Capítulo 29

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Pov. Day

Cinco dias sem dormir. Talvez fosse aquilo que tivesse me levado a fazer o que fiz, mas não importava mais, já estava feito.

- Você não pode entrar. - ouvi a voz de um dos agentes da Elana enquanto eu olhava para a porta do quarto de hospital.

- Me chamo Dayane Nunes Biazin. - falei entediada e tirei várias notas do meu bolso. - Me deixa entrar.

- Certo. - o segurança me deu passagem e eu entrei.

Olhei para Erick que estava deitado numa maca e me aproximei. Havia um curativo enorme no seu ombro direito.

- Hora de acordar, princesinha. - falei tocando o braço dele que arregalou os olhos ao me ver.

- O que está fazendo aqui? - Erick perguntou assustado e eu sorri.

- Somos amigos, pô! - falei puxando uma poltrona e sentei ao lado dele. - Nós trabalhamos na mesma empresa e já até saímos para beber juntos. - sorri.

- Vá embora! - ele gritou e eu franzi o cenho.

- Por quê? Achei que fosse meu amigo. Soube que atiraram em você, deve ter doído. - falei olhando para o seu ombro. - Foi aqui, não é? - toquei o local com força e ele se contorceu.

- Filha da puta! - ele falou com a voz rouca. - O que você quer?

- Eu quero muitas coisas, Erick. Quero conseguir ter uma boa noite de sono depois de tanto tempo. Quero que minha esposa pare de se sentir culpada. Quero que minha filha de seis anos pare de perguntar se tem alguém querendo me machucar de novo. - falei tudo isso enquanto apertava seu ferimento com mais força.

- Socorro! - ele gritou e eu levei minhas mãos até seu pescoço.

- Eu tive que ver minha mulher apontar uma arma para mim. Na frente dos meus filhos, porra! Quatro crianças inocentes que nem sabiam o que estava acontecendo. Eu vi a mãe dos meus filhos ter que lidar com o fato de que o cara que mais machucou ela, estava ali bem na nossa frente e eu não podia simplesmente acabar com aquele filho da puta. - apertei minhas mãos em volta do seu pescoço e ele me olhou desesperado. - Meu filho tentou defender a mãe dele e provavelmente vai ter uma cicatriz na testa pelo resto da vida. - falei sentindo as lágrimas no meu rosto.

- A culpa disso tudo é da sua mulher. - ele falou entredentes.

- Não a culpo por nada. Até porque agora entendo quais foram as motivações dela para isso. Depois dessa merda tudo que quero é matar cada um dos envolvidos com as minhas próprias mãos, pena que Andrey já está morto. Eu sinto uma raiva tão forte que chega a doer, eu me sinto doente e é horrível pensar que a Carol passou a vida toda com essa dor agonizante.

- Espera. Preciso te contar uma coisa. - ele falou segurando meu pulso e eu afrouxei o aperto no seu pescoço. - Andrey resolveu relembrar os velhos tempos e tocou na sua mulher. Aposto que aquela vagabunda não te contou isso.

- O quê? - perguntei franzindo o cenho e ele riu.

- Queria ter feito o mesmo, mas Andrey era do tipo ciumento.

- Seu imbecil! - soquei seu ombro diversas vezes e senti alguém me puxar para longe dele.

- Se controle ou eu chamo a polícia! - ouvi a voz de um dos seguranças do hospital e desmaiei.

•◇•◇•◇•◇•◇•

Olhei para Carol que continuava chorando na minha frente e encolhi os ombros.

- Desculpa. - murmurei.

- Eu preciso de você, Dayane. Você está se matando de diversas formas. Já pensou que ele podia ter acabado com você naquele quarto? Vai se foder!

Certa para você - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora