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Após aquilo, Íris levantou, tomou água e foi se trocar, logo sentindo sua dor de cabeça melhorar um pouquinho, mas Irene disse a ela que só melhoraria mesmo depois do café. Ela se trocou, colocando um vestido amarelo-claro com flores rosas por todo o comprimento, que dava um contraste maravilhoso em sua pele. Decidiu fazer um rabo de cavalo, mesmo que amassasse um pouco os cachos, mas estava calor demais para ficar com ele solto. Enquanto o prendia, observava sua namorada passar protetor cuidadosamente em cada cantinho do rosto e começando a passar pelos ombros, braços, barriga, pernas e depois entre os seios, nessa exata ordem, mas foi surpreendida quando seus olhos recaíram nos dela, que sorriu e se virou para ela, com protetor na mão.

— Não é porque sua pele não fica vermelho-pimentão igual a minha que você não precisa de protetor. Vira pra mim.

Íris obedeceu, terminando seu cabelo e abaixando os braços, sentindo os dedos passarem delicadamente em sua pele o líquido branco. 

Meu Deus, isso ficou tão errado... Enfim, não levem pra outro lado hein, obrigada, de nada.

Terminado todos os preparativos, elas foram tomar café para mais um dia cheio de atividades. Encontraram com Gess, que as chamaram para a mesa dela, logo contando as fofocas da festa.

— Mas, gente, ontem fiquei tão bêbada que fiquei com um menina daqui e o pior...

— Você esqueceu quem era? — perguntou Irene, animada.

— Não, mas ela esqueceu. Ela nem estava bêbada. To triste, mas foi incrível.

Elas começaram a rir e continuaram a comer, planejando irem à praia juntas.

— Se quiser levar sua gatinha, ela também está convidada viu — disse Irene, colocando um pedaço de melancia na boca com um garfinho.

— Veremos.

Elas se entreolharam com expectativa e riram mais uma vez. Depois mudaram de assunto.

No final, Gess convenceu a garota (que acabou lembrando depois e ficando vermelha igual um tomate) a ir com elas e foram as quatro na praia de frente para o hotel. Irene entrou na água, puxando Íris com ela e chamando Gess e a garota para ir lá também.

— A água está ótimo. 

Depois disso, ficaram tomando sol até umas 10 horas, quando decidiram ir para a piscina para não ficar tão distante do restaurante, já que logo seria hora do almoço. Ficaram conversando na piscina até a hora do almoço. Lá pras 14 horas, Íris e Irene decidiram ir à feirinha que estava na cidade, mas não sem antes Íris insistir para elas darem uma passadinha na praia no final da tarde, ao que Irene concordou, mesmo sem entender naquela hora o porquê de ela querer isso. Então foram a pé mesmo e descobriram que era bem perto da pousada. Íris logo estava com seus olhos brilhando ao ver as artes hippies, comentando com Irene:

— Eu sempre gostei desse tipo de coisa, meio hippie. Sou apaixonada.

— Escolhe o que quiser que eu te dou — disse Irene, com receio escondido atrás de seu sorriso. Apesar do que disse, ela repetia em sua mente: "Não pega coisa cara, por favor." 

...

Chegaram na pousada já era quase cinco da tarde, Íris com dois colares: um de ametista e o outro de madrepérola, uma pulseira de granada e Irene com um colar de âmbar, escolhido por Íris, e com uma pulseira com o que ela disse ser ametista. Deixaram as outras sacolas de lembrancinhas no quarto e foram caminhar a beira-mar. Íris pegou algumas conchas que ela achou bonita e as guardou em seu bolso.

— Por que está pegando conchas?

— Eu costumava a fazer uma coleção quando era criança, então virou um hábito sabe. Por quê?

— Só curiosidade.

Íris sorriu para ela e após uns 15 minutos caminhando elas pararam para assistirem o pôr do sol. Íris foi com seu sketchbook e Irene com sua câmera, prontas para não deixarem o momento passar.

Depois que o sol se pôs completamente, elas voltaram para a pousada, tomaram banho, jantaram e Irene quis tirar algumas fotos da lua cheia que iluminava o céu noturno. Entraram para o quarto e Íris tomou coragem de propor o que queria a tanto tempo.

— Irene...

— Sim?

— Eu posso... Te desenhar?

— Ahn? Como assim?

— Você gostaria de ser minha musa por uma noite? — ela perguntou, engolindo em seco.

Irene percebeu seu nervosismo e sorriu.

— Claro meu anjo, mas, porque não perguntou antes?

— Ah, quis aproveitar que só temos mais dois dias da viagem sabe, criar mais uma memória, e uma que vai ficar registrada e não vai poder se perder mesmo depois de anos.

— Por mim eu topo. Como você quer que seja o desenho?

— Primeiro tire a roupa.

— Quê? Ta safadinha hoje é?

— Não — disse Íris rindo — Confia em mim, ta legal?!

— Mas eu sempre confio.

— Aliás aproveita.

— Por quê?

— Vai ser o único dia que eu vou deixar você fumar perto de mim. 

Irene deu um sorriso enorme e foi como um jato tirar sua roupa, enquanto Íris preparava seus materiais.



Uma Mesa Para Duas • ⚢ •Onde histórias criam vida. Descubra agora