[Capítulo 34] Um Sopro...

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-Acho que já vi o suficiente- Daniel fala me olhando- sua muleta de emoções está indo para não voltar mais, o que eu vi hoje me faz sentir nojo de você- grito em súplica negando, implorando com o olhar, nunca senti tanta dor no peito, nem no meu primeiro término- se você soubesse o ódio que estou agora, eu imaginei que um dia iria me arrepender de aceitar viver nessa situação, mas, não imaginava que seria assim, você não presta Sophia- ele sai pisando duro, pego o braço dele.

-Meu amor não vai embora assim, por favor, cuidado eu te imploro.- ele para por um momento.

-Nunca mais me chame de meu amor- sai nervoso e para mim naquela sala só tinha eu, até meu transe sair e se dissipar.

-Conta pra ele seu desgraçado- bato no peito do Ryder - conta- choro.-pelo amor de Deus, fala para todo mundo o que aconteceu aqui.

-Contar o que?- fala cínico- eles já viram.

-Desgraçado - grito- Eu odeio você- enxugo as minhas lágrimas e corro em direção do Dani. - minha amiga segura meu braço. -Agora não Lizz, vou te contar tudo, mas preciso alcançar o Daniel- tiro a mão dela do meu braço e vou até Drake que está correndo até o carro.

-Drake- grito e ele entra no carro liberando a porta do passageiro para mim.

-Ele acabou de sair com a moto a mil por hora, vou atrás dele, eu devia ter falado para ele deixar aquela merda no consultório - entro e passo o cinto.

-Corre Drake, pelo amor de Deus, eu estou com meu coração apertado demais.- ele dá partida.

-O que foi aquilo Sophia?

-Ele me contou que é psicopata.- falo sem tirar os olhos da rua procurando a moto dele, a pista é uma mão única e ela é o único caminho acessível.

-Aí você transa com ele? Tesão no perigo Sophia? -Drake quase grita.

-Não- exalto - ele estava me ameaçando, tinha uma faca na cintura, eu estava com medo, mas ninguém vai acreditar nessa versão, óbvio!- enxugo minhas lágrimas e ele acelera ainda mais com os faróis bem alto.

-Eu vou - olho pra ele - te conheço muito bem, e você estava assustada quando chegamos, acho que durante um sexo não teria esse medo que você teve. O Dani não notou porque estava tomado pelo ódio, e aquele cara é um desgraçado que não sabe ficar quieto.

-Ali Drake- grito ao ver Dani com a moto acelerada, ele desvia dos carros e acelera cada vez mais, aquilo me dá um gelo.- Corre Drake.

-Calma, se eu correr mais você nunca mais fala com ele.

-Pelo amor de Deus, olha como ele está...

Meu coração para em fração de segundos, minha boca está seca e eu não consigo respirar, a única cena que vejo é o homem da minha vida ser arremessado da moto ao desviar de um carro, nesse momento é como se a pista ficasse lenta, meu amigo e seus gritos não estivessem no carro e a velocidade que ele pisa no acelerador nem me importa, meus olhos estão parados e minha boca não emite som, eu só quero que seja um pesadelo.

O tempo volta a correr normal e eu só escuto carros buzinando e estacionando quando meu amigo para o carro e corre até a grama aonde o meu namorado foi arremessado, vou até ele mesmo com minhas pernas bambas, me jogo no chão e olho seu corpo, com medo de sentir algo ou ver que ele está morto. Céus, eu vejo tanto acidente no hospital e hoje é mais um, mas, é o meu amor. 

-Sophia- Drake está branco e trêmulo- eu vou tirar o capacete dele, mas não podemos mexer no corpo dele está bem?- assinto chorando- assim que eu tirar, você vai conferir a pulsação dele e tentar falar com ele.- assinto mais uma vez- em seguida ligo no Mount Sinai.- Drake com toda técnica do mundo se ajoelha para tirar o capacete dele.

-Ei não pode mexer- o homem que dirigia o carro que o Dani desviou vem desesperado.

-Ele é médico- o tranquilizo e o rapaz assente.

 -Meu Deus o que aconteceu? Ele estava muito rápido.- Sinto uma multidão em nossa volta, mas só me preocupo com ele. Assim que meu amigo faz o que me disse, sai com o celular para ligar no hospital, vou até seu pescoço devagar com os dedos procurando pulsação e não sinto nada, choro e tento de novo, pego seu pulso e nada, respiro fundo e tento me acalmar. Vou novamente e o rapaz me olha assustado. Acho a pulsação bem fraca e me sinto aliviada por esse fio de esperança.

Ouço Drake no celular com o hospital e me aproximo do ouvido dele.

-Dani meu amor, olha pra mim por favor- encosto meu rosto no seu e as minhas lágrimas caem sobre seu nariz- não me abandona, pelo amor de Deus, você é a melhor coisa que me aconteceu. Eu juro que eu não te trai, foi tudo um mal entendido, eu nem preciso de mais nada... Eu tenho você- encosto minha testa na sua devagar e meu choro se torna mais forte- eu amo você - falo por fim, como se aquilo saísse do meu peito -como eu nunca amei ninguém, não me abandona- beijo sua testa e me condeno por não ter dito na noite passada o quanto ele era importante e como eu o amo.- Você tem que ficar aqui, para eu te contar tudo e dizer o quanto eu te amo, eu preciso de você.

-Ele vai sair dessa Soph. - Drake agacha do meu lado, seus olhos estão marejados e tem um tom de preocupação.- eu liguei no hospital- meu amigo está trêmulo- nosso Dani é forte- o rapaz está sentando no chão com as mãos na cabeça. -Ele estava muito rápido amigo, a culpa não foi sua.

-Mas eu poderia ter jogado meu carro na grama, mas... Eu...

-Vai ficar tudo bem- Drake comenta e me abraça- já já a ambulância está ai.

-A culpa foi minha. -  ele me puxa para si e beija o topo da minha cabeça - eu não vou me perdoar nunca se o meu amor morrer Drake.

-Ele não vai morrer Soph, acredite, se eu bem conheço esse turrão ai, só de te ouvir chorando deve estar se segurando para não te deixar mal.- sorrio- vai ficar tudo bem com ele.

Paixão InconsequenteOnde histórias criam vida. Descubra agora