Capítulo 12

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— Já estamos chegando — Jackson avisa, dando uma olhada para mim — Parece que você também vai precisar de alguns cuidados... — diz, desviando o olhar para a minha boca. Ele franze a sua. — Me desculpe por isso. Não queria ter feito aquilo com você.

— Tá tudo bem. — falo despreocupada — Foi só um pequeno corte.

É só isso que eu posso dizer? "Tá tudo bem"? Nada está bem. Esse garoto é um cara totalmente maluco. Mexe com a minha cabeça como ninguém nunca mexeu antes. É esquisito.

Ficamos um tempo em silêncio, eu diria, absorvendo pensamentos. Até que Jackson vira uma rua e chegamos no estacionamento da farmácia.

— Eu vou com você. — ele se prepara para abrir a porta.

Desse jeito?

— Nada disso. Você fica aqui. Eu não vou demorar.

Ele franze a testa parecendo não entender, mas concorda.

— Tá.

Saio do carro e vou fazendo meu caminho até a farmácia.

Chegando, eu vejo um grande letreiro luminoso em cima da porta. Bem chique e moderno para uma farmácia...

Eu entro e vou à procura de cestas para pegar tudo o que preciso. Imagino que devem ter cestas por aqui, como em supermercados.

Mas a cada corredor que entro, não as encontro. E estou quase vendo o “desistir” como uma alternativa.

Então vejo ao longe o corredor de pomadas para assadura. E abaixo das prateleiras, posso ver pequenas cestas azuis empilhadas uma nas outras.

Abro um sorriso vitorioso.

Para quem não estava achando nenhuma, esse é o meu pote de ouro.

***

Agora que peguei tudo o que precisava, o que resta é pagar e dar um fora daqui.

— Mocinha? Há algum problema? — Um homem surge na minha frente.

Olho para cima e minha cabeça quase faz curva. O cara é alto demais. Diria que até mais alto que Jackson.

— Problema? Não, nenhum — respondo.

Ele olha para minha cesta.

— Precisa disso tudo só para limpar um corte no lábio? — dá risada.

— Não. Isso... não é só para mim. — dou uma risada nervosa — Eu tenho... uma pessoa — coberta de sangue... — me esperando.

— Entendo... Precisam de ajuda?

— Não. Não precisamos, obrigada.

Passo pelo homem com pressa e chego no caixa. Por que sempre tenho pessoas para me atrapalhar e se meter no meu caminho?

Pago as minhas coisas e saio da farmácia.
E assim que começo a andar na calçada, sinto alguém me cutucar. Me viro e vejo o mesmo homem que estava lá dentro. Que diabos!

— Você deixou cair isto — ele abre a sua grande mão e na palma dela tem uma caixinha de band-aid.

— Ah, eu não vi cair. Obrigada.

Pego a caixa de sua mão e volto a andar. Eu realmente comprei isso? Pra que raios vou precisar disso exatamente?

— Que a senhorita me desculpe — começa o homem, me atravessando e parando na minha frente —, mas como está o estado da pessoa que está com você? — e vendo que não respondo e apenas franzo a testa, ele continua — Quero dizer, eu me choquei um pouco com a quantidade de coisas que você comprou. O seu acompanhante está bem? Eu sou médico, posso ajudar.

O Inesperado Para Emma [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora