[Capitulo 4] Sophia - A tão esperada Festa da UofT - Parte 2

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A festa é em uma casa que fica na rua Park RD, e um dos bairros que mais tem casas luxuosas em e de alto padrão em Toronto, portanto, dessa vez o comitê me surpreendeu com o local. Uma casa de dois andares, janelas de vidro altas que pegam quase metade da parte de cima deixando o local arejado. Algumas árvores altas cercam o espaço no fundo, a entrada está toda decorada com luzes altamente iluminadas deixando o ambiente ainda mais charmoso, daqui da frente consigo perceber como é grande e espaçosa por dentro antes mesmo de entrar.

E as pessoas...

Bom, é uma festa de faculdade!

Sinto o meu celular vibrar na minha bolsa e pego o aparelho, sorrio com o nome do Dani, atendo.

-A Irlanda está tão chata assim Doutor Daniel? - falo sorrindo e procuro algum dos meus amigos, Luma simplesmente sumiu assim que o uber parou, ela só queria isso naquele momento.

-Gostei do Doutor- ele ri - liguei para saber de você- Dani me ligava quase todas as noites- mas lembrei dessa tão esperada festa- fico nas pontas dos pés e nada de Luma, Drake, Jimmy...- e pelo jeito está muito animada.

-Isso que eu nem entrei - falo colocando o meu cabelo atrás da orelha- saudades de você, o Drake é um chefe chato, você me deixa comer chocolate no expediente- ele gargalha alto - pegando várias mulheres aí?

-Muitas, eu acho que vou virar irlandês e me mudar para cá, essas mulheres fazem uma coisa com a boca...

-Daniel- ele ri alto novamente e eu solto uma risada com ele.

-Saudades dessa risada, mas, vai se divertir... Juízo, não sai com qualquer um e toma cuidado com esse povo bêbado, chama um uber, táxi, o escambal.

-Combinado pai- sorri- beijos...

Ajeito meu casaco com o vento gelado que sopra e vejo Jimmy aparecer, ele me abraça, retribuo o abraço e me ajeito. Jimmy não mede mais que um metro e setenta, tem a pele negra com o cabelo mais estiloso e bem cuidado de todos os tempos, o jeito dele agir é tão delicado, seu sorriso sempre que nos encontra traz uma alegria constante. Sempre o procuro quando preciso, por mais que ame as minhas amigas, as vezes acho que ele não julgaria meus piores pensamentos. 
Quando conheci o Jimmy me senti tão bem, ele nunca se importou com o fato de ser gay como muitos, contou para os pais assim que notou que isso estava acontecendo e eles entenderam perfeitamente, o ajudaram a seguir seu caminho dando apoio e carinho. 
Nos conhecemos na primeira festa de faculdade da Luma, ela ainda não tinha muitas amizades e insistiu que todos fôssemos com ela, na época quis simplesmente matar a minha amiga, estava com um monte de prova para fazer e muitos estágios, mas, a agradeço por ter nos apresentado a essa puta que é o Jimmy.

-Gata- ele grita sorrindo- você está um arraso, maravilhosa - me vira tirando meu casaco e eu quero matá-lo pelo frio que está.

-Jimmy caramba!- falo puxando o casaco - esse vestido é propicio para um aquecedor potente.

-Gata, quem precisa de aquecedor com esses homens deliciosos?- ergo uma sobrancelha e o puxo.

-Então vamos!- ele ri alto escandalosamente e me abraça entrando comigo.

Quando subo a escada de madeira da frente passo pela porta enorme e observo muitas pessoas em uma casa que quase não tem móveis, deixando o espaço mais vantajoso. Pessoas dançando freneticamente e algumas até meio altas por conta da bebida, sorrio ao perceber quão bom é minha vida. Passei por um relacionamento que não tinha muitas opções a não ser ficar em casa, não vou mentir que inserida no contexto eu não ligava e até que gostava, mas, hoje percebo como é bom poder ir pra onde quer sem medo de estar fazendo besteira ou se sentir sozinha. 

Solteira me sinto mais completa que naquele relacionamento.

-Cadê a Luma com as nossas bebidas?

-O Drake está aqui né- sorri de lado- provavelmente já se encontraram.

-Esses dois!- falo ajeitando o meu cabelo e ele bufa revirando os olhos.

-Eu nem sei mais o que falar, aliás, não é minha vida né gata!- eu sorrio - vamos dançar?

Assim que ele fala minha amiga aparece com Drake, meu amigo é branco e tem o cabelo levemente bagunçado, seu corpo não é atlético e ele não tem a aparência de galã, mas, sua beleza é tão genuína, um homem muito honesto, inteligente e carinhoso. Amo sua amizade e me lembro até hoje que bêbada em prantos por conta do meu ex, pedi que ele fosse meu melhor amigo, ele ainda são sorriu e disse que eu já era a sua amiga, selei nossa amizade vomitando em seu colo.

-Ei meus maravilhosos - sua voz é bem parecida com a de um radialista - Depois de um plantão cansativo, aqui estou eu. - ele puxa a cintura de Luma que sem pensar duas vezes o abraça de volta, olho para eles e percebo o de sempre, esse casal é tão parecido e tão lindo, mas parece que eles não aprendem.

-Hoje foi a minha folga do estágio, graças a Deus.

-É dona Sophia, vida mole de estágio quase no fim, daqui a pouco estará exercendo a função de uma médica de respeito, hein dona pediatra! - eu sorrio animada e apreensiva.

-Em breve Drake, mas o foco é essa festa hoje- Luma levanta os copos e finalmente me entrega o meu.

-Então vamos beber porque se o foco é essa festa, quero muito beber - Jimmy pega o copo de um garçom que passa com algumas taças e erguemos todos brindando.

Após nosso brinde dou um demorado gole na bebida adocicada que nem quero saber o nome e vejo Drake beijar a testa de Luma e a puxar fazendo Jimmy me olhar de lado. 

Decidimos então dançar ao som de Martin Garrix, sinto cada batida e me entrego a cada segundo bebendo e percebendo a liberdade ao meu redor, tem tantos casais se beijando, ou somente aquelas ficadas que a gente sabe que está acontecendo pela primeira vez, mas, é tão bom o sentimento, só pelo fato de ter alguém ali contigo te achando linda por algum motivo, seja ele porque quer se gabar por ter te beijado, ou porque quer passar o resto da vida contigo.

-Gata, aquele maravilhosos ali de amarelo será que é gay? - Jimmy  interrompe meu devaneio e eu volto em terra para observar o homem que está bebendo e dançando de maneira fina e elegante de mais para ser hetero, observo seus olhares para o meu amigo e solto uma risada.

-Amor, ele é super gay! Vai lá que ele está te olhando - ele se anima e me abraça 

- Você vai ficar bem sozinha? A Lizzie e o Lincoln não vem?

-A Lizz está em uma viagem com a mãe e o Lincoln deve estar com alguma das suas mulheres passageiras em uma pousada- ele ri- pode ir meu bem, vai aproveitar o gatinho! -  rebolo e ele se anima rebolando junto e sai animado até o rapaz que já o recebe com um enorme sorriso.

Percebo que minha bebida acabou e observo o local para me encontrar e descobrir onde tem um bar, alguns conhecidos passam por mim e acenam, retribuo e por fim vejo um bar no fim da enorme sala, me dirijo até lá e o meu jeito desastrada de ser me trai quando me esbarro derrubando a bebida em meu vestido e consequentemente no homem alto que acaba de me encarar.

Paixão InconsequenteOnde histórias criam vida. Descubra agora