[Capítulo 33] - O que é isso?

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Respiro fundo umas três vezes consecutivas, tento desviar dele, mas, Ryder me rodeia feito urubu na carniça. Claro que ele iria me seguir até a biblioteca, assim que Dani saiu ele ficou observando a cada passo que eu dava e bastou eu comentar com a Lizz que teria que estudar para ele vir atrás.
Agora estava sozinha, porque a minha amiga estava enfrentando algum problema do qual não queria falar e recusou meu convite.
A biblioteca está vazia e não tem nem quem eu possa chamar, estava tão animada que poderia estudar sozinha até mais tarde, o meu namorado me avisou que iria vir me buscar um pouco mais tarde por conta do plantão pesado e iríamos para um passeio de moto do qual seria delicioso.

-Será que dá pra você me deixar em paz? Meu Deus, você não tem noção da chatice que é eu ler com você aí me olhando.- comento.
Ele está na mesma mesa que eu, e como é tarde a única pessoa que posso contar é o guarda do qual convenci que ficaria só mais uma hora, o mesmo havia saído para o outro lado convencido que tudo estava certo, mas, eu não havia visto esse cretino me seguindo.

-Só quando você me ouvir - reviro meus olhos.

-Venho te ouvindo tem quase quatro meses. Ryder, estou com o Dani, feliz e muito bem. A Magg te ama e é isso, supera o que "vivemos". - falo com aspas nos dedos e volto a ler.

-Eu sou psicopata- fala de uma vez e tira um papel do bolso colocando em cima da mesa- calma, nem todo psicopata necessariamente mata - me entrega um papel da forma mais natural e eu abro trêmula, leio o atestado assinado por um psiquiatra. - tenho prazer em deixar a mulher dependente por mim e simplesmente pegar outra, gosto de trair e ver ela sofrer, isso tem um tempo. Descobri porque minha ex exigiu que eu fizesse isso quando assinamos o divórcio.

Levanto depressa me afastando e ele faz o mesmo, mas, vindo em minha direção.

Essa confissão me tira de órbita, respiro ainda mais fundo e me apoio na mesa olhando para os meus pés, minha cabeça está pesada e eu só consigo olhar para baixo, sinto ele se aproximar, suas mãos puxam minha cintura e o medo me corrompe, fico estática sem pensar no que fazer, quero gritar mas meu grito está sufocado.

-Me solta - falo baixinho e sinto náuseas.

-É ruim, mas o choro e a traição em si me excitam de certa forma- vai até o meu ouvido e seus lábios colam no meu lóbulo direito- é como se ter várias fosse sinal de poder, estar por cima, mas você eu realmente amei.

-Me solta Ryder - o atestado vem em minha mente e eu fico intacta, ele me puxa para si mais ainda e beija meu pescoço, quero tirar ele dali mas não consigo ter forças ao lembrar que estou lidando com um psicopata.- o seu cheiro, e o jeito como está venerável neste exato momento está me excitando- ele encosta seu membro em mim e eu começo a chorar- sou um psicopata, não esquece- me sobe na mesa e deita em cima de mim, vejo uma faca no seu cinto e quero chorar.

-Para pelo amor, eu imploro- choro.

-Corresponde meu beijo- tira a camisa e deita em cima de mim- se não eu vou usar essa faca em você de uma maneira que deixaria essa pele linda toda marcada- nesse momento só tenho nojo dele, mas medo me domina e eu o beijo como se desejasse aquilo, choro implorando para aparecer alguém, um gelo está dentro de mim, ele abre os botões da minha blusa.

- Chega, por favor- imploro- pelo amor de Deus Ryder.

-Shhh Lorenzinha, não gostaria de ter que te machucar - um arrepio me sobe a espinha e ele beija mais voraz, tento corresponder por instinto e medo mas só quero fugir... - e não grite- choro baixinho e ele desce a mão para a minha perna rebolando em cima de mim.

-Que merda é essa Sophia - é a voz do Daniel meu Deus, estou aliviada e...- sai de cima dela desgraçado- ele empurra o Ryder para cima das estantes e eu me ajeito chorando, Lizz está na porta branca e Drake me encara nervoso passando as mãos no cabelo.

-Ela implorou para ter o professor dela hoje - Ryder provoca.

Quando dou por mim, Daniel vai até ele e defere um soco forte em seu queixo, suas mãos são tão rápidas que logo em seguida ele está pressionando ele contra a parede segurando pela camisa, o imobiliza, aquilo me deixa atordoada.

-Ela não resiste ao meu charme meu querido, será que você não entendeu que sou eu quem ela ama?- Dani aperta mais o meu professor na parede e eu grito pedindo para que eles parem, os olhos de Dani estão lágrimas e ódio ao mesmo tempo.

-Amor- falo de uma vez correndo até o meu namorado - ele estava me obrigando, pelo amor de Deus, você tem que acreditar em mim- falo encarando seus olhos marejados- solta ele meu bem, acredita em mim- ele solta e Ryder cai no chão rindo alto.

-Ao se julgar por nosso histórico, acho que você não vai acreditar, o sexo é ótimo. - Quando Dani pensa em voltar para bater nele mais uma vez meu amigo corre até ele e o segura pela cintura.

Acho que minha amiga saiu do transe e sua voz sai baixinho.

-Que histórico? O que ele está falando Sophia?- me encara- o que eu vi agora?- ela chora incrédula e eu estou desesperada para fazer ela acreditar em mim- Ele, ele...Meu Deus Sophia, ele estava com a minha mãe, a mulher que é como se fosse a sua também, como... Como?- ela se altera e senta em uma cadeira respirando fundo.

Estou tentando assimilar tudo que está acontecendo nesse momento, meu medo se dissipou e eu só consigo sentir ódio e nojo desse desgraçado, meu amor está chorando e isso acaba comigo, queria gritar que eu o amo e acabar com isso, mas, ele nunca acreditaria... Eu o amo tanto e não posso perder o Daniel.

Paixão InconsequenteOnde histórias criam vida. Descubra agora