10 - Quando foram a um encontro

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Os médicos ficaram impressionados com a capacidade de recuperação de Katsuki. Durante três semanas, ele se submeteu a todos os tipos de exames e a algumas sessões de fisioterapia para, então, receber alta.

Quando chegou em casa, teve a melhor das recepções. Masaru, Rei, Fuyumi, Izuku, Uraraka, Touya, Mitsuki... todos estavam lá, extremamente felizes em vê-lo finalmente bem. Assim, depois de tantos meses de angústia, aquela casa era enfim um lar novamente.

Voltar ao quarto foi uma sensação maravilhosa. Encontrar tudo da mesma maneira como se lembrava, era até um pouco estranho.

— Você não mudou nada de lugar? — Katsuki perguntou.

— Eu só consegui entrar aqui de novo no dia que você acordou — respondeu Shoto. — Limpei tudo e deixei como estava.

Bakugou ainda se lembrava perfeitamente do que tinha dito na noite do acidente e a cada segundo o remorso crescia mais.

— Sobre o que eu disse naquela noite...

— Está tudo bem — Todoroki o cortou.

— Não, isso tá me incomodando desde que acordei... então, eu preciso falar. — Segurou as mãos do marido e olhou fundo nos seus olhos. — Você me entende sim, às vezes melhor do que eu mesmo. Eu não devia ter agido daquele jeito, você não tinha culpa de nada. Fiquei arrependido no instante em que saí daqui. Sou extremamente grato por te ter na minha vida. Você, nem por um segundo, achou que eu não conseguiria fazer algo, então... eu peço desculpas por tudo que disse.

— Eu senti tanto a sua falta...

Os dois tinham os olhos marejados e ao se abraçarem, encontraram todo o perdão e conforto que precisavam.

Katsuki estava proibido de fazer exercícios pesados por algum tempo, o que deixou Mitsuki chateada. Mas, no tempo livre, todos eles se reuniam na sala para jogar vídeo game, assistir filmes, jogos de tabuleiro e, nas sextas, a tão aguardada competição de cálculo. Como Shoto e Mitsuki não eram nada fãs de resolver contas, eles eram responsáveis por propor as questões e checar os resultados, enquanto Bakugou e Touya disputavam assiduamente.

Em uma noite, Katsuki tinha acabado de ler uma das cartas de Shoto, quando o alfa se sentou ao seu lado na cama.

— Você pediu ajuda para o seu pai?

— Tentei, mas ele começou a te insultar e acabei descobrindo que foi ele quem...

— Eu sei. — Ele olhava para o papel em suas mãos.

— Sabe o quê? — Perguntou confuso, ele não tinha colocado aquela informação na carta.

— Sei quem era o comprador das Indústrias Toshinori. — Não conseguia olhar nos olhos de Shoto.

— Por que não me disse? — Seu tom era ameno, não estava bravo, só queria saber.

— Eu não queria que ele pensasse que sou fraco... que não te mereço.

Todoroki o envolveu gentilmente em um abraço e sabia que ele estava chorando, sentia os pequenos soluços que o outro tinha. Shoto afastou-se delicadamente procurando os olhos de Katsuki. Vê-lo naquela situação tão frágil e saber que só ele conhecia aquele lado do marido o preenchia de uma forma que não sabia explicar.

— Às vezes acho que sou eu quem não te merece. — Beijou sua testa e limpou suas lágrimas. — Mas agora me prometa que nunca mais esconderá nada de mim.

— Prometo!

E selaram a promessa com aquele beijo que só eles tinham conhecimento do quanto significava.

Ao longo dos anos - TodoBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora