Capítulo 31

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Pov. Carol

Olhei ansiosa para Day que dirigia sem pressa para um lugar mais afastado da cidade. Ela não quis falar para onde estávamos indo.

- Chegamos. - ela falou parando em frente a uma casa estranha e eu franzi o cenho.

- Já disse que não vamos nos mudar... - comecei a falar e ela bufou.

- Eu sei disso. É outra coisa, vem.

Saímos do carro e entramos no local que estava vazio. A casa estava literalmente aos pedaços, haviam diversos azulejos no chão e as paredes estavam quebradas.

- Eu fui até um bar hoje. - Dayane falou fazendo meu coração acelerar. - Fiz um amigo lá.

- O quê? - a olhei confusa.

- Eu estava irritada por ontem e tive uma crise. Esse cara, o Felipe, ele me tirou de lá assim que eu disse que era alcoólatra e que não podia beber. - Day me estendeu um óculos de segurança e eu franzi o cenho. - Contei minha vida toda para ele, almoçamos juntos, mas eu ainda estava muito irritada.

- Desculpa. - encolhi os ombros.

- Ele comprou esse terreno e vai demolir essa casa. - Day colocou um capacete de segurança em mim e eu a olhei confusa. - Então pediu que eu ajudasse ele com isso já que eu estava tão irritada. Enfim, foi algo bem terapêutico. - ela sorriu fraco e eu olhei em volta vendo a casa aos pedaços.

- Isso não é perigoso? Você poderia ter se machucado.

- Por isso o equipamento. - ela respondeu batendo no próprio capacete. - Aqui. - ela me ofereceu uma marreta e eu peguei. - Se divirta.

- Está falando sério? - perguntei arqueando a sobrancelha e ela assentiu. - Não quero destruir coisas, Day.

- Nem quando você lembra de tudo que passamos nesses últimos meses? Em como Andrey brincou com o nosso psicológico e machucou nossa família? Vamos lá, eu sei que em algum lugar aí você só quer bater nas coisas.

- Ok, me convenceu. - acertei uma parede fazendo vários pedaços caírem no chão e sorri.

- De novo. - ela falou batendo numa outra parede e eu fiz o mesmo. - Todo esse lance com o Hugo tem te deixado irritada também, não é? - Day perguntou e eu acertei um armário.

- Isso é muito bom. - falei ofegante e ela riu.

- Eu sei. - Dayane pegou na minha mão e me guiou para a cozinha do local. - O que te deixa tão irritada?

- Erick nos enganou por todos esses meses e nem desconfiamos. - acertei a parede com força e grunhi. - Andrey voltou para infernizar minha vida. Ele te prendeu naquele maldito lugar. - comecei a bater em tudo que via pela frente. - Ele causou aquela merda de acidente de carro que poderia ter machucado as crianças. Aquele filho da puta esteve por perto durante todo esse tempo! - senti Day tirar a marreta da minha mão e ela me abraçou. - Tudo isso é culpa minha.

- Não, não é. - ouvi sua voz longe e respirei fundo.

- Me sinto fraca. - murmurei.

- Tudo bem. É normal, ok? - Day me pegou no colo e afundei o rosto no seu pescoço.

- Me perdoa. - implorei fazendo ela negar com a cabeça.

- Não tenho o que perdoar, Carol. Mas se isso fará com que você se sinta melhor, eu te perdoo por tudo.

- Obrigada. - sussurrei antes de apagar.

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Certa para você - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora