Capítulo 60

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S/n Grimes

Passaram-se algumas semanas desde o que aconteceu em Alexandria. Hilltop e Reino finalmente se uniram a nós e juntos começamos a dar os primeiros passos na guerra contra os Salvadores.

Passamos dias treinando e repassamos o plano. Foi cansativo e repetitivo, mas vai valer a pena.

Estávamos em Hilltop, terminando de nos preparar e colocar nosso plano em ação. Carros foram protegidos com placas de aço para melhorar nossa segurança.

Dwight realmente parece ter mudado de lado, por mais que Daryl ainda não consiga confiar 100% nele, nenhum de nós confia. Os dois trocam mensagens secretas e o Salvador disse que facilitaria nossa chegada aos portões do Santuário.

Mesmo sabendo que estamos perto de acabar com tudo isso, ainda sinto aquela coisa estranha dentro de mim. Eu ainda sinto aquele bebê.

Saber que eu posso estar gerando o filho do Negan, que eu posso estar carregando o filho de um assassino, tira meu sono e a paz que eu já não tinha antes. Saber que o Daryl está tão animado e ansioso para a chegada desse bebê, faz eu me sentir mal por estar mentindo... por estar escondendo isso dele.

— Qual o problema? Me diz logo. - Jesus apareceu de repente e parou ao meu lado, notando que havia algo me incomodando.

— Naquele dia, quando me mandou correr, o Daryl não parava de falar no bebê. No nosso bebê. Bebê que pode não ser dele. - desabafo.

— O que quer fazer em relação a isso? - o homem perguntou, calmo como sempre foi.

— O que eu deveria fazer? - pergunto, completamente perdida.

— Não me pergunte isso, eu não vou dizer. É uma decisão sua. Eu estou aqui apenas pra te apoiar, seja lá o que escolher ou o que acontecer depois. - ele disse.

— Eu quero falar, mas... tenho medo. - confesso, suspirando frustrada.

— Acha que ele vai te deixar? - o cabeludo me olhou estranho, nem ele acreditava naquilo.

— Acho que ele não vai mais me olhar como antes.

— O que isso significa exatamente? - Jesus perguntou um pouco confuso.

— Não quero que sintam pena de mim. Quero que me tratem como uma pessoa normal. Você me trata como uma pessoa normal.

— Porque você é normal. Um pouco doida da cabeça, mas é normalzinha. - descontraiu um pouco, me fazendo rir baixinho.

— Viu? É disso que estou falando. Você brinca, faz piadas e não fica sempre tocando no assunto. Já o Daryl... Ele com certeza não ia parar de falar sobre isso, ia querer saber como eu estou e procuraria um jeito de me ajudar. E não encontraria. Porque não tem como ninguém me ajudar.

— Você pode se ajudar. - voltou a ficar sério, me olhando com aquele seu olhar... aquele olhar... aquele olhar que me lembrava o Glenn.

— Como? - o questiono.

— Seguindo o seu coração. Se quiser ter o bebê, ótimo. Estarei aqui pra ajudá-la. Se não quiser tê-lo, ótimo também. Eu ainda estarei aqui.

— Você é incrível. - o abracei, deitando minha cabeça em seu ombro.

— Eu sei. - Jesus riu, deitando sua cabeça sobre a minha.

No dia marcado, antes de sairmos de Alexandria, eu me despedi de Carl e Judith. Os dois ficariam com Michonne e cuidariam do nosso lar.

Rosita também ficaria, seu ombro ainda está machucado, é melhor assim. Não podemos levar todos para o Santuário, não podemos deixar Alexandria, Hilltop e Reino sem ninguém. Por isso, parte dos guerreiros ficaram.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora