, eu não estou do lado de ninguém. Ok? — Foi sincera. — Vocês vão se matar mas no final vão acabar suados em uma cama de casal, fazendo mais filhos. — Encarou as unhas. — Não seja tão dramática a esse ponto.

Ficamos em silêncio.

— O que vamos fazer agora? Ele era a cabeça do plano. — Soltei.

— Eu era a cabeça do plano. O Micael é burro! — Balançou as pernas. — Agora nós vamos seguir até Michigan e buscar a Kate. Vamos conversar com os policiais, conte toda a verdade.

— Os documentos... Que droga! — Lembrei-me.

Lua segurou o riso de nervosismo.

— Sabe? Eu não falarei nada. Eu vou dormir um pouco porque estou cansada. — Ajeitou-se na poltrona pouco confortável do trem.