27. Vê-la de verdade

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🗒CHRISTOPHER

Dormir não era uma coisa que eu conseguiria fazer, mesmo dentro de um vôo com uma duração de mais de vinte horas. Eu não conseguia aceitar os últimos acontecimentos e estava ansioso demais para chegar em casa e entender a verdade. Só teria certeza de alguma coisa quando a própria Dulce me explicasse.

Minha mãe dizia que Dulce a agrediu fisicamente, o que eu acho que é uma coisa que aconteceria apenas se Dulce estivesse tentando se defender. Apesar de contestar a razão da briga, Alexandra insistiu que Dulce simplesmente não gosta dela e resolveu colocar isso para fora da pior forma possível e que foi por isso que ela fugiu.

Maite tinha outra história para contar. Ela disse que Dulce estava tentando entender a si mesma e isso precisava ser feito longe dali e sozinha. Quando questionei os motivos de ela não ter me avisado, May simplesmente disse que não sabia e que Dulce era imprevisível. Isso também era difícil de engolir.

Por um lado eu estava preocupado porque aparentemente houve uma briga envolvendo a minha mãe e a Dulce e temia que Alexandra a tivesse ferido. Por outro lado, eu tentava dizer para mim mesmo que Maite não esconderia de mim caso Dulce estivesse em perigo. A única certeza que eu tinha era de que não iria sossegar até vê-la.

Iríamos descansar em Washington City antes de irmos para Seattle. Minha mãe resolveu ir dormir assim que pisamos no hotel. Já eu, mesmo com o corpo em pedaços, resolvi tentar enviar outro e-mail para Dulce. Qual não foi a minha desagradável surpresa ao tentar fazê-lo e descobrir que sua conta de e-mail havia sido desativada. Pela primeira vez desde que voltei a enxergar, eu chorei. Por que ela estava fazendo aquilo comigo? Com nós dois?

Fui até o banheiro do quarto e entrei no box, garantindo que a água do chuveiro estaria bem gelada. Fechei meus olhos e me deixei molhar por inteiro, tentando fazer com que aquilo aliviasse a dor que eu sentia em meu peito. Na verdade não estava adiantando muito. Tudo o que eu fiz foi chorar, chegando ao ponto de começar a soluçar.

Eu até tentei dormir, mas só consegui muito tarde. Cerca de três horas depois eu estava em pé de novo e precisava voltar ao aeroporto para pegar o vôo até Seattle.

Assim que chegamos ao nosso destino e pegamos nossas bagagens, minha mãe começou a dizer que eu deveria voltar para a casa dela. Eu não estava no clima para discutir, então disse apenas que iria pensar no assunto, mesmo sabendo que no final eu iria recusar.

Observei os bairros enquanto o Uber dirigia até o meu prédio. Era muito bom ver a cidade onde eu morava de novo. O sol estava brilhando essa manhã, então eu tinha que usar óculos de sol para proteger os meus olhos. Usar óculos era uma coisa que eu não estava mais acostumado a fazer, mas que seria constante já que eu agora era míope.

O carro parou em frente ao prédio e eu saí, olhando curiosamente para a faixada. Dulce estava exagerando ao descrever o lugar como horrível. Parecia ótimo visto de fora, ao menos. Era menor do que os prédios vizinhos, tendo somente seis andares. As portas duplas eram grandes e com vidros fumê, haviam canteiros de flores de cada lado da calçada. Lembrei-me de que aquelas se chamavam amor-perfeito.

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