Quando se formaram - Epílogo

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— O que achou? — Todoroki perguntou animado para o marido.

Katsuki estava sentado de frente para o computador no escritório. Os cotovelos apoiados na mesa enquanto mantinha um olhar sério para a tela. Ele, então, fechou os olhos, respirou fundo e se voltou para Shoto atrás do aparelho que ainda esperava ansioso pela resposta.

— Por que matou ela?

Depois de anos pensando e pensando, Todoroki enfim tinha conseguido inspiração para escrever algo e Bakugou havia acabado de ler a primeira versão do projeto.

— Não tinha outro jeito, meu amor.

— Você é o autor! Claro que tinha outro jeito!

— Não é assim que funciona, meu bem, e isso já estava implícito desde o começo — se defendeu —, eu não podia mudar o final.

— E como a outra fica agora? — Indagou revoltado.

— Bom, eu ainda vou escrever o epílogo...

— E você vai dar um jeito de reviver ela para elas ficarem juntas, não é? — Era uma pergunta, mas também tinha um forte tom de afirmação.

Shoto se levantou do sofá do escritório e caminhou até o marido, ficando de pé entre suas pernas e segurando o rosto dele com as duas mãos.

— Isso é impossível — respondeu simples. — Mas eu prometo que as coisas ficaram bem no epílogo.

— Como?

— Espere... — ele se inclinou para lhe dar um beijo — e verá.

— É bom mesmo que as coisas se acertem, ou eu peço divórcio — falou sério.

O sorriso singelo que Todoroki tinha no rosto se quebrou e em seus olhos era visível a preocupação.

— Mesmo...?

Bakugou se levantou, ficando da mesma altura de Todoroki e fez com que ele o abraçasse pela cintura. Seus rostos encaixando perfeitamente na curva do pescoço um do outro.

— Nunca — sussurrou no ouvido de Shoto, apertando-o forte. — Estamos juntos desde os quinze anos, já vi seu melhor e seu pior lado, assim como você também já viu o meu. Temos dois filhos, uma cachorra, um gato e muitas contas para pagar ainda. Depois de tudo que já passamos, acha mesmo que eu te deixaria só por conta disso?

— Não — respondeu sucinto e Katsuki, confuso, afastou-se um pouco para encará-lo. — Não acho, mas viu como um pouco de drama sempre deixa as coisas melhores?

— Estou impressionado — sorriu com o canto da boca —, onde andou aprendendo a enganar tão bem?

— Anos de convivência com um certo alguém — deu de ombros.

— Considero isso um elogio — sorriu convencido. — Continue inflando meu ego.

Katsuki empinou o nariz e, de olhos fechados, ficou esperando por mais elogios. Shoto adorava admirar o marido, principalmente quando ele estava cozinhando ou de manhã, quando ainda dormia. Agora reparara nas sutis linhas que formavam rugas nos cantos dos olhos dele e também nas claras olheiras que denunciavam as noites de preocupações ou muitos anos atrás quando os gêmeos se recusavam a dormir. Mas, para Shoto, Katsuki continuava perfeito, não importava a idade ou os efeitos do tempo.

— Eu te amo, Katsuki — disse voltando a se aconchegar no abraço dele e esfregando o nariz em seu pescoço.

— Também te amo, sonsinho.

Shoto riu e deu um beijo em seu pescoço, mandando arrepios por todo o corpo dele.

— Mas não faça mais essas brincadeiras — advertiu —, sabe que sou inseguro.

Ao longo dos anos - TodoBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora