[Capítulo 9] Sophia - Sem que ninguém saiba

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Aguardo Daniel sair enquanto corro com as listas que tinha para terminar, assim que vejo seu ponto batido no terminal, agradeço a Deus, são seis e meia e Ryder já me mandou uma mensagem, aviso que vou tomar um banho antes de sair por estar no meio de muitas crianças com gripe ou algum tipo de doença, entro no vestiário e vou direto para o chuveiro, tomo um banho rápido lavando meu corpo com precisão, claro que vou tomar outro banho quando for pra casa dele.

Vou em direção do carro de Ryder, ele tem Insulfilm e não dá pra ver nada, agradeço, porque confesso que tenho me sentido uma adolescente em um romance proibido.

- Desculpa a demora - falo abrindo a porta de trás do carro e jogo minha mochila, fecho e em seguida sento na frente tirando a máscara.

-Já fiz estágio, trabalhei anos em hospital, quando disse seis horas eu tinha certeza que não seria - sorrio e passo o cinto.- você está linda, e cheirosa.

-Obrigada- falo sorridente.- porque você parou com essa rotina de hospital? - ele vira o volante dando ré para sair do estacionamento- quis ser professor da noite para o dia? - aliás, como ele está lindo de camisa branca com os três primeiros botões abertos.

-Sempre gostei de ensinar, na verdade, minha vida toda eu estava preso em algum contexto de ensino. Um dia reparei que dar murro em ponta de faca não era o suficiente. - ele sorri.

-Porque esse sorriso?- ele para no semáforo.

-Você não me deu um beijo hoje- aquilo faz com que algo me invada e sinto certa felicidade, vou até sua boca e dou um selinho demorado, sua mão vai até atrás do meu cabelo e faz um carinho gostoso.

-Vamos sair hoje? - pergunto assim que o sinal abre e nos afastamos.

-Acho bom nos encontrarmos sempre na minha casa, eu sou novo aqui, melhor não arriscar meu emprego e eu assinei um contrato de não me envolver com alunas.

-Uau, UofT super evoluída, empata foda dessas alunas de medicina que vivem na faculdade e em estágios.

-Que boquinha hein mocinha- ponho as mãos sobre a minha boca e ele ri.- e seus pais? Você conversa com eles?

-Sim, amo eles, mas, a vida deles é bem agitada, e as vezes não tenho muito tempo.- e os seus?

-Apenas a minha mãe está viva, ela tem sessenta e oito anos, meu pai faleceu tem dez anos e cinco meses. Tenho um irmão de trinta e cinco e uma irmã de quarenta e três, o mais novo está casado e mora no Interior do Brasil e a minha irmã é casada com uma mulher, as duas adotaram a Melissa, minha sobrinha de seis anos.

-Uau que legal - ele vira o carro pra entrar em seu prédio e me lembro- você esqueceu de passar na minha casa para eu pegar uma roupa, já tomei banho mas gosto de tomar outro.

-Você não vai precisar de roupa - sorri maliciosamente - mas pode usar uma camisa minha sem problemas.

-Você me fala isso e eu acabei lembrando da noite passada. - estou roxa, mas queria dizer o quanto foi bom. - que aliás, foi a melhor noite que eu já tive na minha vida- ele me encara.

-Seu ex não te proporcionava noites boas ?

-Sim, maravilhosas, mas com você foi diferente. Sei lá, não me peça pra explicar- ele estaciona o carro e tira o cinto, faço o mesmo e ele vem em direção a minha boca.

-Precisamos ter muitas noites como aquela. - assinto me entregando ao seu beijo molhado e delicioso.

Dentro do elevador ele pega a minha mão e beija delicadamente fazendo um carinho gostoso, olho no espelho minha cara de idiota para essa cena. Eu não quero deixar a carência invadir o que estou vivendo com o Ryder, estou gostando disso, mas não posso esquecer que apenas começou e não está saindo de sexo, pelo menos por enquanto. E além do mais tem esse contrato da UofT que com certeza ele não vai querer quebrar.

-Fica a vontade tá Soph- ele fala assim que entramos, a sala dele é enorme e só o painel da tv pega uma parede inteira bem ao lado da bem vistosa janela que mostra boa parte de Toronto, nas prateleiras alguns vasos com plantas e quadros da família, eu não havia reparado nisso na noite passada.- gostei de Soph - ele caminha até mim e beija a minha testa - acho Soph comum, como me contou que seria Sophia Loren, vou te chamar de Lorenzinha. - acho fofo e meu coração fica disparado, respira e conta até dez Sophia.
Meu celular toca interrompendo nossa troca de olhares.

É a Lizzie.

-É minha amiga, vou atender rapidinho. - ele assente.

-Ai que saudades de você - falo assim que atendo- não faça drama de que eu não te ligo.

-Calma minha doida favorita ... Estamos morrendo de saudades de você Soph a mamãe já comprou tanta coisa pra ti.

-Ai meu Deu como ela gosta de me mimar - vejo Ryder na geladeira sem camisa pegando alguns ingredientes. Como eu queria contar dele pra minha amiga.

-Ela está toda animada com o casamento, pensa em uma pessoa que só fala nisso - solto uma risada.

-Fazia tempo que eu não via a tia tão feliz, aí minha irmã você tem que voltar logo, a Luma e o Drake vão me deixar doida.

-Já te falei pra mandar os dois pastarem - sorrio com sua leveza - manda um beijo pra minha filha postiça - sei que nesse momento a Lizz deve ter revirado os olhos ao ver tia Mag falar isso. - aí um beijo pra filha postiça - fala em tom de deboche e eu dou risada.

-Manda outro e diz que eu amo muito ela.

-Chega de melação - ela imita tom de ciúmes - estamos indo.

-Amo vocês.

-Eu também, tchauzinho.

-É vê se volta logo, porque você já perdeu muitas aulas.

-Eu sou uma aluna aplicada. Voltamos daqui uns dias, a mamãe vai fazer um jantar de noivado e você está convidada! - será que até lá poderei ir com o Ryder? Falando nele, céus ele sem camisa cozinhando está me dando uma vontade de ser o prato principal dele.
-Eu vou, com certeza. Beijos, amo vocês.

-Amamos você. - ela desliga e eu jogo o celular no sofá indo em direção desse homem delicioso.

Paixão InconsequenteOnde histórias criam vida. Descubra agora