[Capítulo 14] Ryder - Ela não sabe

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Ouço as palavras de Soph e tento me concentrar, apenas continuar com as estocadas nesse sexo maravilhoso, mas, involuntariamente eu sinto meu coleguinha amolecer. Encosto minha testa na sua com vontade de contar a verdade a ela, mas, a única coisa que consigo dizer...

-Não é certo você me amar, eu ... Eu não sei o que dizer. - e não era, tentei desde o início demostrar que era só sexo e fui errado justamente por causa dessa aventura.

-Acho que não gostou, é o que seu coleguinha disse ali em baixo - beijo sua testa.

Eu queria falar tudo que estava acontecendo, mas eu não podia, ainda mais depois dessa declaração linda dela, a minha maior vontade era poder dizer meus sentimentos por essa menina linda e sedutora, mas, isso iria ferir ainda mais ela quando lhe dissesse a verdade por fim.

-Quer passar em alguma lanchonete? - quebro o silêncio que está no carro. Ela nega com a cabeça - sorveteria? - mais um não mudo - vai parar de falar comigo até quando Lorenzinha ?

-Ryder, eu vou ter um plantão noturno, sabe que é cansativo. Quanto menos me estressar, melhor.

-Me perdoa tá legal? Eu não posso falar o que não sinto - cala a boca Ryder!

-Melhor assim - uma lágrima rola em seu rosto e eu paro no sinal vermelho.

-Não minha linda - tento pegar a mão dela e ela puxa. - não me trata assim - dói essa indiferença, cara, olha a proporção de tudo que eu causei.

-Pode me deixar na entrada do meio.

-Você sempre entra na principal.

-Pode me deixar na do meio Ryder - ela quase grita sem me olhar, o silêncio paira - e que fique claro, não estou brava por você não me amar, e sim como reagiu - eu não sei lidar com essa situação.

-Me desculpa - ela pega a bolsa e abre a porta após se soltar do cinto.

-Obrigada pela carona - assinto, ela bate a porta do carro e vai em direção ao hospital.

-Droga - grito esmurrando o volante - que merda foi essa que você se enfiou Ryder?

Manobro o carro girando o volante e faço o contorno para sair do estacionamento do hospital, o rádio está ligado e só me dei conta agora, desligo o aparelho, meu celular toca pela décima vez e eu resolvo atender ela.

-Oi meu amor, achei que não fosse atender.

-Ei meu amor, eu estava dando aula.

-Esqueci que estou noiva de um professor. - o que eu estou fazendo meu Deus. - estou morrendo de saudades.

-Eu também, vamos nos ver amanhã ?

-Sim, eu te amo.

-Te amo também. - eu não sei se amo.

Aliás, tenho que pensar muito bem na desculpa que iria inventar para a Lorenzinha, afinal, estávamos nos vendo todos os dias e isso a deixaria péssima, ainda mais pelo fato de pensar que foi pelo eu te amo que me disse a pouco.

Respiro fundo depois de remoer por horas tudo que eu fiz, sei que estou errado e não deveria ter me envolvido com a Sophia, e eu acabei me encantando por essa menina e sei jeito leve de levar a vida, a preocupação com os amigos e o amor e dedicação que ela tem por medicina.
Olho meu celular pela décima vez e nada de mensagem dela, já é a noite e no seu horário de janta ela sempre me manda algo.
Pego meu celular e decido ligar,.

-Caixa postal - pergunto indignado, vou até o whatsapp e vejo que não estou bloqueado. Ligo mais algumas vezes até que chama por várias vezes e ela atende.

-Até que enfim Lorenzinha, estava  preocupado! Você foi quieta o caminho inteiro até o estágio, não quis comer nada e ainda por cima nem um beijo me deu quando te deixei no hospital. - ela está quieta e só ouço sua respiração.

-Faça um resumo mental de tudo que aconteceu hoje e se responda se merecia tudo isso que listou de eu não ter feito. - aquilo me dói.

-Eu não queria ter reagido daquela forma, me desculpa! - eu realmente não queria.

-Ryder, estou trabalhando, vou me trocar para jantar e não quero discutir uma relação inexistente a essa hora. - que merda que eu fiz.

-Se for em algum restaurante cuidado, é perigoso e... - falo em tom preocupado e ela me corta secamente.

-Eu vou com um amigo, fica tranquilo.

-Que amigo? O Drake?

-Sério isso Ryder? Ciúmes de alguém que você não sente absolutamente nada? E não é o Drake! - eu estou com ciúmes? Sim e muito, aquilo me sobe um sangue, e se esse amigo for alguém que ela arranjou para se vingar da minha falta de reciprocidade?

-Como você diz isso com tanta propriedade? Não sabe se eu sinto algo!

-Acho que pelo fato de você broxar quando eu disse te amo, com certeza me diz tudo. Estou indo, meu amigo está me esperando e não temos muito tempo de janta.- bufo revirando os olhos e ela desliga antes que eu fale alguma coisa.

-Inferno- grito jogando o celular no sofá.

Vou até meu quarto e coloco uma camisa vinho, é a primeira que aparece, visto uma calça jeans, coloco o primeiro sapato que vejo e reuno carteira, chave do carro e minha cara de pau. Pelo menos ninguém do hospital deve me conhecer, e acredito que lá não terá problemas.

Entro no carro depressa e passo o cinto, preciso saber quem é esse cara e se ele de fato existe, a Sophia precisa me ouvir.

Estou dirigindo tão depressa que já fui xingado pelo menos de uns cinco palavrões que nunca ouvi, é tão rápido que quando menos espero estou na frente do hospital.

-Se ela veio jantar, provavelmente foi em algum desses restaurantes. - a rua tem muitos um do lado do outro, começo a encarar dentro de cada um, até chegar em um de esquina, o Sunshine, grande e todo feito de madeira ripada, fica bem de esquina e possui alguns quiosques, vejo Soph sentada e sinto um alívio até ir um pouco pra frente com o carro e ver que ela não está sozinha.

Paixão InconsequenteOnde histórias criam vida. Descubra agora