Capítulo 67

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— Serina, sou eu! O Borges. — Micael deu a volta na Range Rover, abriu o porta-malas. Tinha o IPhone na orelha. — Preciso que me faça um favor. — Colocou algumas malas lá dentro, fechando em seguida. — Estou levando meu filho até você, gostaria que cuidasse dele. É um caso de vida ou morte! — Colocou as mãos na cintura, pensando rápido.

Enquanto Micael negociava, eu estava lá dentro com Thomas. Já tinha o arrumado e agora estava tirando o tanto necessário de leite na bombinha. Não sabia quando iria voltar mas sabia que ele precisaria de mim, de um jeito ou de outro.

Lavei a bombinha e logo após guardei, coloquei as mamadeiras necessárias que consegui encher dentro de uma caixa térmica, levando até Micael que estava na garagem.

— Ok, até daqui à pouco! — Desligou a ligação.

— Com quem estava falando? — Entreguei a caixa.

— Serina, minha madrinha. — Abriu a porta de trás. — Thomas irá ficar com ela.

— E quem é essa sua madrinha? — Franzi o cenho, mas na verdade estava com medo.

— Ela é meia-irmã da minha mãe. — Soltou, sem paciência. — A filha dela teve bebê recentemente, pode amamentar Thomas o quanto quiser!

— NÃO. — O parei, ficando brava.

Micael me encarou, sem entender.

— Eu não vou deixar que outra mulher amamente o meu filho. — Soltei, irritada.

— E você acha que treze mamadeiras irá sustentar? — Foi irônico.

Fiquei em silêncio, Micael voltou a arrumar as coisas.

— Podíamos deixar com a mãe de Lua. — Optei.

— Não podemos deixar o Thomas com ninguém próximo. É a Rayana, ela vai tentar todos os meios possíveis. — Me encarou. — Não podemos demorar, ela é... Previsível. — Entrou em casa novamente.

O segui.

— Ela conhece essa sua meia-tia? — Vi Micael buscar Thomas, que estava dentro do bebê conforto.

— Ninguém sabe quem ela é. Nem Lua sabe, não falamos muito com ela. — Colocou o mesmo no banco de trás, prendendo aos cintos.

— Onde ela mora? — Estava nítido o meu medo.

— Aberdeen. — Fechou a porta, trancando por dentro. — Vamos? Temos chão pela frente!

Duas horas depois.
Aberdeen.

Micael estacionou a Range Rover no caminho de pedras do jardim aberto, a casa não era totalmente de luxo em como estávamos acostumados. Parecia até a minha casa, quando eu morava com minha mãe.

A mulher morena, alta e magra saiu da casa, tinha um roupão no corpo e sapatos de quarto nos pés, como pantufas. Sorriu quando avistou Micael, saindo do veículo.

— Madrinha. — Abraçou a mesma, sorrindo leve.

— Garoto, você está enorme! — Alisou os cabelos do mesmo.

— Senti sua falta.

— Você sumiu. — Soltou. — Quem é a moça bonita? — Me observou ao sair da Range Rover, estava com o bebê conforto de Thomas nas mãos.

— Minha esposa. — Disse calmo, me vendo chegar até os mesmos.

— Olá. — Sorri leve. — Prazer, eu sou Sophia.

— Prazer, Serina. — Sorrimos. — Vamos entrando! — Nos acolheu, Micael buscou o restante das coisas dentro do porta-malas.

A casa em si era aconchegante, me lembrava muito a minha infância. Sentei-me no sofá verificando Thomas que estava acordado, ainda quieto, não tinha resmungado de nada.

— Vão sair da cidade? — Serina cruzou os braços, nos observando.

— Estamos com problemas! Sequestraram a nossa menina. — Micael explicou.

— Quantos filhos vocês tem?

— Dois. Com Sophia. — Pausou. — Mas tenho outro, de um casamento indesejado.

— Meu Deus. — Ela negou com a cabeça. — O que pretendem fazer?

— Eu não faço a mínima ideia. — Cruzou as mãos, ficando em transe. — Precisamos que alguém de longe fique com Thomas, até tudo isso passar.

— Sua mãe sabe de alguma coisa?

— Não, e também quero que a senhora não diga nada. Por favor! — Pediu.

— Certo. — Umedeceu os lábios. — Faz tempo que eu não falo com ela, desde a morte da sua irmã. — Caminhou pela casa, sentando na cadeira de madeira.

— Como a senhora soube? — Micael franziu o cenho.

— Ela me ligou, estava desesperada. — Relembrou.

Ficamos em silêncio.

— Devemos ir. — Micael encarou a tela do IPhone, verificando as horas.

Peguei Thomas no colo, beijando o topo de sua cabeça, antes de começar a chorar.

— Meu pequeno! Eu amo você! — O encarei, dando um cheiro prolongado e beijando mais um pouco, antes de entregar à Serina, que tinha os braços abertos. — Cuide dele por nós, por favor! — Ela assentiu.

— Ele está o mais seguro possível, isso eu posso lhe garantir de olhos fechados. — Sorriu leve, me passando conforto.

Teve Thomas no colo, o observando enquanto sorria.

— Fique bem, garotão. — Micael alisou suas mãozinhas, antes de encarar a madrinha, que assentiu novamente. — Obrigado por tudo.

— Façam o que tem que ser feito! — Decretou.

Micael me observou antes de sairmos, fizemos o caminho de volta ao veículo, entrando no mesmo e seguindo viagem.

— Ok, precisamos achar um jeito de começar esse joguinho tenebroso dela. — Fez a manobra, saindo do jardim.

Seu IPhone vibrou, em um número desconhecido.

— É ELA! — Apavorei.

— ATENDE. — Pegou o aparelho antes de mim, atendendo e colocando em viva voz. — Fala logo!

— Se eu fosse você, me trataria melhor. — A voz de Rayana ecoou.

Qual é o primeiro passo? — Micael soltou, irritado. Continuou a dirigir.

Estávamos prestando atenção em suas palavras.

— Fase número um. — Soltou um riso. — É um enigma. HA HA HA! — Reviramos os olhos.

— Pode falar. — Minha voz ecoou.

— O primeiro lençol manchado! — Pausou. — Boa sorte. — A ligação caiu.

Micael jogou o IPhone longe, que caiu no carpete do carro.

— O primeiro lençol manchado. — Silabou, pensando.

— O que ela quis dizer com isso? — Franzi meu cenho, pensando também.

— O primeiro lençol manchado. O primeiro lençol manchado. — Continuou.

— Manchado de que? Será que...

— A CASA DA MINHA MÃE. — Micael berrou, me fazendo pular de susto. — O lençol manchado é a sua perda de virgindade. O primeiro lugar onde eu te levei. — Gênio!

— Vamos ir à Nova Iorque?

— Temos que ir, não tem mais essa de escolher ou não. — Pegou a interestadual, fechando os vidros.

Fazia frio em Aberdeen.

Estava tensa enquanto Micael dirigia em sentido à Nova Iorque. Encarei minha aliança, rodando o ouro fino em meu dedo, pensando em todas as coisas que poderia me acontecer. Micael me pegou desprevenida, segurando minha mão e beijando em seguida.

— Vamos matar aquela filha da puta, ou eu não me chamo Micael Borges.

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora