Capítulo 01

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S/n Grimes

— Para, por favor! - imploro, parando de correr.

— S/n, precisamos continuar. - Daryl insistiu, começando a ficar sem paciência. — Tem zumbis por toda parte.

— Eu não consigo. - meus olhos se encheram outra vez. — Os outros... eles... nós...

Eu não sabia o que estava dizendo, eu nem sabia o que queria dizer. Respirar estava ficando difícil, minhas mãos tremiam e meu corpo suava frio.

Eu estava tendo outra crise de ansiedade.

— Ei! - o caçador veio correndo até mim, segurando meu rosto com as duas mãos, enquanto eu caia de joelhos no chão. — Lembra o que fazemos quando isso acontece? - ele perguntou, olhando nos meus olhos. — Conte comigo e acompanhe a minha respiração, ok? - assenti rapidamente com a cabeça. — 1... 2... 3...

— 4... 5... - o acompanhei na contagem, respirando junto com ele. — 8... 9... 10.

— Tudo bem. - ele disse, me apertando contra o seu corpo. — Tá tudo bem. - murmurou perto do meu ouvido.

— Não, não está tudo bem! - o empurro, passando as mãos pelo meu rosto. — Ontem eu tive uma conversa com o Glenn, eu disse que não queria ficar sozinha e ele garantiu que isso não ia acontecer. - digo mais baixo, fechando os olhos para impedir que as lágrimas caíssem. — E olha só...

— Você não tá sozinha. - Daryl disse de maneira séria, me puxando novamente para ele. — Eu não vou deixar você, ok? Eu nunca vou te deixar.

Ficamos abraçados ali por um tempo, até os zumbis começarem a se aproximar outra vez. Saímos correndo o mais rápido que podíamos, sem rumo ou planos. Nós apenas corremos.

Os zumbis saiam de todos os cantos, mas conseguimos despistá-los. Corremos pelo campo com mato alto, possuídos pelo desespero.

Depois de chegarmos longe o bastante, nos jogamos ofegantes no chão. Recuperamos o nosso fôlego e continuamos seguindo em frente até anoitecer.

Daryl acendeu uma fogueira e sentou em volta dela em silêncio. Eu olhava o fogo queimar os galhos enquanto tentava imaginar onde estava os meus irmãos, onde estava o Glenn e a Maggie. Onde estava o meu pai e os outros.

Se é que ainda estão vivos.

— Acha que todos estão mortos? - pergunto de repente.

— Provavelmente. - o caçador respondeu sem me olhar, usando aquele tom seco e grosseiro.

— Viu alguém saindo? - continuo perguntando.

— Não. - respiro fundo e voltou a olhar para a fogueira, sentindo minha respiração ficar pesada outra vez. — Talvez, alguém tenha saído de lá. - Daryl voltou atrás com suas palavras, percebendo que eu estava quase tendo outra crise.

— Então, temos que fazer alguma coisa. - digo, olhando para o homem novamente. — Você é um ótimo rastreador. Podemos voltar e...

— S/n, a prisão foi tomada pelos zumbis. Voltar lá é o mesmo que dar um tiro na própria cabeça. - disse o caçador, começando a perder a paciência comigo.

— Eu até daria um tiro na minha cabeça, mas estou sem munição. - digo sarcástica, levantando com o olhar de Daryl sobre mim.

Sem ter muito o que fazer, Daryl apagou a fogueira e me seguiu pela floresta. Já havia amanhecido quando encontramos rastros.

— Pode ser do Luke, ou da Molly. - digo ao olhar para as pegadas de crianças. — Seja quem for, ainda pode estar vivo.

— Não. - Daryl negou. — Quer dizer que estavam vivos há quatro ou cinco horas.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora