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— Ele tá atrasado — Saori falou enquanto destruía um copo de plástico. A garota podia ser um tanto inquieta às vezes. Por mais que fosse preguiçosa, tinha alguns picos de energia vez ou outra.

— Ele já deve chegar. Relaxa aí.

O dia estava agradável e um calor gostoso. Amber e Saori usavam óculos de sol combinando para esconder a ressaca da noite anterior. Por sorte, nem Fumiko nem nenhuma das outras funcionárias havia descoberto sobre qualquer polêmica que poderia envolvê-las.

— Eaí, Amber. Tudo bem? — Takuya falou ao se aproximar.

Ele continuava bonitinho, mas a vontade de dar uns beijinhos nele já tinha passado. A ressaca fazia sua cabeça explodir.

— Ah, oi, Takuya — Amber se levantou e o cumprimentou com um beijo na bochecha. — Obrigada por trazer meu celular.

— É, a Hina tava meio ocupada, ai eu e o Takemichi estávamos vindo pra esse lado mesmo. Resolvi vir te entregar — ele sorriu e passou os dedos no cabelo. As tatuagens no peito estavam à mostra, pois a camiseta tinha uma gola muito folgada.

— Eu entendo — percebeu que ele tentava puxar assunto. Yukimura não estava exatamente com vontade de flertar, mas não fazia mal tentar garantir um novo contatinho para futuras festas.

— Tá com tempo livre? A gente pode dar uma volta por aí.

— Por mim tudo bem. Saori, você tem que ir resolver aquelas coisas no banco, não tem? — Amber tentou disfarçar e Saori abaixou os óculos, a olhando com um sorriso travesso.

— É claro que eu tenho...— ela riu e se levantou. — Até depois, Amber. Loiro realmente é seu negócio, né? — com uma piscadinha, a garota se afastou.

— Loiro? — Takuya perguntou.

— Não é nada — Amber desviou o olhar. A amiga realmente sabia o tipo dela, e sabia o que Yukimura estava planejando. — E aí, onde vamos?

— Tá com fome? A gente pode almoçar num restaurante aqui perto. Eles têm um lámen muito bom.

— Por mim tudo bem.

Os dois começaram a caminhar enquanto conversavam sobre assuntos corriqueiros, nada realmente importante. Takuya se mostrou uma companhia agradável. Ele falava com a voz baixa e de forma lenta, num tom calmo e tranquilo, parecendo que tinha todo o tempo do mundo para almoçar e escutar tudo o que a garota tinha para falar.

Ao chegarem no restaurante Sugoaku, foram até a mesa com sofás e se sentaram um de frente para o outro. Amber tirou os óculos e agradeceu pela iluminação do interior ser mais baixa, isso diminuía um pouco o incômodo da ressaca. Ambos continuaram conversando enquanto aguardavam os pedidos.

— Você ficou sabendo da briga que rolou no role que a gente tava ontem? — Takuya puxou o assunto.

— É, eu ouvi falar...— ocultou a parte em que quase foi parar no meio da briga, e também o motivo de não ter assistido tudo. — Mas não sei o motivo real, só ouvi buchicho.

— Tinham duas gangues lá no role. A Toman e a Valhalla. Parece que um cara da Valhalla ficou dando ideia na mina de um cara da Toman, ou foi o contrário? Não lembro bem. Só sei que eles começaram a sair na porrada no meio de todo mundo.

— Brigaram por causa de uma mina? Porra...— infelizmente, aquilo era mesmo a cara de Hanma. Pelo visto, os rumores eram verdadeiros.

— Ah, mas a mina era gatinha. Eu vi ela lá. Parecia uma princesa — Takuya falou.

Amber ergueu uma única sobrancelha e só então o loiro percebeu a bobagem que havia dito. Se ele estava dando ideia numa garota, ele não deveria elogiar outra de forma tão direta.

Your Voice, MikeyOnde histórias criam vida. Descubra agora