Capítulo 09

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S/n Grimes

Papai e os outros finalmente retornaram, e trouxeram bastante comida com eles. Todos estavam molhados e um pouco em choque. Eles foram surpreendidos por zumbis, quase foram mortos, mas estão todos bem.

Quase todos.

— Daryl, o zíper da sua calça tá aberto. - a voz de Rosita fez o caçador olhar para baixo e subir o zíper depressa, enquanto eu comprimia meus lábios para não rir.

Daryl olhou para mim com aquele seu olhar profundo, transmitindo toda a sua malícia. Voltei a ficar séria depois que o olhar de Michonne caiu sobre nós.

Eu e Carl levamos nosso pai para ver as tais marcas do lado da igreja, o deixando ainda mais desconfiado. Agora sim nós temos total certeza de que esse padre esconde algo.

Algo muito sombrio pelo jeito.

À noite nos reunimos para comer dentro da igreja. Estávamos felizes por ter tanta comida, algo que não víamos há um bom tempo.

Nós afastamos os bancos e sentamos todos no chão, rindo e conversando sobre coisas aleatórias.

— Eu quero propor um brinde! - Abraham ficou de pé e levantou seu copo no centro da igreja. — Olho pra essa sala e vejo sobreviventes. Cada um de vocês merecem esse título. - ele disse. — Aos sobreviventes!

— Saúde! - levantamos os nossos copos também.

— É só isso que querem ser? - o ruivo perguntou, depois de sentar novamente. — Acordar de manhã, lutar contra os mortos-vivos, procurar comida, dormir de noite com dois olhos abertos, enxaguar e fazer tudo de novo? - ele nos questionava, enquanto todos o ouviam com atenção. - Vocês podem fazer isso, porque têm força e habilidades. O fato é que, pelo que podem fazer, isso é se render. Mas podemos levar o Eugene a Washington, vamos poder matar os mortos e devolver o mundo aos vivos. Isso não é tão ruim, considerando que é uma viagem curta. Eugene, fala o que tem lá. - olhou para o colega.

— Infraestrutura construída pra suportar pandemias de até esta magnitude. - o tal Dr. respondeu. — Ou seja, comida, combustível e refúgio. Um recomeço.

— Aconteça o que acontecer, leve o tempo que levar pra reconstruir tudo, vocês estarão à salvo lá. Mais seguros do que já estiveram desde que tudo começou. - disse Abraham. — Venham com a gente. Salvem o mundo pra essa garotinha. - olhou para Judith, que estava no colo do nosso pai. — Salvem pra si mesmos. Salvem para as pessoas lá fora que não tem mais nada pra fazer a não ser sobreviver.

— O que foi? - papai perguntou para a garotinha que começou a resmungar, fazendo todos rirem. — Acho que ela sabe o que vou dizer. Ela topa. E se ela topa, eu topo.

— Nós topamos. - completo, sorrindo para o meu pai.

As risadas aumentaram e as conversas paralelas continuaram.

Papai deixou a criança no meio de nós e se afastou, sentando lá nos fundos com o padre. Pela cara do homem, aposto que meu pai o oprimia. E com razão. Aquelas marcas significam algo, só precisamos saber o quê.

Eu estava sentada com Glenn, Maggie, Beth e Tara. Daryl e Carol também estavam sentados com a gente, conversando e rindo das nossas bobagens.

— Relaxa, todos eles sabem. - digo para o caçador, que parecia tenso.

— Sabem do quê? - Tara indagou confusa.

— A S/n e o Daryl estão transando. - Glenn foi direto.

— Glenn! - o repreendo.

Todos começaram a rir, enquanto eu começava a corar e Daryl abaixava a cabeça. Fomos salvos por Beth, que sugeriu que jogássemos um jogo.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora