Capítulo 20

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Já é um novo dia, e a noite de ontem foi totalmente mal dormida. Por mais que eu tentasse, meu sono era atrapalhado quando a maldita cena do homem que eu deixei no asfalto invadia a minha cabeça. Bom, não só essa cena, como muitas.

Ele não foi o homem que eu deixei no asfalto, foi o único homem que eu amei de verdade, e com intensidade. E olha o que ele fez, acabou com a nossa relação num estalar de dedos.

Eu deveria ter desconfiado de alguma coisa... mas com o seu jeito gentil e amoroso, ele parecia ser uma boa pessoa, e incrivelmente, pareceu colocar uma venda nos meus olhos. E isso me cegou.

E por mais que eu odeie dizer, ainda o amo. Mas e ele? Ficou claro que não sente nada por mim. Eu fui só uma idiota, uma garota ingênua demais para notar seus planos perversos.

Ele pode estar nesse momento com qualquer uma outra, uns casos rápidos. Ou até com a Joyce... Ah, não. Não posso pensar nisso. Preciso me levantar.

***

Depois de ter tomado um banho, me enrolo numa toalha e saio do banheiro. Quando me preparo para voltar ao quarto, ouço uma batida na porta da sala.

Logo de manhã? Quem será?

Eu abro a porta, mas não vejo ninguém. De repente, uma mão surge segurando uma bela flor.

— Uma flor para uma flor.

Eu sorrio e pego a flor.

— Conheceria sua voz em qualquer lugar. Bom dia, Steven.

Seu pé aparece se erguendo no ar e ele vai saindo do seu "esconderijo".

— Bom... — suas palavras travam quando ele me vê, e ele cobre os olhos com a mão — Hã... bela toalha.

Caramba, Jones!

— Ah, meu Deus. Droga!

— Nervosa? — ele ri e tira a mão dos olhos por um segundo.

— Não olhe para mim! Cubra esses olhos!

Por mais que Steven não seja como Jackson, não me sinto mais confortável em ver alguém notando meu corpo.

Ele cobre de novo.

— Não vou olhar.

— Aqui — coloco a flor na sua mão livre — Eu vou no quarto pegar umas roupas.

— Tudo bem.

Corro para o quarto e me visto depressa. Quando saio, Steven ainda está na porta de olhos cobertos.

— Pronto.

Ele tira a mão dos olhos e vem até mim.

— Toma sua flor — ele me entrega — É simples, mas é de coração — ele coloca a mão no peito.

— Sei que sim. Muito obrigada.

Como agradecimento, lhe dou um forte abraço e depois o solto.
Olho seu rosto e sorrio quando vejo suas bochechas rosadas.

— O que foi?

— Seu rosto, está vermelho.

— Ah, não... — ele tampa o rosto — Me desculpe. É que eu... fico envergonhado.

— Ah, para com isso! — afasto suas mãos.

— Bem... o que acha de tomarmos um sorvete hoje? — pergunta, ainda parecendo um pouco sem graça.

— Parece uma ideia legal.

— E podemos ir agora? Pode ficar lotado lá se demorarmos. Eu quero chegar e pedir o sorvete logo.

O Inesperado Para Emma [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora