Capítulo 14

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Não tem ninguém aqui. Não ouço vozes... nem barulhos... Acho que alguém me deve uma explicação.

— Foi inesperado para você? — Jackson segura meus ombros e beija o topo da minha cabeça.

— Jackson, aonde está todo mundo? — me viro e vejo que a porta agora está fechada. Tudo bem, sem pânico.

— Você é tão bobinha... Ligue as peças. Estamos aqui, eu e você, sozinhos...

Espera, agora tudo faz sentido. Ele é o outro sorteado.

— Você foi o outro sorteado?

— Seria muita coincidência o sorteio cair justamente em nós dois, não é? — ele dá um sorriso irônico — Não percebeu nenhum dos sinais que eu deixei?

Sinais?

— Que sinais? Eu não reparei nada.

— Deixei eles bem na sua frente...

— Eu não reparei nenhum sinal, Jackson. Pode me explicar o que está acontecendo?

— Tá, hum... — ele une as mãos parecendo pensar. — Eu queria ter uma chance para ficar sozinho com você, e esse sorteio foi a melhor coisa que surgiu.

Pisco sem entender.

— Como assim?

Ele abre um sorriso. Um sorriso que me assusta.

— No dia que fui na diretoria e mandei você me esperar no carro, eu estava pagando muito, muito dinheiro ao diretor Philips para sermos os sorteados. Dei dinheiro à Kendra para te levar à algum lugar, enquanto ia na sua casa falar com sua mãe. Eu disse para ela convencer você a desistir da viagem, e ainda deixei uma pequena pista lá.

Puta merda!

— Capitão Jackson.

— Isso... Nunca deve ter visto aquele boneco com o seu irmão, não é?

Não acredito que ele fez isso tudo para poder ficar à sós comigo. O que ele quer? Alguém para cozinhar? Suprir seus desejos sexuais? Ele é um louco... Um doente!

— Não posso ficar aqui. Preciso ir embora.

Passo por ele e seguro a maçaneta da porta. Eu giro, mas ela não abre. O que? Ele trancou a porta! Onde estão as chaves?

— O que você procura está aqui — ele responde minha pergunta silenciosa, balançando as chaves na mão.

— Jackson, eu não posso ficar aqui sozinha com você, me leve para casa.

— Não confia em mim? — ele pergunta, em tom calmo, erguendo uma sobrancelha.

Engulo em seco e balanço a cabeça.

— Não.

— Ah... Pois parece que confiava. Nem precisei insistir muito para você vim...

— Você desligou o telefone na minha cara! Nem me esperou responder! — praticamente berro, e ele só assente com a cabeça.

— E por que não confia em mim?

— Porque você já tentou... — me comer na porra de um parque! — Ah, você sabe. E agora isso? Não dá, isso é demais. Posso ir embora?

— Já tentei porque achei que você também queria. E para provar que não vou fazer nada com você... a força, vou te deixar no quarto do meu pai. E eu durmo no meu. Pode até trancar a porta se quiser, e se achar melhor. Eu só sei que... você não aguentaria ficar um ano sozinha em casa, e eu também não.

O Inesperado Para Emma [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora