ㅤㅤ❛ 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐒𝐊𝐈𝐍 ❪ 🚪 ❫ + 𝟭𝟲 ₊ sejam bem vindos / 2021!
📍Seattle, Washington
ー Vizinhos são sempre inconvenientes e lidar com eles é uma tarefa impossível, então Dulce preferia apenas ignora-los. Essa regra muda completamente quando ela pre...
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🗒CHRISTOPHER
Provavelmente eu estaria super animado se tudo isso tivesse acontecido há alguns meses atrás. A possibilidade de voltar a enxergar sempre foi uma ideia que eu perseguia incansavelmente até de fato me cansar. Agora eu via aquilo como um processo que seria pesado e talvez inútil. Não passaria por algo assim se não tivesse sido coagido por Dulce, que estranhamente se mostrou empenhada na tarefa de me convencer de tentar.
Pareceu que Dulce sentia mais falta da minha visão do que eu mesmo, o que seria irônico porque ela já me conheceu cego. Eu não queria estragar as coisas agora que eu estava tão feliz, mas permanecer sem fazer nada poderia estragar as coisas com ela e eu não queria que essa parte específica da minha felicidade desmoronasse.
Na manhã em que eu iria até Nova York, me despedi dela na frente do nosso prédio. Prometemos manter contato todos os dias até o dia em que eu voltasse.
Minha mãe estava no aeroporto para me acompanhar até o último segundo. Ela estava feliz e não parava de dizer o quanto aquilo iria mudar a minha vida. Eu apenas concordava sem acrescentar mais nada.
Antes de entrar na sala de embarque, senti alguém cutucar o meu ombro.
— Oi, Christopher...
Franzi a testa e virei-me para ficar de frente para a mulher que acabou de falar comigo.
— Desculpe, quem é? — perguntei.
— É a Nadine, Christopher. — Poncho esclareceu.
— Parece que falar comigo uma vez não foi o suficiente para lembrar de como é a minha voz.
— É que da outra vez sua voz estava bem mais agressiva. — expliquei.
— Sinto muito por aquilo. Enfim... — colocou a mão em meu ombro. — Eu só queria te desejar boa sorte. Espero que tudo o ocorra bem pra você e, quando você voltar, espero que nós possamos conversar e tentar manter uma relação de respeito. Me importo com você, Christopher, não quero deixar de fazer parte da sua vida.
A ideia não me parecia ser boa. Apesar disso, eu não queria estender aquela conversa.
— Nadine, não é o momento pra falarmos sobre isso, ok? — eu disse.
— Ok. Eu entendo. — fez uma pausa. — Sua namorada não vai acompanhá-lo?
— Não. — falei apenas.
— Ok... Bem, eu posso te dar um abra... — ela mal terminou de falar e seus braços já estavam quase em volta de mim.
A fiz parar apoiando a mão em seu ombro e a afastando.
