Esperava no beco escuro enquanto ouvia o som da luta. Mitsuya e Draken pareciam estar se dando bem, então não tinha muito com o que se preocupar. Você apenas continuava escondida. A touca dificultava um pouco a respiração, mas era um alívio com o frio que fazia, e pra ajudar, uma fina garoa começava a cair.
Amber esperava silenciosamente no beco escuro enquanto Mitsuya e Draken lutavam contra os adversários. Ela espiou a briga por um instante e sorriu ao ver que os dois amigos estavam na vantagem, depois se encolheu novamente, encontrando abrigo contra a garoa fria dentro da balaclava.
— Aí, vem comigo. — A voz de Mikey soou do outro lado do pequeno muro atrás dela.
— Tô indo.
Amber subiu na caixa do canto e pulou o muro, tentando não escorregar na poça de água que se formou por conta da garoa.
Manjiro tinha um alicate na mão direita e começou a caminhar agachado pelo estacionamento. Amber o seguiu da mesma forma.
Apesar de parecer tudo vazio e mal iluminado, o estacionamento atrás da casa de apostas ainda era um local perigoso. Aquela área estava bem longe do domínio da Toman, se qualquer coisa acontecesse, eles não poderiam chamar reforços. Não sem começar uma guerra entre cidades. E Mikey não queria isso de forma alguma.
Mikey olhou o celular e conferiu a mensagem que recebeu, em seguida, guardou o aparelho e começou a procurar pelos carros.
— Chevrolet Monte Carlo 71, todo preto.
Amber parou por um instante e tentou fazer o cérebro funcionar. Se lembrava mais ou menos como era o carro, mas não tinha certeza. O incrível caso da corredora clandestina que é incapaz de reconhecer marcas de carro.
— É um carro todo quadradão na frente com farol redondo e aparência de antigo. — Mikey falou ao perceber a breve confusão da namorada.
— Obrigada. — Amber sussurrou.
Se separaram e começaram a procurar pelos carros. Amber observava minuciosamente, tentando encontrar as características que ele tinha indicado, mas nenhum deles se parecia com o que tinha imaginado. Ouviu um assobio curto e baixo vindo do outro lado do estacionamento. Era o sinal de Mikey.
Ainda abaixada, Amber foi o mais rápido que pode até ele e o encontrou mexendo nas portas do carro. Se aproximou e viu que ele tinha conseguido arrombar a porta. Os dois entraram se esgueirando e ele fechou novamente.
— Procura pelo rastreador. É aquele aparelho pequenininho e quadrado que eu te mostrei uma vez.
Mikey abriu o painel do carro e começou a procurar pelo fio do alarme, pronto para cortá-lo. Amber passou as mãos pelos cantos dos bancos e encontrou o rastreador debaixo do banco do passageiro.
— Aqui, Mikey.
— Boa! Vou deixar guardado. Assim que a gente entrar na avenida, eu jogo pela janela.
— Se destruir agora eles vão desconfiar.
— Sim. Podem acabar vendo que parou de funcionar e vindo até aqui.
— E agora?
— Agora a gente espera a vítima. — Ele foi para o banco de trás junto da namorada. — Anda, se abaixa nesse espacinho.
Os dois se encolheram no chão do carro e ficaram escondidos. Viam apenas os olhos um do outro por conta da balaclava, mas Amber podia notar que ele estava sorrindo.
— Porra, deixa eu pegar... — Mikey levantou o moletom e tirou a arma da cintura. — Que merda, tô com vergonha de você estar vendo isso.
— O que? É um sequestro, é óbvio que você ia estar armado.
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Your Voice, Mikey
Fanfiction[Fanfic] [Tokyo Revengers] [Mikey] [+18] Depois de ser mandada para um internato fechado numa região tranquila de Tóquio, a vida de Amber ficou muito pacata... na teoria. Saideiras escondidas, encontros suspeitos e muitas festas na madrugada eram o...