14. Eu guio você

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📌 | Boa leitura!

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🗒DULCE

À tarde, Christopher e eu saímos de casa para irmos até o lugar que ele disse que frequentava quando queria relaxar. Não soube dizer o que era mesmo com o endereço, pois não me lembro do que exatamente tinha ali. Quando chegamos, eu li a faixada do prédio em voz alta.

— Sense Gallery? O que exatamente quer dizer?

— Uma galeria para pessoas que não enxergam. Há telas em alto relevo de quadros famosos, paisagens, imagens de diferentes monumentos ou lugares turísticos. Eu sempre fui uma pessoa que adora conhecer coisas diferentes, por isso eu viajava muito. Agora esse é o único jeito de "ver" o mundo. — fez aspas com os dedos. — Sei que parece chato pra você porque...

— Claro que não. — o interrompi. — Isso é realmente incrível, eu vou adorar conhecer.

— E para aproveitar a experiência de verdade, você precisa ver o mundo com os meus olhos.

— Mas você é cego. — constatei com estranheza.

— Exatamente. — do bolso interno de sua jaqueta, ele tirou uma venda.

— Certo... — peguei a venda da mão dele. — Isso é... diferente.

— Você não quer fazer isso?

— Eu quero. Acho que pode ser interessante e que eu vou entender melhor como esse lugar é especial.

Christopher sorriu e me ofereceu sua mão. Caminhamos juntos até a entrada do local. Uma atendente simpática falou conosco e me ajudou a colocar a venda nos olhos. Ela disse que era comum que os acompanhantes que enxergavam fizessem isso, então eu não me senti acanhada por estar vendada, pois não seria a única.

— Mas pra onde eu vou? — perguntei em voz alta, esticando meus braços como se precisasse me equilibrar.

— Eu guio você. — Christopher disse antes de agarrar a minha mão e começar a caminhar.

O piso era perfeito, mas meu subconsciente me fazia imaginar algum buraco no meio do caminho e eu tinha que me concentrar para não levantar o pé alto demais involuntariamente.

— Vamos até a Monalisa. — ele apressou o passo e eu segurei a mão dele com mais força, temendo esbarrar em alguém.

— Você já esteve muito aqui? — perguntei quando nós paramos em algum lugar.

— Sim. Há guias para os novatos, mas eu já sei onde está tudo o que mais me agrada, então posso ficar sozinho.

Ele deu um passo e eu o segui.

— O que a gente está fazendo?

— Estamos na fila, Dulce.

— Ah, claro. — ri. — É que é muito difícil ter noção do espaço... Nossa, como eu sou idiota, é claro que você sabe qual é a sensação.

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