Capítulo 38

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— Oi. — me aproximo de Nicholas, que aguarda em seu lugar com impaciência. Uma impaciência que eu só conhecia antes da parte de Jackson. E agora me surpreendo, e me frustro, por conhecer outro alguém assim. — Pode falar.

— Vá para o banheiro agora e coloque a sua camiseta — ordena. — Ou daqui a pouco os funcionários daqui vão estar perguntando o que você deseja.

— Tudo bem — concordo — E onde fica? — olho ao redor, tentando enxergar no mínimo uma placa que indique o lugar para que vou.

— Por acaso está cega? — ele aponta para a direita, estendendo de forma exagerada o braço — Só não vá errar e entrar no masculino, você pode não gostar do que vê...

— Hã... certo. — franzo a testa.

— Anda, vai logo se trocar. Depois conversamos.

— Tudo bem.

Eu me retiro dando uma pequena corridinha até os banheiros. Tiro o cachecol por um momento para tirar minha camisa e enfiar na bolsa com pressa. E enfim, visto a da loja, que é bem justa, mas sei que com o tempo posso me acostumar.

Envolvo o cachecol no pescoço e saio do banheiro para encontrar Nicholas novamente. Ele continua parado no mesmo lugar, e se vira quando parece ouvir algo atrás de si.

Seu olhar é estranho, como se ele estivesse bolando algo criativo para me dizer melhor do que: opa, eu estou vendo sua cintura aparecendo.

— Ela ficou... bem, em você. — diz, para o meu alívio.

Agradeço fazendo um gesto de cabeça e ele parece querer me dizer: "de nada", repetindo o gesto.

— Bom, e o que eu faço agora? — fico meio apreensiva indicando as diversas prateleiras a minha volta.

— Ah, sei lá. — dá de ombros — Fica andando por aí até aparecer algum cliente.

— Só isso?

Sinceramente? Achei que esse trabalho seria mais difícil.

— É. Mas sem muita perseguição. Eles se sentem desconfortáveis. Deixe que eles cheguem até você.

— Ok.

Ele joga uma mão em meu ombro e dá um aperto gentil.

— Acredito que vai se sair bem.

— Obrigada.

— Vou estar por aí, caso precise de mim.

— Tudo bem.

Ele se retira e eu fico ali, olhando todas as pequenas coisas que tem no lugar. Até que meu celular vibra. É Jackson.

* Gostaria que estivesse aqui... *

Ah? Vou logo digitando uma resposta:

* Gostaria para que? Deixar mais chupões em mim? Por que não me contou? Queria que eu fosse demitida no primeiro dia? *

Quase que imediatamente duas mensagens suas chegam:

* Nossa, eu te marquei? Ah, sim. Talvez eu tenha percebido de manhã e esquecido de avisar *
* Lembre-se de não brincar comigo de novo. Espero que tenha aprendido com a sua lição *

Merda, então era essa a sua lição? Que desgraçado!

— Emma? — Michelle aparece no corredor que estou. Ela está radiante, usando um terninho rosa como se fosse uma corretora de imóveis. Parece gostar de cores fortes.

— Sra. Phillman, oi.

— Oi. — ela abre um sorriso. — Como está se saindo? Está tudo bem?

— Sim, está. Eu... acho — olho de relance para o meu celular:

O Inesperado Para Emma [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora