Capítulo 57

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— Alguém? — Coloquei minhas mãos em cima de meus olhos, me escondendo do clarão que vinha em minha direção. Um local nítido, mas claro. Muito claro! Parecia-se com a minha antiga casa, quando eu tinha doze anos.

— Querida! — A imagem de meu pai apareceu, não havia mudado nada.

— Pai? — Franzi o cenho, tirando as mãos, o clarão havia saído.

— Não está feliz em me ver? — Abriu os braços.

— Sim, é... Claro que sim. — Sorri à beça. — Onde o senhor estava esse tempo todo?

— Descansando, querida. — Soltou, suave. — Mas sempre de olho em você, em suas escolhas.

— Eu morri?

— Não, ainda não chegou a sua hora. — Me avisou. — Mas, espero que você volte com os olhos bem abertos.

— O que aconteceu?

— Não aconteceu, ainda. Mas vai acontecer! — Me avisou.

— O que vai acontecer, pai?

— Eu não posso te dizer, querida. Só posso falar isso, no momento.

— Pai!

— Querida, confie em mim e faça o que eu estou te dizendo. — Segurou em minhas mãos. — Tudo vai ficar bem, eu tenho certeza.

Ele tinha mesmo a certeza, quando abri meus olhos em um enorme susto.

Estava no hospital, de novo. Só que, em outro lugar. Uma sala confortável, não me parecia um leito de UTI ou até mesmo uma sala de espera para cirurgias.  Encarei minha mão com duas agulhas fincadas, seguradas por um esparadrapo reforçado. Minha cabeça doía e meu corpo pedia arrego, um tipo de descarga emocional.

Duas enfermeiras entraram na sala, um pouco mais da minha idade. Chegaram perto de mim com duas bombinhas elétricas, em ambas as mãos.

— Sophia Borges. — Leu a prancheta que estava na frente da minha maca. — Você é alguma coisa do Doutor Borges?

Fiquei em silêncio, minha boca estava seca.

O lençol que estava em cima de mim foi retirado brutalmente, seguida por elas, que, tiraram o avental que estava usando, arrancando do meu corpo. Meus seios inchados ficaram expostos às duas, uma das enfermeiras chegou mais perto, espremendo meu seio esquerdo como uma laranja.

Eu gritei!

— PARA COM ISSO, ESTÁ DOENDO! — Cerrei meus dentes.

— Pare de frescura! Você precisa ordenhar. — Me avisou, espremendo mais uma vez. — Você anda tomando as vitaminas?

Eu queria espancar as duas.

— Jenna, coloque um pano na boca dela. Rápido! — Pediu para que a outra enfermeira me entregasse uma toalha, enfiando em minha boca, enquanto segurava minhas mãos.

Meus bicos estavam inchados, mais do que o normal, anormal para ser mais exata. Meu seio esquerdo continha uma veia nítida mas nada de leite por enquanto. Eu estava sem forças para sentir alguma coisa, gritar não estava mais em meus planos, a dor que eu sentia era inexplicável. Não queria nem para o meu pior inimigo.

— Ela não tem leite. — A enfermeira disse para a outra. — O que vamos fazer?

— Ela tem leite! Só precisa descer. — A enfermeira que me segurava soltou, um pouco brava.

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora