Capítulo 45

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Já está de manhã quando abro os meus olhos. Eu me espreguiço e me viro, e deparo com um Jackson mal-humorado ao meu lado, apoiado sobre o cotovelo, sob a minha visão turva.

Pisco para ele.

— Bom dia.

— Oi — responde ele, seco.

Seco? Logo tão cedo?

— Você... acordou agora?

— Não.

Seco outra vez... Comprimo os lábios.

— Está assim há quanto tempo?

— Não sei — ele faz um leve balançar de cabeça.

O jeito como ele usa poucas palavras me incomoda um pouco. Acho que nunca esteve assim pelas manhãs.

— Tem algum problema? — pergunto, intrigada.

— Problema? — sua testa assume um leve franzido.

— É.

— Que problema você acha que eu tenho, Emma? — ele usa o tom mais irônico que já vi.

— Claramente o mal humor.

— Exato. — cerra os olhos.

— Por que?

— Não se faça de boba... O assunto de ontem, Emma. Eu dormi sem o que eu queria.

Meu Deus, isso é sério?

Escondo os meus dentes para evitar dar risada, mas falho, e acabo rindo. Uma gargalhada de se contorcer na cama.

A testa de Jackson se franze ainda mais.

— Não ria de mim. — me repreende.

— Ah, Jackson... — seco algumas lágrimas minhas que escorreram — Esse é um motivo tão besta para se estar chateado. Não fique assim.

— Pedir é tão fácil... — ele revira os olhos.

— Vem cá, deita aqui — tiro meu braço debaixo do cobertor e o estendo no travesseiro.

— Por que? — olha para o travesseiro desconfiado.

— Porque eu quero que você deite.

Ele hesita, mas se deita, de costas para mim. E eu acho incrível que mesmo estando chateado, ele consegue me obedecer. Isso arranca um sorriso dos meus lábios.

Levo a mão até seu cabelo. Tão sedoso e macio. Poderia passar horas afagando ele.

— Se acha que pode me acalmar assim, está muito enganada. — murmura, a voz sonolenta.

— Como posso te acalmar, então?

— Apenas uma maneira basta.

— E pode me dizer qual?

— Você sabe qual. Se tirar esse pijaminha, agora mesmo eu te mostro.

— Essa não me parece ser uma boa ideia.

— Sempre foi uma boa ideia.

Solto um suspiro meio risonho. Sempre...

Não digo nada, só continuo afagando seu cabelo, até que ele pega minha mão.

— Continua chateada?

— Digamos que... sim?

Ele suspira e junta minha mão aos seus lábios para depositar um beijo. Ele levanta a cabeça, e olha para mim.

— Por que?

Respiro fundo. Por que? Por que será hein, Sr. Rhodes?

— Porque é algo sem importância para você — digo no tom mais calmo.

O Inesperado Para Emma [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora