Your Voice, Mikey

t h i r t y | e i g h t

Avisos

Capítulo surpresa lançado na madrugada aí pra vocês! Eu não pretendia lançar agora, mas vocês sabem que eu sou emocionada e saio lançando tudo de uma vez.

Espero que gostem e estejam prontos pra embarcar em mais uma trama envolvente comigo.

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— Calma, minha vida, desse jeito você vai me derrubar. Calma, calma. CALMA. MINHA VID...

Saori tentava guiar Baji na cadeira de rodas, mas acabou indo para a grama sem querer e não conseguia sair de lá. Tinha atolado o namorado. Ela teve uma crise de riso e tentou abafar o som, mas Chifuyu e Mitsuya foram resgatar o casal.

Todos estavam no cemitério, de frente para o túmulo de Muto. Capitães, vice-capitães, Draken, Mikey e as namoradas de cada um.

— Ele traiu a gente. — Mikey falou quando Baji e Saori chegaram. — Mas ele ainda era membro da Toman quando morreu.

— A gente nunca teve a chance de resolver isso com ele. — Draken lamentou.

— Uma pessoa me deu um tapa na cara e me fez acordar pra vida. — Mikey disse, sem tirar os olhos do túmulo e todos o escutavam com atenção. — Uma semana atrás estava todo mundo empolgado com a corrida de Halloween. Ninguém imaginava que ia terminar assim. O Muto morto, um sequestro, o Pah na cadeia, várias pessoas machucadas e outros treze civis que morreram pisoteados na fuga.

O silêncio sobre todos era pesado e cruel. As notícias que vieram nos dias seguintes não foram nada boas. Além de toda a questão com os civis, a sentença de Pah já podia ser prevista: cerca de três anos na cadeia.

— Muita coisa estava acontecendo ao mesmo tempo e eu fiquei cego de raiva. — Mikey continuou. — Eu me deixei abalar por tudo o que tinha acontecido e julguei tudo do jeito errado. Eu não confiei no meu amigo, mas acreditei em um desconhecido. Eu quero pedir perdão pra todos vocês e dizer que eu vou me esforçar pra ser um líder melhor. Vocês me escolheram e eu quero que tenham orgulho de mim.

— A gente acredita em você, cara. — Draken falou, colocando a mão no ombro do amigo. — Às vezes a gente precisa acordar pra vida mesmo, mas pelo menos você tem a Amber pra ajudar a abrir seu olho.

— E a gente também! — Chifuyu disse com uma risadinha e dando um passo à frente. — Se a Toman ficar sempre unida a gente sempre vai conseguir se reerguer.

— Você tem razão. — Mikey sorriu. — Eu queria ter escutado a versão do Muto. Queria saber os motivos dele, mas agora já é tarde demais.

Todos terminaram a breve cerimônia e depois se espalharam pelo cemitério. Os sentimentos eram muito confusos e misturados, então ninguém cobrava nada de ninguém.

Saori e Baji riam juntos, enquanto ela ameaçava jogar ele em uma das covas abertas e empurrava a cadeira de rodas naquela direção. Ver aquilo deixou Amber feliz. Draken, Mikey e Emma conversavam juntos. Yukimura ia caminhar até eles quando percebeu uma figura familiar passando de longe e decidiu ir atrás.

Quando se afastou o suficiente, a pequena garota loira com um curativo enorme no nariz estava encostada na parede dos muros do cemitério enquanto fumava.

— O que você tá fazendo aqui, Mai? — Amber perguntou, revirando os olhos. Uma porradaria no meio do cemitério não era exatamente o que ela tinha planejado para aquele dia.

— Vim visitar o túmulo do Muto. — Ela falou, mostrando as flores.

— Não achei que você fosse o tipo que leva flores pra um falecido. — Amber cruzou os braços e manteve a postura ereta. — Parece ser do tipo que não liga pra nada disso.