s e v e n

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— Hanma?!

Manjiro e Shuji se encaravam em silêncio. Uma passividade agressiva pairava no ar sobre eles, fazendo com que o comandante da Toman cerrasse o punho, sem baixar a guarda nem por um único instante.

— Fiquei surpreso quando vi vocês dois entrando. Não imaginei que fossem estar aqui — Hanma mexeu no casaco e tirou um maço de cigarros de lá.

— O que você tá fazendo aqui, seu merda? — Baji já estava irritado. A presença de Shuji Hanma era o suficiente para fazê-lo quase perder a cabeça, mas Mikey deu uma olhada de soslaio, como se o mandasse ficar na dele. Baji obedeceu.

— O mesmo que vocês dois: acompanhando uma garota rica e bonita num baile — ele acendeu o cigarro e tragou, conversando como se fossem antigos e bons amigos. — Acho incrível como essa galera rica consegue ficar bêbada só com champanhe.

— O que você quer com a gente, Hanma? — Mikey perguntou seriamente.

— Bater um papo — ele riu e soltou a fumaça, encarando Manjiro com um sorriso debochado. — Qual é, a gente não consegue conversar com eles de um jeito muito aberto, né não?!

— A única coisa que vai ficar aberta aqui vai ser seu crânio se você ficar de gracinha — Baji se levantou, mas Mikey colocou a mão na frente dele, impedindo o amigo de avançar.

— Baji, esquece o que já foi. Vocês já se resolveram — o tom de voz de Mikey era baixo e tranquilo, mas a irritabilidade era notável.

— É, Baji, esquece aquilo lá, já foi — Hanma riu com o cigarro entre os dentes. — Ela é linda, mas não vale a briga.

Baji se sentou novamente na borda da fonte. Ainda com a cara irritada e o cenho franzido, mas não disse mais nada. A postura de Mikey estava bastante hostil, e Keisuke sabia muito bem que aquele não era o melhor momento para arrumar briga.

— Meninas ricas bebendo champanhe — Hanma riu sozinho. — Vou conseguir várias joias caras essa noite.

— Rato do caralho — Baji resmungou.

— Ai, Mikey, me diz uma coisa: o que que você vai aprontar daqui a pouco, hein?

— Do que você tá falando?

— Ah, você sabe! ♥ O Ryu vai passar uma carga pelo sul, né não?

— O que...? — Mikey ficou surpreso, não esperava que Hanma soubesse daquilo.

— Ele ligou pra Valhalla agora há pouco, disse que talvez precisasse da nossa colaboração lá pelas duas da manhã, então eu imaginei que a Toman fosse fazer algo antes.

— Que merda você tá falando, Hanma? — Mikey colocou as mãos no bolso para esconder o nervosismo.

— Eu tô dizendo que o Ryu deixou nas entrelinhas que se vocês fracassarem, a Valhalla vai assumir o processo de hoje. Sabe, a gente só precisa de um trabalho bem feito pra ele desistir de contratar vocês.

— Cala a sua boca, rato.

Amber e Saori voltaram rapidamente para onde os garotos estavam e perceberam imediatamente que o clima não estava nada bom. Quando Amber viu Hanma, sentiu um nó no estômago. Saori tentou levar a amiga para longe, mas os olhos deles se encontraram rapidamente.

— Amber ♥, há quanto tempo?! — ele sorriu e no mesmo instante a garota notou que ele já não agia mais como quando estavam sozinhos.

— Vocês se conhecem? — Mikey perguntou.

— É...— Amber não conseguiu responder. Estava com um nó na garganta e olhou nervosa para Shuji.

O rapaz a observou, vacilando no olhar firme por alguns instantes, mas logo voltou a sorrir em tom de deboche e Amber soube que ele também se esforçava para manter a postura, afinal, Mikey e Hanma ainda eram de gangues rivais.

Your Voice, MikeyOnde histórias criam vida. Descubra agora