Capítulo 33

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— Steven — Jackson diz seu nome de jeito seco. O que logo me faz pensar em briga, confusão, e centenas de seguranças nos expulsando daqui.

— O-oi — ele gagueja em resposta, nervoso — Não precisa se preocupar, eu já estou...

— Como vai?

Para minha surpresa, Jackson estende a mão, que Steven encara, hesitante. Mas aperta, mesmo parecendo achar estranho.

— Hã... vou bem... e-e você?

— Ótimo. Sempre.

— Que bom, é... eu... preciso ir. — ele recolhe a mão trêmula — Foi bom rever você. Er... vocês — e se vira, indo em direção aos caixas.

— Seu amigo é muito esquisito... — Jackson franze a testa.

Olho para ele sem entender o que acaba de acontecer. Ele não ficou com raiva, nem ciúme do Steven quando o viu me abraçando, isso sim é esquisito.

— Sabe, você é uma caixinha de surpresas.

— O que foi? — ele me olha.

— Nada. Vai comprar mais alguma coisa?

***

Os limpadores estão no máximo, mas mesmo assim, não parece afastar muita chuva. Ela continua a cair, cada vez mais forte e intensa. Será que vai durar a noite toda?

— Droga, não dá pra ver nada... Eu vou ligar os faróis — Jackson começa a caçar os botões no painel.

Enquanto estamos a caminho de casa, com a chuva cobrindo a longa estrada, fecho os meus olhos e me envolvo na melodia suave que sai do som, mesmo sem saber que música é.

— Com sono? — Jackson pergunta.

— Por acaso está me olhando, Rhodes? — pergunto sem abrir os olhos.

Ouço sua risada.

— Eu não devia fazer isso vendo que a pista está desse jeito, mas estava.

— Está se arriscando demais...

— Não, não estou. Se abrir os olhos agora, vai ver que ainda estamos voltando para casa, e não no céu com milhões de anjos nos questionando sobre a maneira boba como morremos. — ele ri.

Isso me faz rir também. E eu não sei se fiquei um tanto distraída com a música, mas logo Jackson para o carro, e avisa que já chegamos.

— Temos que ser rápidos, ou a chuva vai ensopar a gente. — diz ele.

Saímos do carro correndo, agarrados um no outro na calçada. Até que chegamos na porta de casa. Eu abro e rapidamente entramos. E o próprio vento fecha ela.

— Meu Deus, que chuva! — Jackson passa as mãos no cabelo, deixando respingos caírem na sua regata, que se passam despercebidos por ela estar molhada demais.

— O impressionante é como foi tão repentina — coloco as sacolas de mercado na mesa.

— Olha só você... — ele me observa de cima a baixo — Parece que nem esperou a secadora terminar o trabalho. Não podemos ficar desse jeito. Vem, precisamos tomar um banho.

Ele pega minha mão e me leva direto para o banheiro. Não há necessidade, mas mesmo assim, tranca a porta.

— Posso tirar sua roupa? — pergunta de um jeito educado.

O Inesperado Para Emma [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora